capítulo 6

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                            Falcão

Cheguei no baile e a quadra já tava lotada de gente, cumprimentei todos que falavam comigo e subi pro "camarote", os meninos já estavam ali, o Neguinho tava fumando e o Tatu tava bebendo.

De todos, os que mais confio aqui é o Neguinho e o Tatu, o Tatu ainda é um vapor, mas já já eu subo ele, até que ele tá se esforçando muito.

Falcão: fala seus arrombados - cumprimento eles com um toque e fico no meio dos dois observando o pessoal aqui de cima.

Neguinho: demorou em princesa da Disney - debocha e apaga seu beck.

Tatu: se tu for casar, é capaz de tu se atrasar ao invés da noiva.

Dou um tapa na cabeça dos dois e saio dali pra pegar uma cerveja, depois volto pra onde eles estavam e reparo que os dois tão olhando algo bem concentrados.

Olho pra onde eles estavam olhando e puta que pariu o que que é isso Jesus, a tal da amiga da Fernanda tinha acabado de chegar, ela tá muito gostosa naquele vestido vermelho.

Porra que mulher viu, acho que não é só eu que acho isso, até porque todo muito do baile parou pra olhar ela.

Neguinho: a novata vai se dar bem aqui viu, aonde chega para tudo, mulher do caralho.

Olho pro neguinho e vejo que mais alguém também tava olhando ele e pra minha surpresa era a minha irmã, a Julia, ela percebe que eu estou olhando pra ela e desvia o olhar do neguinho pro palco. 

Eu espero que isso não seja o que eu tô pensando, eu não quero nem sonhar que eles dois estão ficando ou que ela tá gostando dele, ele é meu amigo e tals, mas sei muito bem que esse arrombado só quer comer todas as bucetas por aí.

E sinceramente não quero isso pra minha irmã, não quero ela sofrendo por marmanjo nenhum, ela é muito nova e quero que ela tenha um futuro brilhante que eu não tive.

Sempre foi eu e ela, por isso cuido muito bem dela, ela era muito nova quando nossa mãe morreu de overdose, então desde cedo tive que ter uma responsabilidade que era muito cedo pra mim.

Cuidar de uma irmã e ser meio que uma figura paterna pra ela era meio difícil, pois nunca tive uma figura paterna, meu pai era um drogado que vivia batendo e forçando a minha mãe se drogar com ele,o que fez ela ficar viciada e ter uma overdose.

Onde está ele? Ninguém sabe, ele fugiu quando alguns bandidos foram cobrar ele do dinheiro das drogas que ele pegava e não pagava, o covarde simplesmente fugiu e quem teve que pagar o pato? Sim, eu mesmo, acabei tendo que ajudar na boca pra pagar as dívidas do meu pai com meu dinheiro e foi assim que eu fui subindo e virei dono do morro.

Volto a realidade quando neguinho me cutuca apontando pra baixo, olho automaticamente pra um cara que tentava algo com a Alice, enquanto a mesma parecia não querer.

Desço do camarote passando pela multidão com um pouco de dificuldade, mas não demora muito pra eu chegar perto deles, já ia separar aquilo ali, mas sou surpreendido quando vejo Alice dando um soco no cara.

Caralho essa mulher a cada hora me surpreende e me faz ficar com vontade de conhecer ela e sua história. Quando vejo que o cara ia pra cima dela, coloco minha mão no ombro do moleque fazendo o virar pra mim.

Falcão: qual foi otário? Vai bater em mulher - ergo uma sobrancelha o olhando, vendo o mesmo sem reação alguma - aqui não parceiro, rala daqui.

Vejo ele se virar pra Alice a olhando uma última vez e sair, olho ao redor e vejo que todo mundo estava nos olhando.

Falcão: tão olhando o que? Perderam o cu aqui foi - falo alto para todos ali me escutar - TÃO OLHANDO AINDA PORQUE CARALHO?

Quando vejo que todos voltam a curtir o baile, me aproximo da Alice vendo ela tomar sua bebida normalmente, como se a minutos atrás nada tivesse acontecido.

Alice: perdeu alguma coisa aqui?

Essa garota tem algum problema, só pode.

Alice: Ah pera, eu devia agradecer por você ter mandado o cara embora? 

Falcão: tu tá chapada por acaso? - olho confuso pra ela.

Alice: se veio aqui perguntar se eu estava bem como o "cavalheiro" que você é - ela fala com tom de ironia a parte cavalheiro e toma um gole da sua bebida - eu tô bem sim, mas não foi dessa vez que você chegou na hora pra me salvar caro príncipe - faz uma voz irritante tentando imitar uma "princesa".

Falcão: ou tu bebeu muito ou aquele cara colocou algo na sua bebida.

Alice: ue, porque?

Falcão: que porra é essa de te salvar?

Alice: é porque sempre quando acontece isso com uma mulher, normalmente vem um "princepe encantado" para defender a princesa  de algo ou sla o que.

Falcão: desde quanto tu é princesa?

Alice: realmente não sou princesa, sou rainha - manda um beijo no ar pra mim falando convencida - todas as mulheres são rainhas meu querido.

Falcão: tá bom "rainha"

Olho pra multidão e vejo o Neguinho com os braços envolta da cintura da minha irmã, não demora muito pra eu ir lá, empurrando algumas pessoas.

Falcão: que porra é essa aqui?

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