2- Problemas Familiares

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Bom, eu tenho que admitir, a Gabi foi bem... pontual.

Após 20 minutos um carro se aproximou de mim, logo a vi sair dele. Ela começou a andar em volta do carro.

-O que está fazendo? -levantei uma sobrancelha.

-Verificando se você realmente não bateu.

-Nossa! -a encarei com uma expressão triste, mas logo começamos a rir.

Entramos no carro, Matheus nos seguia no carro dele. Conversamos sobre várias coisas, então ela perguntou da lanchonete.

-Ela é temática! -respondi- Ela é toda decorada estilo anos 80, os donos são muito simpáticos.

-Você conheceu os donos?

-Sim, são um casal. A mulher é garçonete e o homem é barista, o filho deles é garçom.

-Ele é bonito? -ela sorriu.

-Quem? O barista?

-Não, burra, o filho deles.

-Ah! -coloquei a minha mão no rosto- Eu não reparei nele, mas parando pra pensar ele é bonitinho sim. Por quê? Você vai trair o Matheus?

-O que? É claro que não! -ela fez uma careta- Eu ia dizer pra você investir, você não tem vontade de viver um romance de verdade?

-Mas nas histórias não é com um garçom, geralmente é o vizinho, ou esbarrando em alguém na faculdade, ou...

-Como você disse, nas histórias! A vida real não é assim, acorda pra vida. -ela deu um tapinha na minha cabeça- Eu, por exemplo, conheci o Matheus em um zoológico!

Soltei uma risada na hora.

-O que?! -me ajeitei no banco, ficando de frente para ela.

-Sim! Ele era o cara que era pago só pra limpar o cocô dos animais!

-Nossa...

-Esbarrei com ele quando eu estava na frente da sala de manutenção tomando um sorvete, ele abriu a porta e o meu sorvete voou na camiseta dele. Eu me ofereci pra comprar uma nova e tarã! Estamos aqui, 3 anos de namoro.

Eu não conseguia parar de rir! Esse tipo de história não está nos meus livros.

-Para de rir! -ela batia levemente no meu braço- A questão é: a vida não é como os livros, tenta se soltar mais.

-Eu sou tímida de mais pra isso, nunca que eu vou chegar em um garçom e falar "oi estou afim de você, gostaria de sentar nessa mesa e conversar comigo?"

-Quem fala isso quando chega em alguém? -ela estava fazendo a careta de novo- Meu Deus garota você é muito inexperiente.

-Obrigada. -revirei os olhos.

-Já sei, acho que a gente deveria frequentar festas. Assim você pega o jeito.

-Festas? Não, obrigada. -cruzei os braços- Você sabe que isso não é pra mim.

-Mas é claro que é! Você adora música, não é?

-Sim.

-E gosta de dançar, não é? -ela levantou uma sobrancelha, convencida.

-Sim, mas...

-Mas nada! Nós vamos a uma festa amanhã.

-Nem adianta eu dizer não, não é?

-Isso mesmo.

Suspirei, olhando pela janela. Percebi que já estávamos na minha rua, e logo chegamos a minha casa. Quando eu abri a porta pra sair a Gabi segurou meu braço.

As Vezes Eu Sonho AcordadaOnde histórias criam vida. Descubra agora