It's time to wake up and move on

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Não demorou muito para Jungkook organizar tudo em Suncheon e partir para Gangneung. Deixou ordens para que Taehyung pudesse continuar suas sessões diárias enquanto ele não estivesse lá e, após novamente um mar de agradecimentos vindos do Kim, partiu no primeiro voo da manhã.

Poucas horas mais tarde, Jungkook enfim chegou à cidade que tanto vira apenas nas memórias de Taehyung. Admirava sua capacidade de ter uma imagem fiel de Gangneung dentro da mente.

Um carro da empresa buscou Jeon no aeroporto, e, após deixar suas bagagens no hotel, decidiu ir atrás de informações acerca de Min Yoongi (tinha conseguido o sobrenome com Taehyung). Para procurar uma pessoa morta, nada melhor do que a prefeitura. Eles tinham todos os arquivos dos que já foram cidadãos daquela cidade.

— Olá, boa tarde — Jungkook disse à senhora que estava na recepção. — Como posso encontrar os registros de uma pessoa que já morreu?

— Quem você procura? — a senhora de cabelos grisalhos e óculos redondos perguntou.

— Min Yoongi — Jeon respondeu, simples.

Os olhos da senhorinha se arregalaram e Jungkook não entendeu. A mulher parecia querer falar algo, mas nunca completava seu raciocínio.

— Eu vou procurar 'pra você, tudo bem?

Jungkook assentiu, observando o lugar ao redor enquanto esperava. O salão estava vazio, a não ser pelos móveis antiquados e as montanhas de arquivos abarrotados em estantes. Um lugar que havia ficado congelado no tempo, sem dúvidas.

— Aqui está. — A senhorinha voltou, trazendo uma pasta vermelha com poucas páginas. — Você é o primeiro que procura por ele depois de... tanto tempo.

— Oh, obrigado. — Jungkook pegou a pasta e decidiu se sentar.

O garoto se frustrou ao ver poucas informações. O dia da morte coincidia com o que Taehyung informara: 4 de abril. Já havia se passado seis meses desde a sua morte.

— Oh — Jungkook disse baixinho após ler uma página em especial.

Talvez agora algumas coisas fizessem sentido na cabeça de Jungkook. As conversas de Taehyung e Yoongi sobre suas profissões e como eles queriam ser livres. Yoongi era filho do prefeito da cidade e a maior parte de seus familiares participavam ativamente da política, logo, o destino do Min já estava traçado.

— Ele era um bom garoto, mas não servia 'pro pai — a senhora falou em tom baixo, mas sua voz foi ouvida por Jungkook graças ao eco. O jovem olhou para ela. — Dava 'pra ver que ele era infeliz com a família. Só ficava bem quando...

De repente, a mulher se calou e Jungkook estranhou a atitude. Era estranho não haver fotografias de Yoongi com a família, muito menos com Taehyung, e as informações sobre sua vida eram escassas.

— Onde ele 'tá enterrado? — Jungkook perguntou.

— No jazigo da família Min — a senhora respondeu. Jeon levantou-se e entregou-lhe a pasta. — A cidade inteira parou no dia do enterro.

— O namorado dele conseguiu ir vê-lo uma última vez? — Jeon testou a mulher. Sentia que ela escondia algo.

— Namorado? Eu não sei do que está falando — a mulher disse abruptamente, indo guardar a pasta atrás de uma estante enorme. — Meu horário de expediente está terminando, acho melhor você se retirar agora.

Jungkook assentiu, agradecendo a mulher e saindo dali. Realmente, todos fingiam que Taehyung não existia. Quem não iria saber sobre o namorado do filho do prefeito, que ainda por cima era sua alma gêmea?

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