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Eu conseguia pensar em milhares de jeitos diferentes para terminar a noite, e nenhum deles envolvia uma delegacia, que por coincidência, (ou não) é exatamente onde estou.

Acho que minha mãe tinha razão quando dizia que eu tinha um ímã para problemas, de um jeito ou de outro, estava sempre metida em um. Mas em minha defesa, dessa vez a culpa não foi minha, pelo menos não a maior parte dela.

Era só uma noite na balada, com as amigas. Mas, graças a minha propensão para o desastre, transformou-se em um pesadelo.

Levando em consideração o meu extenso histórico de me envolver em confusão, eu tinha decidido ficar sentada apenas aproveitando minha bebida. Não importava se eu estava sozinha enquanto minha amigas estavam, sei lá, se pegando com o primeiro babaca do sexo oposto que se metesse no caminho delas.

Eu estaria fazendo o mesmo que elas, caso não estivesse ocupada evitando problemas.

Foi então que eu percebi uma coisa: não sou eu que procuro problemas, eles que me procuram, notei no instante em que o barman entrou no meu campo de visão.

Nossa senhora dos homens lindos, que homem era aquele.

O cara praticamente exalava sedução. Parecia que Deus tinha pegado toda a beleza do mundo e colocado exclusivamente em uma pessoa. Tudo bem, talvez eu estivesse exagerando, mas nada mudava o fato daquele homem ser um deus grego, e dos mais gatos.

Eu devia parecer uma maluca (na verdade​ eu era, mas o barman gato não sabia disso) olhando para ele tão descaradamente, em minha defesa, ele era lindo demais para não olhar.

— Quer outra bebida?

Puta que pariu, até a voz dele parecia extremamente sexy, do tipo que desperta os pensamentos mais impuros possíveis.

Pisquei algumas vezes até perceber que ele estava falando comigo. Intercalei o olhar entre meu copo vazio e os olhos negros do homem a minha frente.

— Sim. Outra dose de tequila.

Ele sorriu de lado antes de entregar minha bebida. Por Deus, o sorriso dele era extremamente lindo, será que esse homem não tem um defeito? Como eu nunca tinha visto ele em todas as minhas idas ao Hell (nome da boate).

— É que eu comecei a trabalhar aqui hoje.

Pisco incrédula, ainda sem acreditar que tinha pensado em voz alta. Me recuperei rapidamente da surpresa.

— Foi uma das melhores contratações dessa boate, devo dizer.

Lancei-lhe o meu melhor olhar sedutor. O cara era gato demais para eu não flertar com ele. Certo que o fato dele ser gato podia me deixar insegura, já que eu não sou nenhuma rainha da beleza, mas eu era bem bonita diga-se de passagem. E também, mesmo não sendo muito boa com flertes, não custa tentar a sorte.

— Se todas as clientes forem bonitas como você, então estou seguro de que estar aqui é uma coisa boa.

Acompanhei os movimentos da boca dele completamente hipnotizada.
Ele estava devolvendo o meu flerte? Era isso mesmo?

Antes que eu pudesse sequer pensar em dizer alguma coisa, a pessoa que eu menos queria rever na vida aparece.

Chad Belford.

Meu ex-namorado.

Os cabelos levemente loiros estão propositalmente jogados para todos os lados, como se fizesse muito tempo desde a última vez que viram um pente. A combinação do cabelo despenteado com a barba por fazer deixavam ele muito bonito. A postura, como sempre, altiva e confiante. Só os olhos verdes que estavam meio estranhos, do jeito que costumam ficar quando ele estava bêbado.

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⏰ Última atualização: Jul 06, 2022 ⏰

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