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"Dentro desse pesadelo sem fim
Continue preso assim, para sempre
Como meu próprio bonequinho.
Querido, boa noite" - Good Night (DREAMCATCHER)

+×▪{♤00♤}▪×+

    Nós vivemos em mundo peculiar, não? A sociedade associa a noite ao descanso e ao sono, o que muitas vezes é algo bom. Mas, existem brechas nessas especulações, e eu sou a prova (quase) viva de que nem tudo é um mar de rosas, e que as aberrações dos filmes de terror não são nada, comparados a mim.

    Caminhando por entre a névoa espessa, em meio a medos e criaturas absurdamente mirabolantes, adentro sonhos que deveriam ser insignificantes, mas que se tornam um temido pesadelo, e a causa de vários sonhadores irem a óbito.

    Ser esse monstro não é estranho para mim, desde que morri em 1968 passei a ser essa aberração, mas não é ruim, não, muito pelo contrário, eu amo o que faço.

    Ver essas pessoas todas gritando alto, pedindo por socorro e me chamando de demônio é satisfatório, relaxante, não sei porque a maioria chama isso de maldição.

    Sonhos alegres, repletos de significados e desejos feitos em voz alta durante noites escuras, para estrelas da sorte: isso poderia muito bem resumir o jovem Yeonjun, que pedia para todas as entidades divinas para que pudesse estar ao lado de seu amado.

    Passeando por entre os sonhos de Choi, me surpreendo com as fantasias que a mente humana é capaz de criar, transformando desejos (sejam quais forem) em uma falsa realidade próxima e divertida de se assistir.

    Tudo sendo planejado, escolhendo os sonhos para ele sonhar, vigiando sua vida, tendo quase todas suas informações, esperando o momento certo para atacar e mata-lo.

    Esse momento era agora, seu sonho perfeito com Beomgyu, com cores e animais coloridos já havia passado, dando lugar as trevas e a mim. Ele estava perdido em seu sonho, em uma floresta escura e sombria, correndo de algo que ele nem sabia o que era, somente sabendo que se ele não corresse iria morrer.

    Estava caminhando lentamente atrás dele, com uma faca na mão, me divertindo com seus gritos altos pedindo por ajuda, implorando para ser salvo, mas seus pedidos não seriam realizados.

    Naquele momento, Yeonjun tinha o medo de morrer correndo por suas veias, tomando conta de cada centímetro de seu corpo, e de seus lábios avermelhados gritos altos e estridentes saíam de uma forma nada harmoniosa. Oh, como isso era divertido de se assistir.

    Naquele momento, Choi era meu, e sua vida estava em minhas mãos. Eu já conseguia imaginar seu sangue se espalhando por toda sua roupa, sujando minhas mãos, manchando minhas vestes. Só Deus sabe o quanto estou ansiosa para que esse momento chegue.

    Yeonjun corria tanto mas tanto que nem viu quando bateu em um muro, estava sem saída, ainda gritando. Continuava a me aproximar, quando ele me viu e viu a faca em minha mão, começou a gritar mais alto ainda - se era possível.

    Finalmente estava cara a cara com o garoto. Já podia ver lágrimas em seus olhos, sua testa estava brilhosa por causa do suor, suas mãos estavam tremendo assim como seu corpo, essa brincadeira começou a ficar mais legal.

    O ambiente que antes era repleto de alegria agora se tornara algo sombrio e sem vida. As árvores mortas, os galhos quebrados no chão, e a lua, que regia a noite: este era o cenário perfeito para a morte de Choi.

    O coreano parecia como um animal enjaulado, trancado em um calabouço de melancolia. Aquela cena era tão boa de se ver, além do mais, ele era como um boneco, e eu poderia fazer o que bem entendesse com ele.

    Ele era meu.

    Passeava a faca lentamente por seu pescoço e barriga, vendo sua cara apavorada, com medo da morte, já sabendo o que iria acontecer. Fechou os olhos com força, quando sussurrei em seu ouvido:

    ─ Querido, boa noite.

    O olhar inquieto do garoto passeava pelo local em que estávamos, e paravam sempre que encontravam a faca em minha mão. Um sorriso havia tomado meus lábios, eu realmente estava feliz com aquilo, mas isso iria melhorar. Eu faria isso melhorar.

    Eu estava pronta. Pronta para acabar com a vida de Yeonjun, pronta para ver a tristeza de seus amigos e familiares, sabendo que eu era a culpada, pronta para transformar a vida de seu namorado em um inferno.

    Eu estava pronta, mas fui interrompida por uma voz masculina, que chamava por Choi em um tom baixo. Virei-me, logo procurando o dono de tal timbre, porém, logo percebi: estavam tentando acordá-lo do pesadelo que criei para ele.

    Quando voltei a olhar para o menino para acabar com aquilo de uma vez, ele já não estava mais lá, tudo a minha volta sumia de repente, droga, ele acordou.

    Corri, corri o mais rápido que pude, deveria escapar do pesadelo, se não morreria nele. Quando estava quase chegando na saída, tudo ficou escuro.

    Eu não havia conseguido sair do sonho.

Dreams [💦] chuuves (loona)Onde histórias criam vida. Descubra agora