A CABANA

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  Cansado de correr por várias horas sem parar, o garoto finalmente resolve em descansar um pouco. Ao se encostar na árvore, observa que o bebê estava dormindo tranquilamente dentro do cesto. Seus olhos logo se encheram de lágrimas, e pensou em como aquela noite foi um verdadeiro inferno, deixou ser levado pela a tristeza que sentia. Saber que seu irmão foi quase morto por ser vítima de um demônio, a destruição de sua própria aldeia onde nasceu, e a perda de seus pais, sentia seu coração destruído por completo. A dor que sentia em seu peito era enorme, que sua vontade era gritar bem alto, mas sabia que não podia fazer tal ato, para não ocorrer o risco de ser encontrado. Resolveu então sentar-se e manter-se bem quieto, enquanto vigiava o local por um tempo, e não demorou muito para que caísse logo no sono.

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   A claridade da luz, refletia bem fraco em seu rosto o que fez sentir um pouco incomodado pela a iluminação do sol. Abriu os olhos lentamente ao ponto de se acostumar com a claridade do lugar, mesmo estando rodeado por árvores o local ainda permanecia bastante iluminado. Olhou para a frente com intenção de se lembrar do que havia acontecido, ao se compor, as memórias logo vieram em mente, e lembrou-se de como havia chegado ali. Levantando-se devagar, olhou para os lados a procura de algo, ao olhar para o chão ao seu lado, viu que a criança dentro do cesto já estava acordada. O mesmo estranhou pelo bebê não ter chorado ainda, olhou em seus olhos e viu que os mesmo estavam vermelhos, suas pupilas não estavam como de uma pessoas qualquer, e sim parecido mais como um animal selvagem ao ponto de atacar sua presa, enquanto se mantia com um sorriso.
   Assustado, o mesmo dá dois passos recuando para trás, não conseguia acreditar de ter visto aquilo, pensava que devia ser apenas sua imaginação, não era real. Aproximou-se novamente para perto do cesto e olhou para a criança, viu que os seus olhos estavam azuis, e não vermelhos como havia visto. E que o mesmo escutava atentamente o barulho que as árvores faziam por conta do vento, observou que tudo ao seu redor estava bem quieto, resolveu chorar para quebrar o silêncio. Fazendo assim que uma ventania se instala-se pela a floresta, as folhas das árvores logo saíram voando pelo os ares, deixando apenas que os galhos ficasse expostos. O local havia ficado cheios de folhas em tons amarelados pelo o chão, quem via achava que já estava na estação de outono.
  Impressionado com mudança repentina do tempo, o garoto observa a pequena criança a sua frente, e o vê distraído com uma pequena folha que voava na direção de seu rostinho tocando em seu nariz, o que provocou cócegas e espirrando logo em seguida. Rindo da situação, o garoto escuta algo se aproximando, em alerta apenas segurou na alça do cesto bem firme, e foi apressando os passos, se afastando. Ao perceber que estava distante o suficiente de onde ouviu o barulho, desacelerou os passos, e resolveu ir caminhando calmamente. Mas não havia percebido por onde estava andado, acabou se perdendo no meio da imensa mata.
  Aguns animais faziam barulhos e o assustava cada vez mais. O medo, o dominou por completo, além de perceber que podia ter alguém que estariam atrás deles, podia também acabar virando alimento dos animais selvagens que tinham por ali. Ainda caminhando, encontrou uma enorme moita que cobria o caminho a sua frente, mas isso não era um motivo de impedir, o atravessou. A moita continha espinhos por toda a área, o que causou ferimentos pelo seu corpo, deixando vários que arranhões profundo, mesmo assim conseguiu atravessar o mesmo, encontrando uma pequena cabana do outro lado.
  Respirou fundo, e andou até chegar em frente à porta, assim, batendo na mesma com a intuição de alguém abri-lá. Não demorou muito, para que um homem que aparentava ter uns cinquenta e nove anos aparecesse abrisse.

  — Olá, senhor... — Respondeu timidamente com um sorriso ao mais velho.

  — Olá, meu jovem. — Respondeu retribuindo ao mesmo. — O que o trás aqui? — O mesmo permanecia segurando um cachimbo em sua boca, fazendo assim com que a fumaça saísse voando pelos os ares.

