Entre as ruas da cidade
Em cada beco, em cada esquina
Não me recordava de nada que via
A tal cidade eu não conhecia,
A cidade em que eu habitava
Não havia um porto seguro,
Só havia nela um castelo
Brilhando atrás do muro.
Nem portões haviam lá,
Tampouco uma sequer janela;
Apenas uma pequena porta
Que de tão pequena, pequena eu deveria ser.
Tentei dizer "abre-te sésamo",
Mas não fazia sentido
Um castelo no meio do nada
Do nada não seria aberto.
Por fim, procurei o tal pedaço de bolo,
Aquilo sim fazia sentido,
Uma portinha ali em frente
Não caberia marmanjo qualquer
Com o bolo esperava-se um bilhete,
Me pedindo para o comer.
O que eu vi seria um cartão,
Me dizendo então,
Que aquele castelo colossal
Seria meu castelo mental.
Eu fiquei assustada ao perceber que esse lugar tão complexo
Era eu mesma .
Mas tal coisa fazia todo sentido,
Pois nem dentro eu consegui entrar
E, até agora esperando do lado de fora
Temendo a chuva chegar
Acho que vou embora.
O país das maravilhas não é para mim.
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voz das flores
PoetryPoucas palavras, muitos sentimentos. Talvez você não leia isso, Mas se ler... Saiba que... Sinto muito. (mas, de qualquer forma, você não vai ler) ...