Cap. 7

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Josh Beauchamp P.O.V

Minha cabeça ainda estava atordoada com aqueles pensamentos, não sabia se ajudaria ou não. Mas foi então que a Any olhou em minha direção, ela estava desesperada, seus olhos estavam com um ar assustado, e foi aí que senti minha respiração acelerar. Uma voz grossa tomou conta do corredor, e sem pensar duas vezes, ela correu em minha direção, o porém é que ela tropeçou em seu vestido, caindo por cima do braço.

— Príncipe Joshua, por favor, me ajude! — suplicou a garota, tentando se levantar do chão.

Eu engoli seco. Olhei para os lados e puxei-a para dentro do meu quarto com o maior cuidado que eu pude ter, os passos pesados dos rebeldes indicavam que eles já estavam do lado do quarto, foi quando empurrei a porta com força e tranquei-a rapidamente.

— Vamos, vem! — disse entre arfadas de medo.

O braço de Any estava em volta do meu pescoço, ela estava mancando e dizia estar sentindo muita dor em seu pulso direito. Batidas e empurrões na porta iniciaram, então me aproximei da estante e apertei um botão — muito bem escondido por sinal — que abria uma passagem na lareira do meu quarto, e foi ali que entramos. Era um corredor que nos levava até o meu abrigo, e era ali que eu ficava durante a maioria dos ataques, sua segurança era maior do que a dos demais abrigos espalhados pelo palácio, só não era comparada a proteção do abrigo real dos meus pais.

— Posso ver seu pulso? — pedi apontando para o mesmo.

Any, por sua vez, apenas balançou a cabeça positivamente e tentou estender seu braço em minha direção, porém não conseguiu, logo gemendo de dor.

— Está doendo muito, não consigo mexer. — disse com a voz um pouco embargada.

Sentei ao lado dela e peguei cuidadosamente em seu braço, vendo que ela tinha torcido o pulso. Fiz uma careta e me levantei para pegar a caixa de primeiros socorros.

— Está torcido. — falei em um tom direto.

Ela não respondeu, apenas desviou seu olhar.

Eu não sabia muito bem como cuidar daquela torção, mas não podia deixar ela sentindo dor provavelmente pela noite inteira. Já vi algumas enfermeiras cuidando de tornozelos torcidos de alguns guardas, então tentei repetir no pulso da Any.

Any Gabrielly P.O.V

De fato, ter que dividir um abrigo com o Joshua em meio a um ataque rebelde era a última coisa que eu pensava em fazer naquela hora, mas se não fosse por isso, talvez eu estivesse morta.

Olhei para o Josh, que estava colocando alguns remédios no meu pulso e, em seguida, pegou um esparadrapo para enrolar no mesmo.

— Você sabe o que tá fazendo? — perguntei franzindo a testa.

— Se eu não soubesse não estaria fazendo. — respondeu grosso.

— O que deu em você, hein? Por que está agindo assim?

Foi aí que o príncipe mudou sua expressão. Ele suspirou um pouco cabisbaixo, mas logo os traços de raiva surgiram novamente em seu rosto, e então continuou:

— Você sabe o porquê, então não precisa ficar perguntando. — ele deu a última volta com o esparadrapo e o colou com uma fita que estava no kit de primeiros socorros — Tá feito. — falou baixo, se levantando e colocando a pequena maleta no lugar de onde havia pego.

— Você não sabe mentir, Joshua! — exclamei — Eu te conheço muito bem e sei que o fato de eu e o Noah sermos amigos — dei ênfase no "amigos" — não iria te fazer querer me expulsar.

A escolha - Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora