No Way

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"- Talvez se você não fosse tão narcisista, eu não estaria sofrendo tanto! – disse a latina a minha frente, que andava de um lado para o outro em meu quarto.

Aquela já era a terceira briga da semana. Dessa vez por conta das minhas saídas e bebedeiras noturnas.

- Droga, Lauren! Você ao menos tem noção do que fez? – falou parando em minha frente – Você me deixou sozinha Lauren, no meu aniversário.

A quantidade de álcool que eu havia consumido não me permitia sequer pensar no meu erro.

- Camz, me desculpa... – sentia minhas bochechas esquentarem e não demorou muito para que as primeiras lágrimas começassem a cair.

Àquela altura a latina já tinha notado o meu nível de embriaguez. E, por mais uma vez, deixou tudo de lado para cuidar de mim.

- Vamos, levanta daí – falou me estendendo ambas as mãos – Você precisa de um banho".

Meus pensamentos foram interrompidos pelo toque do alarme.

- Merda – falei levando minhas mãos ao meu rosto.

Minhas férias já haviam acabado, e só de pensar em reencontrar Camila novamente, me causava sete tipos de enjoos diferentes.
Eu não sabia como poderia ser, mas sabia que de qualquer forma, o que sinto por ela continua vivo, dentro de mim. Mesmo depois de todos os anos.

O relacionamento entre Camila e eu sempre foi muito conturbado, e admito, por minha culpa, que errei inúmeras vezes. Que não consegui me entregar inteiramente à ela. Por ter traumas, inseguranças, e cicatrizes que insistiam em me assombrar.

Por que você sempre tem que estragar tudo, Lauren?

- Chega de pensar, Jauregui – falei para mim mesma enquanto levantava da cama e ia em direção ao banheiro, lentamente.

Tomei meu banho quente e demorado, fiz a higiene bucal e logo saí do banheiro indo em direção ao meu closet. Naquele dia, optei por uma calça jeans preta um pouco rasgada nos joelhos, uma camiseta do Arctic Monkeys, meu All Star preto de botinha e um coque frouxo no alto da cabeça. Tomei um rápido café e não demorei muito a sair do apartamento, logo em seguida, entrei no elevador, observando meu reflexo no espelho que havia no mesmo.
Após descer todos os andares, travei por um instante na portaria. Podia sentir meu estômago embrulhar por completo. Meu nervosismo tinha nome e sobrenome.

Camila Cabello.

Em questão de minutos me vi dentro do táxi.
Nunca quis tanto que estivesse o maior trânsito. Porém não demorou para que eu tivesse total visão do prédio grande e cinza com aquela contrução antiga, onde trabalhava no jornal "The Garden". Ao entrar na enorme recepção do edifício antigo, recebi alguns sorrisos tímidos e acenos de alguns colegas que por alí se encontravam – agradeci mentalmente por não encontrá-la logo de cara – me encaminhei para o setor
quatro, onde trabalho desde que Ally, minha supervisora, havia reconhecido o meu trabalho, me dando assim um cargo melhor do que o antigo no setor de economia.

Ao adentrar, não me deparei com uma cena diferente da encontrada na recepção, recebi olhares contentes acompanhados de sorrisos tímidos, mas dessa vez, tinha aquela imensidão castanha me olhando, o que me fez paralisar completamente.

Sinto todos os tipos de borboletas em um grande conflito no meu estômago.

OPA!
Isso foi uma espécie de gay panic?
E cá estamos nós com mais um capítulo de No Way, espero que tenham gostado, se gostarem comentem bastante e compartilhem com os amigos!
Qualquer dúvida ou crítica, mandem mensagem aqui @fucklerns (twitter)
kisses, até a próxima!





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