Capítulo Único

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POV: Minhyuk

Era o meu primeiro dia na praia do verão dos meus sete anos, eu estava sentado na areia enquanto construía um castelinho de areia e brincava com minha baleia de plástico, quando de repente uma bola de futebol em alta velocidade veio na minha direção e acertou o meu castelo, destruindo-o. Logo atrás da bola veio um menino correndo, mais ou menos da minha idade, na tentativa de para-la, quando ele viu que ela tinha acertado o meu castelo, ele disse:
- A minha bola destruiu o seu castelo? - Eu simplesmente assenti com a cabeça, pois a minha mãe havia me dito para não falar com estranhos. - Desculpa por isso, eu estava jogando futebol com o meu primo e a bola acabou escapando da nossa área. Mas se você quiser eu posso te ajudar a reconstruir o castelo. - Enquanto isso ele já se sentava na minha frente e juntava uma porção bem generosa de areia para reerguer o castelo.
Aquele foi um dia muito divertido na praia, enquanto nós refazíamos o castelo acabamos conversando bastante e percebemos que tínhamos muitos gostos parecidos, como desenho animado preferido, super-heróis favoritos e o nosso amor igualmente grande pelo mar e pela praia. O resto daquele dia nós passamos juntos e quando chegou a hora de irmos embora descobrimos que ambas as famílias estavam hospedadas no mesmo prédio. O resto daquelas férias foram repletas de risos, conversas e diversão, quando chegou o dia de dizermos adeus nós dois prometemos um ao outro que nos reencontraríamos nas férias de verão do ano seguinte.
Dito e feito, a partir daquele ano nós sempre nos reencontrávamos nas férias de verão até o ano em que eu completei onze anos, por isso eram as férias mais esperadas por mim, pois era quando eu poderia rever o Hoseok, apelidado carinhosamente por eu mesmo de Wonho. Contudo, no ano em que eu fiz doze anos a minha família passou por um problema financeiro, o que ocasionou na venda do apartamento e no cancelamento das viagens à praia. Eu fiquei extremamente triste pois sabia que não veria Wonho mais, pois nós não havíamos trocado telefones. Pode parecer uma coisa idiota, mas eu considerava a nossa amizade uma coisa exclusiva do verão, era como tomar um sorvete, pois tomar sorvete em outras estações não tem a mesma magia de tomar sorvete no verão; e por isso nunca trocamos informações para contato. Logo, conclui que havia perdido uma pessoa muito importante da minha história.

Dez anos depois:
Era um dia comum de faculdade e como sempre eu estava prestes a me atrasar para a primeira aula do dia, por isso estava eu correndo até o prédio em que ela se passava. Todavia, eu não imaginei que no meio do caminho iria esbarrar em um outro aluno, o que ocasionaria na queda de todos os esboços que eu havia feito no chão. Rapidamente eu me abaixei para pegar todos eles antes que o ventos os fizessem voar para longe, o rapaz que esbarrou em mim me ajudou a junta-los também, quando fui lhe agradecer eu vi o seu rosto e de alguma maneira ele me parecia familiar, mas eu não sabia responder de onde, ele tomou a iniciativa e disse:
- Desculpa por esbarrar em você, eu não vi você se aproximando. - Ele se desculpou, enquanto me entregava as folhas que ele havia juntado. - Pode ser que eu esteja sendo meio precipitado, mas eu gostaria de saber se eu não poderia te pagar um café depois da sua aula?
- Pode ser loucura, mas eu aceito - Eu lhe respondi meio estático por ele ter tirado as palavras da minha boca.
- Então quando a sua aula terminar nós nos encontramos naquela cafeteria na frente do laboratório de anatomia okay? - Ele me perguntou, enquanto ficava estralando os dedos, um sinal claro de nervosismo.
- Okay. - Eu lhe respondi ainda meio perdido na sua beleza.
- Você cursa artes visuais certo? - Ele perguntou, eu apenas assenti com a cabeça. - Você não está um pouco atrasado? Acho que a sua aula deveria ter começado a dez minutos atrás. - E naquele momento que eu percebi que eu ainda tinha que ir assistir aquela disgrama de aula sobre história da arte.
- Ai meu Deus, sim! Eu estou extremamente atrasado. - Eu falei enquanto olhava no meu relógio de pulso e já ia me afastando dele. - Nós nos encontramos as nove e meia, é bom você aparecer porque eu vou estra te esperando. - Eu praticamente lhe gritei isso.
- Eu não perderia por nada! - Ele gritou de volta, enquanto abanava para mim e sorria lindamente. Depois disso eu voltei a correr até a minha sala, porque a quantidade de faltas que eu tinha naquela matéria já eram muitas para eu me dar o privilégio de chegar atrasado.

