A Festa...

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Logo pela manhã de domingo, eu e papai fomos a igreja. Reverendo Michael estava lá, sua palavra era de esperança e conforto.

__ Você dá conta mesmo? Tenho que ajudar o pessoal na organização para a festa de primavera hoje a  noite.

__ Tudo bem pai.__ Comecei a abrir o armazém.

Papai se juntou à alguns voluntarios que estavam decorando as ruas para a festa de primavera. Precisava trabalhar pela manhã, a tarde eu e os meninos iríamos passar o som da banda.

__ Ei, abriu agora?__ Peter chegou.

__ Sim! Meu pai acabou de sair.

__ Eu vi ele ali na rua.__ O garoto se sentou no banco.__ Papai já está arrumando a batería lá no palco.

__ Eu ainda tenho que ir em casa pegar minha guitarra.

__ Eu vou ajudar o pessoal na decoração tá! Mas tarde eu passo aqui com os meninos.

__ Tudo bem.__ Acenei para ele que partiu.

Pois é pessoal. Eu tenho uma banda, ela se chama Free Boys (garotos livres).

__ Eu deveria imaginar que você tem uma banda.

__ Bom dia pra você também Xerife. Você tem que parar de aparecer assim, desse jeito.

__ Como?

__ Do nada você aparece. Como o gênio da lâmpada. Eu acabo me assustando.__ Coloquei alguns biscoitos na prateleira.

__ Me desculpe, não foi minha intenção assusta-la.__ Ele me ajudou com as caixas.__ Como é o nome da sua banda?

__ Além de xerife, você também é empresário?__ Só quando terminei de falar que me toquei o quanto fui grosseira.__ Me desculpe, me desculpe mesmo. Não tive intenção de ser grossa.

__ Está tudo bem.

__ Free Boys...o nome da banda é Free Boys.

__ É um nome legal.__ Ele sorriu sem graça.

__ Xerife, vou te fazer uma pergunta. Seja sincero ok!?

__ Ok!

__ Porque vem aqui todos os dias? Porque insiste em puxar assunto? Eu não sou tão legal quanto aparento.

__ Já te falaram que você é interessante? Eu daria qualquer coisa pra saber o que se passa na cabeça de uma garotinha como você.

__ Como assim? Garotinha como eu?

__ Não sei se você notou, mas você é a única garota desse vilarejo que trabalha em uma função masculina, se veste diferente, anda com dois meninos e é simpática sem precisar fazer esforço. Não sei se você percebeu, mas com seu jeito diferente, você consegue conquistar a atenção das pessoas.
__ E...o que isso tem haver com o senhor vir aqui todos os dias?

__ Além da minha paixão por iogurte, eu gosto de como você fica nervosa quando fala comigo. Comigo é diferente. Não é?

__ Acho que está se iludindo Xerife. É melhor ir trabalhar, tem um assassino por aí matando pessoas. Além do mais, eu preciso trabalhar.

__ Viu só!

__ Meu Jesus Cristo, você é muito perturbado cara.

__ Dona...me ajuda com a ração pra cachorro.__ O senhor Martin pediu.

__ Claro senhor.

Senhor Martin é um dos homens mais velhos que mora no vilarejo, ele tem cinco cachorros e sempre está aqui comprando ração.

Peguei o saco de ração, joguei no ombro e caminhei para fora.

__ Já que está aí, olhe a mercearia enquanto vou na casa do seu Martin.__ Olhei para o homem da lei.

__ Tudo bem.

Caminhei com o saco de ração no ombro. Era pesado, mas com o tempo me acostumei.

__ O xerife gosta de você.__ Martin disse assim que entramos em sua casa.

__ Não senhor Martin.

__ Eu sei das coisas menina. Eu olhava para a minha mulher do mesmo jeito que ele te olha.

__ Está enganado dessa vez seu Martin.

__ O pior cego é aquele que não quer ver.

Depois que o velho Martin pagou-me, parti para a mercearia. O xerife estava lá a minha espera.

__ Está dispensado. Obrigado.

__ De nada.

***

A festa de primavera era sempre muito esperada, afinal todo o vilarejo se reunía com o pessoal do povoado vizinho e com os fazendeiros aos derredores.

E lá estava eu em meu quarto terminando de me arrumar. Minha blusa preta combinava com a jardineira curta que eu vestia. Havia uma camisa de manga longa flanela vermelha amarrada a minha cintura. Meu tenis de combate preto estavam com os cadarços desamarrado enquanto eu penteava meus cabelos encaracolados.

__ Está pronta?__ Papai apareceu.

__ Estou quase pronta...

Ele esperou que eu fizesse uma maquiagem simples que Meg havia me ensinado.

__ Você cresceu...__ Papai disse com lágrimas nos olhos.

__ Graças ao senhor! Te amo mil milhões.__ Ele sorriu.__ Agora vamos, tenho um show pra fazer...__ Do nada ele ficou sério.__ O que foi pai?

__ Não é nada! Vamos.

O vilarejo estava muito movimentado, havia varias pessoas subindo e descendo para todo lado.

Policías faziam seus trabalhos, mas quem eu queria ver, não estava ali no meio daquelas pessoas.

__ E aí? Preparada?__ Caçarola veio ao meu encontro assim que chegamos a praça.

#Continúa...

O Novo Xerife ( CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora