capítulo único.

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INEFÁVEL ARTE. kth+

Estávamos na sala de estar, recebendo a brisa noturna através da janela ampla que havia no cômodo e que nos dava uma vista privilegiada do céu parisiense.

Ele tinha mãos longas, de aparência delicada. Veias suaves formando ramos sob a pele cor de canela, e soltando um leve aroma de mel quando se movimentava, mas estava praticamente no modo daydream, editando as fotos do nosso passeio na noite passada. Um exímio fotógrafo, e um namorado impecável.

Às vezes fazia suspeita de ser um sonho, mas sempre que eu acordava, ele estava lá. O que mais eu iria pedir dos céus?

A luz azul vinda da tela do laptop alumiava o seu rosto, e o seu olhar se tornava pesado aos poucos. Devia estar com sono, mas não costumava dormir antes de mim. Finalmente sua mão desliza pelo mouse do laptop, e ele salva as fotos. Por algum motivo ainda permanece parado olhando para a tela, e não se move mais um milímetro sequer. Era bom em brincar de estátua, e embora não fosse criança, tinha dessas coisas de repente.

Uma música tocava no rádio, que chiava ao passo que o instrumental se intensificava sob a letra. Taehyung de fato não conhecia o artista, porque já teria se movido se conhecesse. Se eu levasse em conta o seu gosto musical, a música que tocava era como O Abaporu em A Noite Estrelada; incoerente, e desinteressante para a opinião popular que considera arte como um gracioso conjunto de figuras. Desinteressante para ele.

De toda forma, ele era um romântico à moda antiga. Se pudesse, colocaria um busto de Frank Sinatra na porta do apartamento, para que todos pudessem admirá-lo também. Era engraçado o seu posicionamento sob as artes em geral. Ele dizia que se tivesse um super-poder, daria para todos o bom gosto musical que ele tem. "Paz mundial alcançada só com fones de ouvido."

Mas voltando ao que me comia o juízo naquele momento: ele não se movia. Me pus no papel de investigadora minunciosa, e descobri no fundo de seus olhos que não passava de uma brincadeira boba.

Ele prende a respiração.

Não precisei chegar tão perto do seu rosto para que ele caísse na gargalhada; não conseguia se manter sério quando estávamos tão próximos, e eu não o julgava por isso. Eu não sabia conter a expressão boba e apaixonada, e com certeza era esse o motivo de seus risos mais sinceros.

- Ia me desenhar?

- Na verdade, não. Mas se permanecesse em apneia por mais 3 minutos com certeza viraria um belíssimo quadro.

- Um quadro? Mas eu não era uma estátua? - Fez uma pose. Coisa de estátua. Provavelmente com a mão na cabeça, como O Pensador de August Rodin.

Rimos. Éramos tal como crianças, embora não tão imaturos. Tínhamos os momentos sérios de todo casal, mas depois da briga ainda tinha beijo de boa noite, ou cá entre nós, ele dormiria na sala.

De toda forma, eu não o desenhei naquela noite. Da janela do apartamento, conexão com o "mundo exterior" como Taehyung diria, viraríamos poesia aos olhos do mais simples cidadão que passasse pela rua e se encantasse com a cena. Viraríamos canção, quem sabe até um curta para o cinema. Inefável arte.

inefável arte. [ taehyung + ]Onde histórias criam vida. Descubra agora