  — Por acaso o senhor tem algo para comer... Estou com fome. — Disse bem calmo ao mesmo, que o olhou de cima a baixo, vendo suas vestes rasgadas e os ferimentos pelo o corpo do garoto.

  — Desculpe garoto, mas no momento, estou quase sem nada em meu armazém... — Falou enquanto jogava fora as cinzas de seu cachimbo no chão. — Seus pais devem estar preocupados com você, não é mesmo?

  — Eles... morreram em um acidente na noite passada. — Uma expressão de tristeza surgiu em seu rosto, o que não passou despercebido ao homem.
  Vendo a expressão triste no rosto do menino, o mesmo sentiu pena por vê-lo naquele estado tão deplorável. Resolveu dizer ao menino...
 
  — Gostaria de fazer companhia, em minha humilde residência? — Disse o mais velho. Os olhos azuis do garoto a frente brilharam como pequenas estrelas no céu. Surpreso, o garoto apenas balançou a cabeça em sinal de positivo, assim recebendo um sorriso de felicidade do mais velho. — O que está esperando? Entre... — Falou direcionando as mãos em sinônimo de passagem para entrar. Sem esperar, em pequenos passos, o menino foi entrando para dentro. A estrutura de todo o local era bem pequena, todos os móveis era feitos de materiais de modelos antigos, o que deixava o local aconchegante e bem simples. — Sinta-se a vontade. — Exclamou.

  — Sua casa é bem bonita. — Disse enquanto observava. — O senhor mora aqui sozinho? — Perguntou curioso, recebendo em resposta, um sinal de positivo com a cabeça.

  — Antes eu costumava a morar aqui com meu filho, mas agora, ele tem sua própria casa na grande cidade. — Ao dizer, percebeu o olhar de surpreso do garoto para si.

  — Na grande cidade? — Repetiu ainda surpreso.

  — Sim. Bem distante, não? — Falou, sendo retribuído como resposta em sinal de posição.

  — Meu sonho é ir para lá um dia! — Disse esperançoso. — Mas para isso acontecer, vou ter que trabalhar bastante pra sustentar a gente.

  — A gente? — Perguntou duvidoso, arqueando a sobrancelha.

  — Sim, eu e meu irmão! — O mesmo disse descobrindo a criança de dentro do cesto. O homem a sua frente, se surpreendeu por ver a pequena criança dormindo calmamente. Durante esse tempo inteiro, não havia notado que podia ter mais alguém além do garoto.

  — Entendo... — Disse dando um sorriso ao ver que a pequena figura a sua frente se encontrava em um sono profundo. Mas, é interrompido quando escuta algo roncando a sua frente, ao olhar percebeu que o garoto mantinha sua mão esfregando a barriga. Sorriu ao ver a cena. — Irei ver se consigo preparar algo para vocês comerem, e também darei um jeito de encontrar algo para limpar essas feridas pelo seu corpo... — Disse se levantando e indo em direção à cozinha. Não demorou muito para que o mesmo aparecesse com um prato cheio de biscoitos entre outras guloseimas, e um copo de leite. — Aqui, coma isto. — Disse colocando em cima de uma pequena mesinha.

  — Nossa. Isso é muita coisa... — Disse surpreso pela a quantidade de alimento que havia em sua frente. O homem apenas sorriu de sua expressão.

  — Oras, não precisa ficar surpreso. Enquanto estiverem comigo, não deixarei nada faltar a vocês dois... — Sorriu ao mesmo.

  — Obrigado. Mas não precisava de tudo isso, Senhor...

  — Me chame apenas de Hiruzen, garoto. — Disse enquanto acendia outro de seu cachimbo.

  — Meu nome é Menma Namikaze! E este é Naruto...— Apontou para a pequena criança que ainda estava dormindo a sua frente. — É um prazer conhecê-lo, Hiruzen... — Apenas sorriu gentilmente para o mais velho.

  Vendo a alegria que o garoto expressava em seu rosto, Hiruzen apenas retribuiu o mesmo sorriso para Menma, dizendo logo em seguida... — O prazer é todo meu, Menma. — Disse se aproximando mais do cesto, olhando diretamente para o rosto da criança e logo após dando um sorriso calmo. — E você também, Naruto...

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