O2 • What A Bitch

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Millie POV

Acordei de madrugada com uma fome de outro mundo. Eu tenho que parar de dormir sem comer nada antes. Não queria levantar, aquela posição estava extremamente confortável, mas meu estômago não ficava quieto.

Que merda.

Me levantei e desci as escadas lentamente, com toda calma do mundo. Minha barriga não estava gostando muito da minha lerdeza, estava roncando cada vez mais alto.

- Fica quietinha. - falei acariciando a barriga.

Fui até a cozinha, fiz alguns sanduíches e um suco de laranja.

Depois que comi, fui até a sala e liguei a televisão, o que fez com que a sala ficasse levemente iluminada, e comecei a ver um filme que estava passando, acho que se chamava "Esposa De Mentirinha". Eu havia perdido o sono, mas pra minha sorte, já eram 04:00, ou seja, eu teria que acordar daqui a duas hora, então não faz muita diferença.

Ouvi um barulho do outro lado da porta, o que me deixou um pouco amedrontada, porque sinceramente, dona Kelly tem um sono muito pesado, eu poderia facilmente ser assassinada e ela só saberia quando acordasse.

Desliguei a TV rapidamente, o que fez com que a casa voltasse a escuridão total.

- Até mais. - ouvi uma voz masculina um pouco distante e em um carro dar a partida.

Ouvi a maçaneta girar e uma mulher adentrar minha casa, trancando a porta logo em seguida. Ah, era apenas a minha mãe. Espera, era a minha mãe? MINHA MÃE? O que ela estava fazendo até essa hora fora de casa e ainda mais acompanhada de um homem? Eles estão tendo algo? Lógico que sim, Millie, se não tivesse rolando nada, ela não chegaria a essa hora. Ela já esqueceu o meu pai? Ela não ia me contar? Como ela ousa esconder isso de mim? Ahhh, ela vai ter que me explicar, oh se vai. Tem uma palavra que vou ter que adicionar ao dicionário dela: LIMITES, L-I-M-I-T-E-S, ouviu bem, dona Kelly? LIMITES.

- Isso são horas de uma mãe de família chegar em casa? - perguntei e ela se assustou, acho que ela não tinha percebido a minha presença.

- Mi-Millie... ér... o que faz acordada a essa hora? - ela claramente estava nervosa.

- Perdi o sono. - disse. - Onde e com que estava? - Acendi as luzes. - E o que faziam?

- Eu estava... trabalhando. - deu um sorriso que entregava ainda mais o seu nervosismo.

- Claro que estava... - me aproximei. - Você vai trabalhar amanhã também? - não seria hoje? Ah, não importa.

- Sim.

- Então é melhor passar maquiagem aí... - disse apontando para o seu pescoço. - Está bem roxo... - cruzei os braços e ela corou.

- Okay, você venceu, eu não estava trabalhando.

- Óbvio que não, quem que trabalha até uma hora dessas e ainda volta toda marcada? - minha mãe parecia um tomate. - Só não entendo a necessidade de mentir pra mim.

- Me desculpe, Mi, mais é que você sempre foi muito apegada ao seu pai, eu não sabia qual seria sua reação se eu dissesse que estava me envolvendo com alguém. - disse fazendo carinho em meu rosto.

- Mãe, entenda uma coisa, se você estiver feliz, eu vou estar feliz. - sorri fraco sentando no sofá e a puxando para sentar comigo. - Mais me fala sobre ele. - ela deu um sorriso tão grande que eu achei que ela iria me engolir a qualquer momento.

- Ele é fantástico, é gentil, é bonito, é rico e tem uma filha da sua idade que eu acho que vocês vão se dar super bem. - pegou na minha mão.

𝖼𝗁𝖾𝖾𝗋𝗅𝖾𝖺𝖽𝖾𝗋 | sillieOnde histórias criam vida. Descubra agora