Os olhos se abrem lentamente e a primeira coisa que viu, e que vê sempre, é o teto branco e um pouco sujo de seu quarto. Se sentou em sua cama e começou a se espreguiçar e bocejar, esfregar seus olhos e por fim, se levantar e ir até ao seu banheiro, entrando e se deparando com o espelho largo, sujo e totalmente trincado, onde pode perceber que o tal tinha recebido um soco com força.
As lembranças vagamente brotavam em sua mente, a raiva que sentiu a anos atrás voltava, sentindo seu peito doer e ficar ofegante, sentindo o mundo se calar perante ele e assistir aquilo sentado em meio de uma platéia enorme apreciando o rapaz; ele se encostou na parede gélida e sentindo um leve arrepio. A sua ansiedade estava atacando. Expirou, respirou, expirou e respirou, fez isso diversas vezes até voltar ao normal.
Voltou a olhar novamente para espelho, encarando seu reflexo e vendo sua pele pálida e cabelos negros entre sua visão. Bem-vindo de volta, Cesar; pensou. Se ergueu e tirou suas roupas largas, jogando todas no cesto, entrando no boxer e tomando uma boa ducha gelada para acordar, lavava seu cabelo enquanto pensava em milhares de coisas mas ao mesmo tempo, nada.
Quando terminou, já estava em seu quarto novamente com uma toalha na cintura, escolhendo suas vestes que era sempre o mesmo, algumas blusas de frio e agasalhos, calça jeans escuras e tênis surrados. Jogou suas coisas em sua mochila e jogou nas costas, saiu do quarto e desceu das escadas.
As paredes eram brancas e molduras de pinturas e fotos, o chão de madeira escura, e o local cheirava a bacons com ovos fritos, andou até a cozinha lentamente, vendo gigante atuado, cheio de cicatrizes e com avental rosa na frente do fogão. Era inevitável não achar graça e dar algumas risadas ao ver a cena. Ele se virou e sorriu, acenando com suas luvas da mesma cor do avental.
— Bom dia, filho'u! — disse ele com seu tom animador, colocando a refeição no prato. — Dormiu bem?
— Bom dia, Christopher. — se sentou onde o gringo pôs o alimento, começando a comer. — Dormir... normal, como sempre, e o senhor?
— Eu digo'u o mesmo, apesar da cama ser ainda mu'to pequena para mim.
Ele já estava sentado a sua frente, comendo o café da manhã e ainda matinha aquele sorriso, mesmo que tenha acontecido tantas coisas nesses últimos meses, ele continua sorrindo. Como ele consegue? Como ele lidava com aquilo tudo? Essas eram as perguntas que Cesar queria fazer, mas não tinha coragem, e também não tinha mais nove anos. Agora ele tem trinta anos e trabalha numa empresa de designer eletrônicos, ajudava seu pai sempre que precisava, precisava lidar com a dor.
— Nossos amigo'us estão vindo'u para cá, passar uns dias e conhecer a cidade'h, espero que você consiga vir mais cedo para recebê-lo'us. — Chris olhou para o filho, que já terminava sua refeição as presas para logo sair da mesa e ir embora.
— Claro, claro, vou tentar vir o mais cedo possível. — e sem encarar o mais velho, levantou e levou seu prato para a pia, pegando sua mochila e indo em direção da saída.
E quando saiu, apenas escutou o berro do seu pai, dizendo que o amava. Apenas ignorou e continuou seu caminho até a estação para pegar seu trem e ir direto para o trabalho. Suspirou brevemente; aquele dia seria longo e entediante, ele sentia.
.uwu.
O som das teclas batidas era o barulho do local, vozes de pessoas conversando era breves e baixas, o local era bem arrumado, apesar de algumas mesas estarem bagunçadas com papeis ou documentos, o que era uma das suas, apressado, correu até ela e se sentou, tirando seu material e organizando as idéias em cima das superfícies de madeira, pegou seu lápis de uma certa numeração e começou a rabiscar em uma folha limpa e nova. Era para o novo notebook e o presidente daquela empresa tinha gostado das idéias de Cohen e ele precisava dar o seu melhor, era sua primeira vez trabalhando em uma empresa multimilionária e não ia sair tão cedo.
Horas se passaram e ele já tinha terminado, só estava esperando o momento certo para chegar perto da secretária e avisar que já estava acabado, para assim, anunciar o todo podero para ele apresentar. Mas, enquanto isso, o rapaz estava desenhando em seu pequeno caderno, uma mulher de cabelo curto com um sorriso radiante, abraçando um garotinho em seus braços e um homem ao lado dela. É, você já pode imaginar quem era aquela família feliz.
Cesar segurava ao máximo para não chorar ou gritar em público, e felizmente não fez nenhum dos dois, estava cada dia evoluindo e conseguindo se controlar, o que era bom, para certas coisas. Mas, manteve-se assim até surgir coragem o suficiente dentro de seu peito para ele se levantar com seus projetos e ir até a secretária e fazer tudo que estava planejando.
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Nota: OI, OI GENTE! Tudo bem com vocês?! Espero que tenham gostado do primeiro capítulo, e me desculpe por estar tão pequeno, eu queria postar logo e não encher tanta a linguiça, pra não ficar chato, nem nada. E também pelos erros ortográficos — caso tenha, é claro. Enfim, em breve esterei com o novo capítulo! Tchauzinho!
p.s.: aceito críticas CONSTRUTIVAS e idéias para acrescentar. :)
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scketchbook - joesar.
Fanfictiono mundo de cesar é feito por rabiscos que transmite pensamentos em seu pequeno scketchbook e ele se apaga quando some de sua bolsa, por sorte, o caderno é devolvido são e salvo por um garoto muito gentil.