- (S/N), você ainda vai ficar acordada? – Aoi veio ao meu encontro enquanto bocejava, já era bem tarde afinal.
- Sim, pode ir descansar. Eu tranco tudo e apago as lamparinas. – Sem contrariar ela foi em direção ao seu quarto.
Fiquei ali tomando o resto do meu chá enquanto a noite ia passando, talvez depois todos esses anos trabalhando na casa kyougoku eu tenha me acostumado a passar a noite em claro. Os remédios me davam sono, então antes não era um problema dormir.
Olhei para a ponta dos meus dedos, eu ainda podia sentir o toque suave da pele do Uzui. Logo depois ele se levantou em um pulo e foi embora, as mulheres poderiam ficar preocupadas se ele chegasse tarde demais.
Naho deu um punhado do doce para que ele levasse para casa, ele pareceu ficar feliz com o presente. Eu permanecia em silêncio e atordoada com a proximidade dos nossos rostos.
Observei o céu cheio de estrelas, não me lembrava da última vez em que tinha noites tão tranquilas como essas, torcia para que esse sonho nunca acabasse. Fui me deitar quando o céu já começava a clarear, eu teria que acordar cedo ainda para ajudar as meninas.
Mas a sensação do toque na pele do Uzui continuou me incomodando.
Ainda era bem cedo quando Uzui apareceu, alegando que seu olho doía e que Shinobu teria que examinar. Aoi o deixou na enfermaria enquanto Shinobu voltava da sua missão, mas ele insistia em ficar andando atrás das meninas e ajudando nas tarefas.
- Uzui-san, você deveria ficar descansando se seu olho está doendo. – Kiyo tomou das mãos do homem o esfregão. Ele pegou de volta como uma criança birrenta.
- É meu olho que dói, meus braços e pernas funcionam extravagantemente! – Então eles decidiram começar uma disputa sobre quem esfregaria o chão, Uzui com todo o seu tamanho levantou o objeto em uma altura que a garota não alcançava.
- Posso levar uma bronca se Shinobu-san não me ver trabalhando! – Devagar ele abaixou e entregou o esfregão para a menina que saiu correndo, antes que ele resolvesse pegar de volta.
- O que eu devo fazer então? – Ele cruzou os braços, ele realmente era uma criança.
- Descansar? – Levantei a bacia cheia de água suja. Dei um passo ainda olhando em sua direção então não notei que havia alguém parado a minha frente.
Vi com desespero a água se derramar sobre a roupa de seja lá quem fosse o homem. Na mesma hora me coloquei de joelhos.
- Desculpe, eu não estava prestando atenção por onde estava indo. – Pude ver os pés se aproximando devagar e parando sobre a poça de água.
- Você é estúpida?! – Meu corpo tremeu sob a voz ameaçadora. Fechei meus olhos me preparando para qualquer que fosse a forma dele me bater. Esperei por um momento até que olhei para cima.
Uzui segurava o punho fechado do homem, ele tinha o cabelo branco como o Uzui, mas era curto e grandes cicatrizes de batalhas anteriores marcavam seu rosto.
- Ela já pediu desculpas. – Ele vestia o mesmo estilo de roupas que os outros caçadores, então supus que ele também era um. O garoto deu um sorriso sarcástico ao olhar para o meu rosto.
- Você não é a prostituta de Yoshiwara? Não me diga que três não eram o suficiente, então teve que ir atrás de uma prostituta, Tengen. – Fiquei envergonhada diante das suas palavras, eu sempre seria lembrada como uma prostituta.
O punho do Uzui se apertou sob o pulso do homem menor, tive a impressão que se ele apertasse um pouco mais, ele se quebraria.
- Ela não é uma prostituta, ela se chama (S/N). – Eles se encararam por um longo tempo, sem dar o braço a torcer.
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Polisipo - Imagine Kimetsu no Yaiba! (Uzui x Leitora)
RomancePolisipo (adj.) Em grego, a palavra polisipo significa ''pausa na dor''. Depois de ver o lado mais obscuro dos homens, (S/N) luta para se descobrir e encontrar a verdadeira felicidade. Com a ajuda de Uzui Tengen ela se liberta finalmente da sua subm...