Prólogo (◕ᴗ◕✿)

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O coronel estava irritado.

Nicolau Desaulniers, não deixara de se sentir assim nos últimos meses, principalmente por causa das atitudes de seu filho caçula, Joseph.

Durante todo esse tempo, Nicolau tem sofrido com as peças que seu filho insistia em pregar. Não bastando sua atitude grosseira, ainda partira o coração de toda jovem que ousava cruzar-lhe o caminho.

Joseph acreditava ser uma tolice casar-se tão cedo. Era jovem, teria muita coisa para fazer, muitos lugares para ir, muitos planos a se fazer. Planos estes, que ainda não incluíam encontrar um par romântico ou o quer que seja.

Já seus familiares pensavam totalmente o contrário, desejavam que o rapaz se casasse logo, para poder assumir o cargo de coronel.

Mas nem sempre o aristocrata se comportou desse jeito, muito pelo contrário...

Tudo começou com o falecimento de seu irmão gêmeo, Claude Desaulniers.

Quando aquela doença repentina veio, os doutores não sabiam o que fazer ao certo, apenas sugeriam possíveis tratamentos e tomavam notas.

Numa tarde de inverno, o francês veio à óbito, deixando o pequeno coraçãozinho de Joseph num grande vazio.

Em todas as tardes daquela mesma estação, o loiro sempre visitava o quarto de seu irmão, para assim tentar manter as boas memórias eternizadas em sua mente.

Voltando ao assunto, Nicolau daria um basta naquela situação de uma vez por todas. Uma grande punição seria uma grande solução para aquele comportamento ruim de seu filho, acreditava ele.

Graças à aquela atitude severa de Nicolau, uma grande história de amor se iniciaria entre dois antigos conhecidos.

[...]

O fogo queimava a lenha da fogueira.
À frente dela estava um jovem pensativo, sentado numa poltrona vermelha.

Seus cabelos estavam soltos, espalhados nos próprios ombros.
A blusa do pijama azul estava desabotoada nos três primeiros botões, dando a visão ampla de seu peito e tórax bem definido.

O rapaz segurava uma taça de vinho tinto, enquanto tomava pequenos goles, durante um breve intervalo de trinta segundos. Admirou a cena das chamas consumindo as peças de madeira, logo encostou novamente seus lábios na superfície gélida, consumindo novamente a bebida.

Os olhos brilharam devido ao brilho das chamas, eram azulados como o céu e iluminados como as estrelas. Cheios de vida, determinação e ao mesmo tempo, enigmáticos.

Apesar de aparentar ser de uma pessoa destemida, no fundo escondia o lado sensível e melancólico de sua personalidade.

Enterrado em seus próprios pensamentos, tomava da taça uma e outra vez. Até que uma voz interrompeu seu " ritual ".


- Senhor Desaulniers, o jantar está servido. " - O tom doce de Helena chamou sua atenção, quase que de forma instantânea. Mudou de foco, agora fixando o olhar na empregada.

- Já estou indo, obrigado. - Agradeceu, deixando a taça sobre a mesinha de centro.

A moça apressou-se para retirar o objeto dali, porém deteu-se ao ver Joseph fazer um gesto com a mão:

- Não, deixe isso aí. Se meu pai disser algo, diga que são ordens minhas. Você já fez trabalho o suficiente por hoje.

- Fico grata, está bem na hora do meu outro expediente. - A rosada curvou-se, segurando a pontinha da saia e se retirou. Joseph levantou-se do próprio lugar e fez o mesmo, porém indo na direção da sala de jantar.

As flores douradas. · [JosCarl]Onde histórias criam vida. Descubra agora