Prólogo

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Miyo se movia de maneira lenta, o rosto sério como de costume. Os olhos de um intenso azul focavam-se exclusivamente em seu caminho e por vezes, um suave riso era liberado pelos lábios tons de cereja. Estava internamente feliz, é claro. Sentia-se saciada e satisfeita conforme todas as peças se moviam como bem desejava. A mansão Senju estava aproveitando do bom humor da jovem mestra.

Mas acima de tudo, a própria mestiça o fazia. Não mais do que em alguns meses, teria o que desejava. E isso significava que também teria Klaus ao seu lado — não como seu bichinho de estimação, mas como seu rei. Estralou o pescoço e delicadamente, abriu a porta do escritório, admirando a visão do Alpher sentado em sua mesa, uma peça de xadrez em seus dedos. Ágil, devia afirmar. Ele era rápido. Já havia entendido tudo desde o princípio. E era algo que a dona dos fios negros admirava. Amava, até.

— Gosto de você segurando essa peça. — Miyo pronunciou lentamente, contornando o sofá em estilo gótico até que finalmente chegasse diante do namorado. — Você é meu rei, no final das contas.

— É, estou ciente disso... — a resposta viera baixa. Mas o movimento seguinte do alemão não fora nada silencioso: com brutalidade, rodopiou sua cintura e a puxou para mais perto, mordendo-lhe o pescoço. — o que fará agora que Elijah aceitou sua proposta?

Inquisitivo, como sempre. E tão petulante. Klaus era um quebra-cabeça. E Miyo adorava aquilo.

 — Eu, Klaus... — esticou o corpo brevemente, botando as unhas longas na mesa e então capturando a rainha negra — eu vou pegar o que é meu por direito, lieber. — delicadamente, derrubou o rei branco no tabuleiro, assistindo a peça atingir o chão. — E então vou matar Salazar.

Mil tons de carmesimOnde histórias criam vida. Descubra agora