Depois do fim da aula:
Eu sai apressadamente da sala e fui até o café que o garoto havia me dito, antes de entrar eu já o vi sentado em umas das mesas enquanto mexia no celular, senti-me aliviado por ele não ter desistido do convite. Eu nunca havia ido àquela cafeteria antes, mas vendo apenas a decoração eu já conclui que era um ótimo lugar para encontros. Eu entrei na cafeteria e fui na direção dele, quando ele ouviu o sininho da porta soando ele desviou os olhos da tela do celular, olhou para mim e me lançou um sorriso, cá entre nós um dos sorrisos mais bonitos que já vi em minha vida. Sentei-me na cadeira a sua frente e disse:
- Desculpa pela demora, o professor demorou um pouco para acabar a aula pois era uma revisão para as provas semestrais. - Eu disse, enquanto lhe olhava, agora prestando atenção em seu rosto.
- Não tem problema, eu só fiquei meio aflito pois achei que você havia desistido de vir encontrar-me. - Ele respondeu enquanto tomava um gole do café que havia em cima da mesa.
- Eu posso estar prestes a falar uma maluquice, mas eu tenho quase certeza que nós já nos vimos antes, o seu rosto parece tão familiar para mim. - Eu lhe disse, ele olhou surpreso para mim.
- Então somos dois malucos porque eu também tenho a impressão que já lhe vi antes. A propósito, o meu nome é Hoseok, mas todos me chamam de Wonho. - E foi nesse momento que o meu queixo foi para lá no chão.
- Pode repetir o seu nome? Acho que eu escutei errado. Você disse Wonho? - Eu perguntei rapidamente em choque.
- Sim! Por quê? - Ele perguntou extremamente confuso. - A gente se conhece?
- Você lembra que quando criança você ia a praia e lá você tinha um amigo que ficava hospedado no mesmo prédio que você? - Eu perguntei na esperança dele lembrar da minha existência.
- Sim, eu lembro, mas o que isso tem haver com... Pera lá, Minhyuk??! - Ele praticamente gritou a pergunta.
- Sim, sou eu. Eu achei que nunca mais iria te ver, parece que o destino está conspirando para que nós continuemos amigos. - Eu lhe respondi, um tanto quanto receoso pois foi eu que não apareci mais, estava com medo de que ele não me perdoasse por sumir do nada.
- Você não sabe o quanto eu fiquei chateado quando percebi que não lhe veria mais, mas o que aconteceu? O combinado não era que nós iriamos nos encontrar todos os anos nas férias de verão? - Ele perguntou enquanto algumas lágrimas saiam de seus olhos e escorriam por sua bochecha.
- Desculpa por sumir, meus pais passaram por problemas financeiros e para enfrenta-los eles tiveram que vender o apartamento. Eu entendo se você não conseguir me perdoar, mas eu realmente sinto muito por tudo que eu lhe causei. - Eu me desculpei e ao mesmo tempo estiquei a minha mão na sua direção e sequei as lágrimas que escorriam em sua bochecha.
- É claro que eu te perdoo, não foi sua culpa o que se passou, acredite se quiser, mas reencontrar você é uma das melhores coisas que já me aconteceu. - Ele respondeu-me enquanto sorria e inclinava a sua cabeça de um jeito em que seu rosto ficava escorado em minha mão.
- Acho que destino está realmente do nosso lado. - Eu lhe respondi sorrindo enquanto entrelaçava a minha outra mão com a sua que estava em cima da mesa.
E essa foi a história de como eu e o meu namorado nos conhecemos e nos reconhecemos nessa nossa história cheia de encontros e desencontros. Contudo, uma coisa é certa: o que o destino junta ninguém pode separar.

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