Com as mãos encostadas no balcão da cozinha Gizelly preparava todo o café da manhã para ser servido. Ela inspirou fundo e entre tantos aromas diferentes que circulavam pode sentir o cheiro de terra molhada, aquilo fez com que a capixaba se sentisse mais aconchegada e em casa do que nunca, aquele cheiro se chamava 'lar'.Com um leve sorriso no rosto preparou toda a mesa, pegou uma caneca se deliciando com o prazer que sentia toda vez que podia sentir o cheiro de café recém preparado invadindo seu olfato.
Gizelly sentou-se no banco de balanço branco acolchoado, feito de madeira que havia em sua varanda e ficou observando a chuva fina cair, apenas se concentrando no barulho de chuva que acalmava todo o ambiente. Como de costume, esse era o clima em Goiânia nessa época do ano.
A advogada fechou seus olhos e tomou um longo gole da bebida, sentindo o fervor e sabor intenso tomar conta de seu paladar. Logo percebeu um peso ao seu lado, abriu os olhos e viu a menina de cabelos castanhos sentando com um longo sorriso, acompanhado de olhos grandes, verdes e travessos vidrados nela. Ela estava enrolada em um edredom e seu olhar era entusiasmado.
- A mesa de café parece maravilhosa.
- Eu sei e aposto que alguém já roubou algo de lá com a mão suja, que não deve ter lavado.
- Nossa, mas tá rabugenta já de manhã ?Ela se arrastou pra perto da mulher mais velha e pôs a cabeça em seu ombro. Gizelly deu um beijo em seus cabelos castanhos, que emanavam o cheiro de seu shampoo de Jasmim.
- Tão bom esses dias chuvosos e nublados.
- Sim, nossos preferidos, são melancólicos.Respondeu a mãe, com um sorriso.
- E você mais do que ninguém adora um drama.
- Você fala como se não gostasse também, menina.
- Eu gosto, mas disfarço bem.
- É uma artimanha que você só usa comigo, pra ganhar as coisas.
- E sempre funciona, seu coração é bobo e manipulável.
- Eu deveria me sentir ofendida por isso ?O som da chuva se misturou com a leve risada da menina e Gizelly sentiu um beijo molhado em sua bochecha .
E então um silêncio tranquilizante tomou conta, era confortável para ambas estar alí, era um Domingo que começava de forma perfeita. A morena já terminava de tomar sua bebida, quando a filha levantou calmamente a cabeça de seu ombro e a olhou com um ar de curiosidade.
- Mãe, você nunca me contou sobre sua história de amor com a mamãe. Sempre que eu perguntava a ela, ela respondia que foi tudo muito complicado, mas nunca deu detalhes e realmente contou como tudo aconteceu.
- É porquê realmente foi complicado.
- E você não vai me contar ? Não me faça tentar te manipular com meu charme dramático.Ela cerrou os olhos para a mãe com uma expressão brincalhona.
- Não me faça te dar umas palmadas agora já depois de grande.
- Mãe ...A mais nova cutucou o pé na outra, sorrindo.
- Por quê essa curiosidade sobre nós agora ?
- Porquê eu quero saber ué, me faça acreditar no tal do amor. Não quero saber da história de vocês pela perspectiva dos sites de fofoca daquela época, que afinal, é o máximo que eu sei.
- Entendo. Mas então Laura, no tal do amor, você só passa a acreditar sentindo.
- Eu ainda não consegui sentir.
- Não conseguiu ainda, porquê primeiro, você é muito nova, tem uma vida de descobertas. Segundo, porquê se você arranjar alguém agora eu provavelmente vou matar esse abusado e terceiro porquê puxou a Rafaella.
- Ok, primeiro vamos recapitular que eu tenho 18 anos ? E bom, no segundo argumento, eu acredito.A filha da capixaba deu uma risada melódica.
- E acredito na terceira também, a mamãe é muito fechada em relação a isso e sempre que eu toco no assunto, ela vive me alertando sobre como eu posso me machucar e como eu devo evitar essas coisas.
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𝙻 𝙰 𝙲̧ 𝙾 𝚂
FanfictionDuas vidas são unidas pelos mais fortes laços, o amor e a família. Depois de tantos anos entre idas e vindas, Gizelly e Rafaella finalmente vivem inseparáveis seus anos de ouro. Mas seria a família Bicalimann capaz de manter essa união e suportar no...