Capítulo Único

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História escrita originalmente em 2017, focada na ideia do Shinsou usando a individualidade dele na cama com o Deku porque eu estava muito focada nesse conceito e eu realmente queria me testar pra ver se dava pra escrever isso de forma consensual... E não é que deu certo, produção?

O universo é o mesmo do canon e os dois já são adultos aqui. E muito felizes juntos, diga-se de passagem! Espero que goste da leitura!

Shinsou conseguia sentir o próprio coração batendo forte no peito, e seus dedos tamborilavam de ansiedade em suas coxas. Há poucos minutos, ele conseguia escutar o som da água do chuveiro, mas agora que ele havia parado, o homem sabia que Midoriya estava quase pronto para o que aconteceria em breve no quarto onde os dois dormiam.

Algumas vezes, quando ele respirava fundo, Shinsou quase podia imaginar o namorado cantarolando baixinho enquanto secava o cabelo. Midoriya certamente devia estar feliz, apesar do nervosismo - ainda assim, os dois já tinham conversado previamente sobre o que iria acontecer naquele quarto. Shinsou apenas precisava se deixar levar pelo clima que, certamente, seria trazido junto com o namorado quando ele chegasse.

Midoriya apareceu pouco tempo depois - quase como se tivesse, ironicamente, lido seus pensamentos -, apenas com a toalha branca enrolada em sua cintura. Ele fechou a porta devagar, e deu um sorriso tímido antes de dar alguns passos para frente. Shinsou aproveitou o momento para se levantar, indo de encontro ao outro herói, e parou quando o espaço entre os dois se tornou quase ínfimo - apenas alguns centímetros.

Shinsou quase perdeu o ar quando Midoriya ergueu a cabeça, seu olhar buscando o dele antes de falar.

"Por favor... Use sua individualidade comigo, Hitoshi." As palavras saíram leves, doces e tentadoras. Shinsou nunca havia utilizado sua individualidade com outra pessoa em um contexto sexual, mas foi Midoriya quem o convenceu a tentar, quem afirmou que gostaria que os dois quebrassem aquela barreira juntos.

Ele quase podia escutá-lo falando "está tudo bem", "eu confio em você" e "eu sei que você não vai me machucar" logo em seguida, para complementar seu pedido. De fato, Midoriya estava certo - ele conhecia bem demais seu coração. Era absurda a facilidade que ele tinha para desvendá-lo, como se Shinsou fosse um livro aberto.

Na noite em que eles falaram sobre isso, poucas semanas atrás, Midoriya pegou sua mão, assegurou-o do quanto queria, afirmou o quanto estava interessado e curioso. Falou que estava tudo bem se Shinsou não estivesse confortável, que ele não o forçaria a usar seu poder de uma maneira que ele não gostaria. No entanto, tudo era mais complexo que isso.

A ideia de usar a lavagem cerebral de maneira sexual fazia com que Shinsou tivesse uma infinidade de sentimentos: dúvida, curiosidade, receio, ansiedade, desejo. O que ele mais sentia, porém, era a confiança que Midoriya depositava nele - com suas palavras naquela noite, com o segurar firme de sua mão, com seu olhar fixo em seu rosto naquele exato momento.

Foi aquela determinação nos olhos verdes e grandes de Midoriya que fez com que Shinsou ativasse sua individualidade.

No mesmo instante, a visão de Midoriya ficou enevoada. Tudo que ele podia ver era a face de Shinsou: seu cabelo escuro, os olhos que mal piscavam, a boca ainda fechada, lábios finos ainda se tocando e não tocando sua boca, sua pele, ou ao menos lhe dando ordens.

Midoriya queria falar, mas seus músculos não obedeciam. Shinsou pousou as mãos em seus ombros, e ele suspirou baixinho - quase preguiçosamente. Tal resposta pareceu surtir um efeito positivo no parceiro, que passou as mãos devagar pelos seus braços, segurou suas mãos, apertou a palma e cada um de seus dedos delicadamente.

Shinsou não estava acostumado com o parceiro ao seu comando e controle, então ele decidiu começar devagar. Seus olhos estavam relaxados, mas o homem imaginava que dentro de sua mente, seus pensamentos deviam estar correndo, as palavras querendo sair pelos seus lábios.

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