Único

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"When you move

I'm put to mind of all that I wanna be

When you move

I could never define all that you are to me"

Era a terceira vez naquela semana, e se Katsuki tivesse que lembrar com exatidão o que o havia levado até aquele momento, falharia, certeza. Não saberia informar se havia ligado, ou mandado mensagem, ou até mesmo se havia sido ele a dar o primeiro passo, mas era claramente o primeiro a começar o beijo afoito que lhe tirava o ar de modo gradativo a cada vez que se permitia um pouco mais de contato de sua língua na dele.

Era a epítome do desejo que fazia arder o corpo, como se combustível lhes corresse nas veias. O calor do momento, a língua que envolvia-se à sua, massageando-a enquanto tirava de seus lábios não apenas ofegos extasiados, como o sobejo de uma sanidade há muito às cinzas. E de pensar que tudo havia começado com uma brincadeira — não tão inocente, claro.

Katsuki sentia-se empurrado, prensado contra a porta que há pouco ele mesmo havia escancarado para que o outro passasse. Sentia as mãos em sua cintura, apertando e marcando, tão logo a destra alheia subindo até que chegasse aos seus fios loiros, puxando-os para que expusesse o pescoço, sentindo ali o selar não tão suave, a língua quente e úmida, os dentes que pareciam querer marcar muito mais que a pele, como se buscassem provar da carne tenra.

Gemeu ao sentir a canhota tocá-lo por sobre o hobby que lhe cobria o corpo semi desnudo, seria se não pela peça íntima que também lhe fazia companhia. Sorriu ao olhá-lo nos olhos, precisando erguer o rosto para vê-lo, devido a diferença de altura. O sorriso nos lábios era escárnio, como sempre, e uma boa pitada de deleite ao ver aquele homem sempre tão contido perdendo a linha quando a sós consigo.

Levou as mãos aos ombros largos, apertando-os conforme o desejo ditava, deslizando as palmas pelos bíceps, e tão logo as falanges tocavam a articulação do cotovelo, aquela parte desnuda, já que a camisa social estava dobrada acima. Azul marinho, Bakugou achava que a cor combinava com ele, mas sem nada combinava ainda mais, por isso continuou deslizando a ponta dos dedos na pele quente, até o punho, friccionando-o um pouco. Do punho à palma, para então desabotoar a camisa social que o impedia de tocá-lo de modo mais íntimo, mais necessitado.

— Com pressa? — A voz grave fez com que Katsuki mordesse o lábio inferior, logo após umedecê-lo.

— Como se você não estivesse.

Eles sempre estavam, não era nenhuma novidade. E foi apenas a comprovação de que estava certo, quando sentiu os lábios dele em seu pescoço de novo, e as mãos grandes puxarem o tecido que segurava o nó em sua cintura, abrindo o hobby, expondo o tórax de pele branca e quase aveludada, tal como a peça íntima em um vermelho tão intenso que se visto à luz do dia seria impossível enxergar algo mais.

O olhar que recebeu fora de aquecer o peito pelo tesão que sabia que o outro sentia, fazendo sua própria excitação pulsar em meio ao tecido que ainda a cobria. Teria continuado a incitá-lo, a puxar aquela maldita camisa para fora daquele corpo bem desenhado, mas foi impossibilitado de seguir com seus planos quando sentiu o rosto contra a porta, o tórax desnudo na superfície de madeira laqueada. Sentiu mais que isso, também podia se arrepiar com a respiração alheia tão próxima à seu pescoço, os lábios prensados ali em beijos ainda suaves enquanto as mãos puxavam de vez o hobby, deixando-o cair no chão, escorregando de modo a fazer cócegas quando resvalou por suas pernas. As mesmas que, agora, tinham total atenção das mãos firmes do outro ao tateá-las e separá-las. Katsuki desejava os toques, queria ainda mais. Sabia que ele poderia oferecer mais do que mostrava. E não se surpreendeu ao sentir a língua quente e o hálito a tocar-lhe as costas, numa linha não muito reta, mas que levava aqueles lábios direto ao cós da peça íntima, puxando-o para baixo com os dentes, sentindo as mãos às laterais do corpo, ajudando-o a despir.

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