🌷; Capitulo 47

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Amélie : On

Eu estava em um lugar frio, comendo pouco, era escuro, podia escutar a cada piso na madeira que Chiava devido a velhice, há semanas não vejo a luz do dia. Choro a noite toda todos os dias, com saudade da minha casa, da minha cama, da minha mãe, do meu pai, da comida de casa, dos meus amigos, até mesmo da escola. Não sei se os verei novamente, não sei até quando vão me deixar aqui, não sei se me deixaram viva por mais tempo.

Anônimo 01: Cara, o chefe nos mandou nos livrarmos dela, ninguém pode saber oque ela sabe, ele gosta de tudo perfeito, você sabe. Tudo tem que ser de acordo com o plano.

Anônimo 02: Pobre garota... enfim, pegue as cordas e o pano, vamos amarra-lá e soltá-la no rio, para morrer afogada.

Anônimo 01: tem certeza? E se ela conseguir sobreviver? Não é mais fácil se nós prendermos ela num baú e jogar?

Anônimo 02: Não Isaac, demoraria muito para comprar um, ele disse que quer ela fora do caminho o quanto antes, vamos logo.

Eu mal conseguia conter as lágrimas, meu fim chegará, e com ele, o segredo de um outro possível assassinato a uma boa menina da minha escola. Passos fortes chegam abrindo a porta, um dos homens me pegou no colo, mesmo me debatendo não conseguia me soltar, ele era forte demais, o outro pegou cordas e um pano, até que vejo. O céu azul, a grama verde viva, uma vida tão bonita, logo tudo não passará de uma lembrança enquanto morrerei com meus pulmões suplicando por oxigênio.

Chegamos a floresta, horas de caminhada, os dois homens se olhavam mas não falavam nada, até que avisto um rio. O rio estava lá, a floresta não tinha ninguém além dos animais, ninguém me ajudará, disso eu teria certeza.

Até que paramos em frente a ele, um dos homens amarrava meu pulso e o outro minha boca com o pano, o mesmo homem que amarrava o pulso, foi amarrar meu pé também, podia sentir minhas lágrimas quentes correndo pelo meu corpo.

Até que, o homem que me amarrou os meus pulsos e meus pés, olhou pra mim, de algum modo achei que ele queria me dizer alguma coisa, ele me encarou nos olhos, depois tocou nos meus pulsos e piscou, até eu sentir o molhado da água invadindo meu corpo. Pude ouvir ambos correndo com velocidade. Estava prestes a aceitar o meu destino.

Comecei a lembrar da minha infância, quando minha mãe estava fazendo biscoitos tradicionais de chocolate quando eu chegava toda molhada da chuva, quando minha avó me contava histórias antes de dormir, quando eu patinei no gelo pela primeira vez, tudo veio como um filme. Até que percebi que minhas mãos e meus pés estavam soltos das cordas, era por isso que ele me olhou daquele jeito! Acho que queria dizer por olhares para verificar as cordas, ele fez isso de propósito!

Subo até a superfície, o ar invade meu pulmão desesperado, tiro o pano da minha boca.

- Eu estou viva... meu Deus como o senhor é misericordioso. - digo num sussurro enquanto respiro fundo.

- não posso voltar o caminho que eles me trouxeram, se me encontrarem, irão me matar sem tirar os olhos de mim. Preciso encontrar alguém, nos filmes sempre tem uma cabana com uma família humilde, é minha última chance, preciso encontrar alguém.

Saio floresta a dentro em busca da esperança.

Just Smile | NofyaOnde histórias criam vida. Descubra agora