vinte e dois

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não sei se aguento

outros vinte anos

de amarguras

felicidades

tristezas

e euforias


não se aguento até as onze e meia 

para almoçar

não sei se aguento  te esperar

para colocar os pratos na mesa

e jantar


não sei se aguento mais 

privar-me do sono

até que venha a noite

e eu possa dormir


não sei se aguento mais

esperar o nascer do sol

para banhar meu rosto

em suas vribações

dionisiacas


não sei se aguento mais

o calice derramar

para estar cheio

e deixa-lo vazio


não sei se aguento mais 

esperar a chuva

para que se amenize

a minha seca


 não sei se aguento mais

viver outros vinte e dois anos.

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