Vale dos ventos

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Olá amados,

Hoje trago para vocês um pouco de KakaIru e espero que vocês gostem.

Para quem conhece a "Divina comédia", poema de Dante Alighieri, vai conseguir perceber que me inspirei na obra para fazer essa one-shot.

Se não conhece também, não é um problema. Depois é só dar uma pesquisada e ver melhor, quem sabe vocês não se interessam.

"Sou um pecador" São essas as palavras que sempre digo quanto seu toque gelado penetra minha camisa de maneira depravada. Tento como em todas as vezes resistir, mas o que acontece em seguida é totalmente diferente do que gostaria de fazer. Em instantes minha mente se torna um verdadeiro inferno e aos poucos vou chegando ao purgatório a procura da purificação divina.
Esse vício é destruidor, consumidor e devasto, onde por um mínimo toque eu abandono o paraíso por essa paixão não consumada. Estou perdido na selva e não posso mais usar a razão. Não sou mais digno disso, nunca fui e se depender dele nunca serei.

Em sua face a um sorriso e em seu corpo lacunas onde apenas eu consigo preencher. Ele me encara e eu aproveito os poucos segundos de pura inocência do meu garoto. Já não me encontro em minha juventude, na verdade já não me encontro em mais nada que não seja ele.
Passo uma das mãos pelos fios grisalhos. O espelho a frente não mente sobre mim, quanto a ele, se engana com o reflexo de uma inexistente bondade. Tão esguia é sua forma e tão sem vida é a minha. Tão velho é meu corpo e tão estulto é minha alma.

Desisto. Por que tentar lutar contra, quando seus lábios se chocam aos meus?

Não há nada mais para fazer. Fecho os olhos. Minha pele queima, minha consciência sobre meus atos não existe. Mas isso é bom, não é?
Nós fazemos nossas próprias leis.

Sua boca penetra minha camisa me fazendo arfar excitado. Minhas roupas já não são capazes de prender minha luxúria, minha idade já não está em julgamento e sem o mínimo amor aos meus princípios, eu digo o que ele quer ouvir. Sua cabeça se levanta para me encarar. Existe calor em seus olhos e doçura em seu corpo.
Ele repara, quer me provocar, não pensa em seus atos. Minhas orbes acompanham o movimento. O roupão cai sobre a cama e eu o observo completamente nu.

_Essa é toda a riqueza que possui. -Ele abre os braços e lentamente eu me aproximo.

Intenso, provocador esse é o Iruka que agora conheço. Não fingimos, não jogamos, somos reais e completos. Minhas mãos acompanham seu corpo, seu membro pulsa entre meus dedos e seus olhos reviram excitados a medida que eu o masturbo.
São movimentos vagarosos que se tornam rápidos. Minutos vão se passar até que seu líquido esteja sobre meus dedos.

Um, dois, três... seis, sete... Ele arfa excitado. Sua garganta o denuncia, seu corpo treme e ele chama meu nome.

_Kakashi -Ele diz novamente. _Por favor, professor. -Porém desta vez ele joga sujo.

Quer me ver enlouquecer, jogar a toalha, ir contra a selva me jogando para dentro da sala do julgamento. Mas foi ele quem escolheu, que quis ser mais do que um universitário. Correu de sua pacata vida para os braços de um amante, um devasso imoral que agora já não sabe mais o que fazer.

Sua garganta profere palavras sujas enquanto seu corpo sofre com espasmos. O líquido cai sobre sua barriga e ele sorri libidinoso. É minha vez, mas nós sabemos o que eu realmente quero.
Sua língua me sacia, mas seu interior é a morada de minha imoralidade. Meus olhos o mostram esse desejo e ele entende se levantando da cama.

Ele abre uma gaveta e pega de lá um objeto de nosso uso regular. Me entrega sem demora e novamente se joga sobre os lençóis.
O crucifixo em seu pescoço se destaca ainda mais fazendo seu brilho prateado reafirmar o meu pecado a Deus. Mas não posso me importar agora, minha consciência é uma dualidade barroca e eu já não consigo mais escolher.

Derramo o líquido gelado sobre meus dedos e o encaro uma última vez antes de penetrá-lo. Vejo em sua face que está gostando e começo a movimentá-los em um vaivém ritmado. Ele geme e suplica para que eu continue a invadi-lo. Não paro até que se sinta pronto e com calma abro minha calça levando meu pênis até sua entrada.

O calor daquele lugar me abraça e eu me sinto pronto a penetrar mais fundo naquele inferno imoral. Ele geme, geme tão alto que começo a me movimentar em um ritmo mais rápido. Quero saciá-lo, devorá-lo, marcá-lo como minha mercadoria.
É isso que ele gosta. Gosta de ser meu tesouro, meu objeto de grande poder a qual daria tudo para ter. Gosta também de ser buscado e alçando por um fraco mascote do diabo.

_O seu corpo ama isso. -Digo para Iruka. _Ele ama ter um dono.

_Sim. -Sua voz sai baixa, embriagada pelo prazer.

Eu continuo, seu interior está apertado, como se me engolisse. Um corpo traiçoeiro que facilmente recupera o prazer. Eu já não consigo mais me segurar e sem um mínimo traço de racionalidade o puxo para sobre meu colo, como se fosse um animal no cio.

Contínuo até está satisfeito o puxando com mais força para perto de mim. Seu rosto se enterra em meu peito e com mais duas estocadas, me derramo em seu interior. Começo a masturba-lo novamente e sem demora ele goza desabando sobre mim completamente cansado.

Seu frágil corpo fica colado ao meu enquanto minha sanidade volta fazendo com que perceba que novamente passei por todos as partes do inferno, me encontrando com o purgatório onde fujo nesse instante até o paraíso de seus olhos.

Meu quarto está marcado pela ambição e seu corpo com meu nome. Sei que esse céu é temporário, mas quando chegar a hora enfrentarei as tormentas desse furacão e os turbilhões de ventos que nunca param, pois se Cleópatra e Aquiles foram capazes eu também serei para defrontar o inferno de minha paixão.

E então?

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