Cap.3

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No dia seguinte logo pela manhã, Lúcio havia acordado bem cedo para poder deixar tudo organizado para que a nova babá chegasse e ele passasse todas as informações certinho pra ela, então ele desmarcou todos os compromissos que tinha de manhã e adiou algumas reuniões para a parte da tarde.
Até que então sua campainha tocou, e sem demora ele se dirigiu até lá e quando abriu, deu de cara com uma jovem muito bonita.
— Bom dia, o senhor é o Lúcio Almeida? — pergunta a jovem de cabelos pretos e olhos azuis.
Não podia negar que a moça chamava atenção, só esperava não se enganar pela aparência dela e ver que ela só tinha cara de boa moça. Ela olha no papel que está o endereço e olha pra ele novamente, esperando que ele lhe dê alguma resposta.
— Sim, você é a Amanda? — Lúcio pergunta apenas para ter certeza e não deixar que uma estranha entre em sua casa.
— Sim, senhor. Muito prazer! — ela estende a mão pra ele a fim de cumprimentá-lo, mas ele cruza as mãos pra trás.
— Que bom que chegou. Entre por favor. — diz ele e dá espaço para a jovem moça poder passar. — Vou começar te mostrando toda a casa e os lugares que Ravi não pode entrar de forma alguma. — Lúcio começa a andar e logo vê que Amanda o segue. — Continuando, esse aqui é o primeiro lugar que ele não pode entrar de jeito nenhum, no meu escritório.
Lúcio abre a porta apenas para mostrar a extensão da sala e vê que Amanda estava bem atenta a cada detalhe.
— Certo. — diz de uma forma como se estivesse fazendo um mapa mental.
Depois de mostrar todos os ambientes do andar de cima, Lúcio e ela desceram para o andar debaixo e ele a apresentou a cozinha, onde algumas louças do dia anterior ainda estavam sujas na pia, mas ele não tinha do que se envergonhar, pois ele era muito ocupado e certamente algumas vezes na semana, aquilo acontecia com uma frequência.
— Você não precisa se preocupar com arrumar a casa, apenas peço que ajude na limpeza da cozinha, e se for preciso, estou disposto a pagar um pouco mais por isso. — diz e Amanda concorda com a cabeça.
— Sim, senhor. — responde ela.
— Bom, agora que já mostrei os cômodos, gostaria de passar as funções todas que você vai realizar. — Ele caminha até uma gaveta do armário na cozinha e entrega pra ela um papel, onde tinha todas as informações, e apenas espera ela ler e concordar com tudo.
A lista incluía suas funções de levar e buscar Ravi na escola, os horários em que ele comia e as dietas saudáveis que ele tinha, também atividades e brincadeiras que ela podia fazer com ele, e disciplinas que podia aplicar, que não fossem agressivas e cruéis.
— Eu estou de acordo com tudo, senhor Lúcio.
— Que bom, antes de te apresentar meu filho, gostaria de conversar com você mais algumas coisas.
— Pode falar. — Ela tira os olhos do papel pra prestar atenção no homem.
— Eu já tive problemas com a babá anterior sobre dar sonífero para meu filho, quero que saiba que isso está fora de cogitação! Ele não é uma criança muito comportada, mas isso não justifica. Ravi sofreu muito com a minha separação da mãe dele, e por isso ele tem dificuldades em obedecer as regras. É preciso muita paciência com ele. — diz um pouco agoniado por lembrar da situação anterior.
— Entendi, senhor. Pode deixar que tentarei ao meu máximo criar um laço com ele. — Amanda da um sorriso fraco para ele.
Nisso, Lúcio grita por Ravi.
— Filho, vem tomar seu café da manhã. Hoje eu já preparei, mas a partir de amanhã é você. Se me der licença, preciso ir trabalhar. — Ravi chega no mesmo instante. — Tenham um ótimo dia, espero que se dêem bem. — Lúcio dá um sorriso fraco para o filho e então saiu para trabalhar.
Amanda logo se aproximou de Ravi e se apresentou, e até conversou amigavelmente com o menino que estava um pouco desconfiado com a nova babá. Se sentando na mesa, ficou olhando pra ela esperando que ela lhe service seu cereal. Amanda foi andando pela cozinha e abrindo o armário, viu que estava tudo pronto num saquinho e que tudo que ela precisava fazer naquele momento era pegar e colocar leite, abrindo a geladeira o encontrou e logo deu ao menino o café da manhã.
Logo que o menino terminou de comer, ele foi correndo para o quarto, deixando a babá um pouco confusa, mas logo ele desceu com a mochila nas costas e vestido com o uniforme da escola.
— A minha lancheira tá na geladeira também. — disse ele.
— Vou pegar pra você. — ela fala e o relógio acima da pedra que divide a cozinha começou a apitar.
— A gente tem que ir, se não vou chegar atrasado e a tia me deixa de castigo. — Ravi fala fazendo um biquinho e cruza os braços.
— Tá bom, vamos. — ela pega a lancheira apressada e logo eles saem.

[...]

Lúcio acabou de entrar no escritório de advocacia e logo avista Margaret vindo em sua direção.
— Achei que ia te ver só na parte da tarde. — pergunta confusa e surpresa.
— Pois é, mas a babá chegou na hora certa, então não tive problemas com atraso, só pedi que adiasse as reuniões pra tarde pra previnir dos atrasos. — Explica ele.
— Entendo.
— Agora vou pra minha sala que ainda tenho umas papeladas pra revolver e uma criança pra ficar de olho. — Lúcio diz e vai se retirando de perto da recepção.
Chegando dentro da sua sala, ele joga sua pasta em cima da mesa e se senta já ligando o computador e ao mesmo tempo em que começa a procurar seu celular dentro do bolso da sua camisa, e assim que o encontra ele já abre diretamente no aplicativo da câmera espiã e vê Amanda tomando café na cozinha dele, e olha no relógio sabendo que Ravi ainda está na escola se sente um pouco mais aliviado, porém não sabia de que índole era a moça, então decidiu observá-la para ter certeza de que ela não tentaria levar algo de sua casa pra ela. E aos poucos pelas imagens que ia vendo, pôde ter a certeza de que Amanda era uma moça de boa índole, e sentiu no seu interior que aquela era a mulher que seria capaz de colocar seu filho na linha. Depois disso, Lúcio pôde trabalhar com um semblante mais calmo e tranquilidade, pois não seria interrompido por birras e manhas de Ravi.
— Senhor, a dona ngela a respeito do calote, acabou de chegar. — Margaret diz aparecendo na porta da sala dele.
— Tá certo, avisa ela que já vou. A sala já está organizada? — pergunta Lúcio se levantando de sua mesa.
— Está sim.

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