I'M ALRIGHT 🌴

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Quando terminou o secundário, Isabella optou por parar os estudos por uns tempos. Decidiu sair de casa e ir viajar, apesar de não ter muito dinheiro. Queria safar-se sozinha. Portanto, no dia 10 de setembro acordou cedo e partiu.
Apanhou o comboio das 8h em direção a Florida. Chegou ao seu destino já no fim do dia. O plano era ficar duas semanas no hotel mais barato que encontrou e tentar encontrar um emprego na região entretanto e depois, outro sítio para ficar.
O taxista parou mesmo em frente ao hotel que, apesar da escuridão da noite, dava para ver que  correspondia as fotografia que Isabella vira no site. Era velho mas colorido, fazendo-a lembrar de um parque de diversões.
Pagou e abriu a porta do carro pousando os pés no chão e saindo do veículo. Sentiu logo uma pequena brisa fresca, mas ainda assim estava muito calor para a noite. Descarregou a mala tirando a sua bagagem e o táxi arrancou, deixando-a ali. Isabella atravessou os portões abertos e caminhou até um edifício mais relevante onde ficava a receção, que parecia ser o único sítio com as luzes acesas aquela hora. Entrou pelas portas de vidro e dirigiu-se ao balcão onde estava uma rececionista com alguma idade.
-Boa noite...
-Em que posso ajudar?- perguntou a senhora tirando os olhos do computador por dois segundos para olhar para Isabella.
Esta tira da mala a tiracolo um par de folhas e a carteira com a sua identificação pousando os no balcão.
-Queria fazer check-in.- respondeu Isabella, desta vez menos tímida.
A recepcionista pega nos documentos sem dizer nada e, em seguida entrega lhe uma folha e pede lhe para preencher e assinar. A rapariga assim o faz.
-Muito bem. Aqui estão as chaves do teu quarto 502.- pousa as chaves no balcão.- Fica na parte de trás, do lado esquerdo, muito perto da piscina.- pausa- Espera aqui um pouco. Vou chamar alguém para te levar lá.
Levantou se e dirigiu-se a uma porta de onde chamou um senhor de 40 anos.
-Venha comigo- pediu o homem, pegando numa das malas de Isabella.
Esta seguiu-o até ao exterior, pelas traseiras, onde ficava a piscina, até chegarem ao quarto 502.
-Cá estamos.
-Obrigada, boa noite.- agradeceu ela.
-Boa noite.- despediu-se o homem, regressando.
Isabella abriu a porta e entrou no pequeno quarto com as malas fechando a porta atrás dela. Pousou as suas coisas na cama e deitou-se por alguns minutos. Poderia muito bem ter adormecido mas a fome não a deixou. Ela estava sem comer a muito tempo, mas não queria sair mais do quarto naquele dia e tão tarde. Vasculhou na mochila e encontrou um pacote de bolachas que sobrara da viagem e devorou-as. Devido ao cansaço, causado por tantas horas de viajem, descalçou a seguir as sapatilhas, atirou as malas para o chão, usou a casa de banho e foi-se deitar de imediato.
No dia seguinte, acordou a transpirar, por volta da hora de almoço e, apesar de ter dormido bem, ainda se sentia cansada. Foi finalmente tomar um banho de água fresca e demorado. Vestiu uns calções de ganga e uma t-shirt larga e calçou os chinelos de dedo. Pegou apenas no telemóvel e foi até a receção. Ao passar pela piscina viu algumas famílias. Na recepção dirigiu-se ao rececionista.
-Bom dia, onde fica a área de refeições?
-Bom dia, por ali, no fundo do corredor.- respondeu o rececionista apontando para o corredor atrás de Isabella.
Esta agradeceu. Seguiu pelo corredor ouvindo sons de talheres a bater nos pratos ao aproximar-se da cantina. Entrou e reparou que ainda não estava muito cheia, provavelmente porque as famílias ainda estavam a aproveitar a piscina. Pegou num tabuleiro e serviu-se, indo sentar-se em seguida numa mesa a um canto.
Sentia-se estranha e desconfortável a comer ali, por ser a única que estava sozinha no meio de varia famílias com crianças pequenas. No entanto, também sorria para si própria as vezes, enquanto comia, devido a emoção por se estar a aventurar assim.
Quando terminou de almoçar foi durante algumas horas para o quarto ler. As vezes sentia vontade de dormir por causa do aborrecimento, dava por si a pensar que talvez tudo tivesse sido um erro e que não aguentaria estar assim. Mas depois lembrava-se que ainda era o primeiro dia e que as coisas deviam mudar dali para a frente.
A meio da tarde, fechou o livro tirando os óculos de ver ao perto e levantou se da cama, com as pernas dormentes. Abriu uma das suas malas e tirou de lá um biquíni azul turquesa e vestiu-o, voltando a colocar as suas roupas por cima. Agarrou na toalha e nos óculos de sol, calçou os chinelos e saiu em direção a piscina.
Quando chegou deparou-se com um grande número de pessoas, comparativamente à manhã e haviam poucas espreguiçadeiras livres. Sentou se numa que encontrou a sombra.
Precisou de algum tempo para ganhar coragem e ir molhar-se, apesar de só estarem praticamente crianças dentro de água. Lá se levantou e aproximou-se da piscina sentando-se na borda da parte funda para sentir com os pés a temperatura da água. Alguns segundos depois mergulhou e aproveitou o silêncio enquanto estava submersa. Voltou a superfície e foi de imediato atingida por salpicos dos pequenos que jogavam a bola perto dela. E entendeu a razão dos adultos optarem por ficar fora dali.
Ficou por apenas minutos para de refrescar do calor que não diminuía mesmo estando a entardecer. Regressou ao seu lugar e ficou de olhos fechados a refletir ali deitada por um bom tempo. Até que as crianças começaram a sair da água e algumas famílias a regressar aos seus quartos. Passou mais tempo e Isabella estava agora praticamente sozinha. Só um grupo de casais que bebiam cervejas estavam naquela área.
Esse foi o momento alto do dia. A rapariga aproveitou a piscina só para ela. Mergulhou, saltou, nadou à vontade, com o sol já a pôr-se. Os casais saíram de lá sem que ela reparasse. E apesar de estar sozinha, estava a aproveitar esse tempo consigo própria e não estava a odiar. Até deixou passar a hora do jantar.
Quando finalmente saiu da água, enrolou-se na toalha e pegou nas coisas e foi para o quarto. Entrou, pousou as roupas na cama e foi pôr a toalha a secar na casa de banho. Despiu o biquini, ficando nua e tomou banho, relaxando os musculos com música a tocar do telemóvel. Assim que terminou vestiu o pijama e por cima um casaco de fato de treino calçou os chinelos e saiu para ir comprar comida nas máquinas da receção. Quando voltou comeu e bebeu e viu  filme no computador até se deitar e rapidamente adormecer.