Umbrella ➸ l.h

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Megan

 

                Já se tinham passado alguns dias – uma semana – desde a pequena porcaria que Luke fez. Depois disso a sua tia pediu-me inúmeras desculpas, dizendo que ele não devia estar em si, mas enquanto ela pensava nisso, eu sabia bem que a porcaria que ele tinha feito era apenas para chamar atenção. Afinal de contas, não passa de um puto mimado.

                Hoje era dia vinte e quatro, com isto eu queria dizer que ia-mos todos comer a casa de Anne.

                Anne tinha-nos convidando apenas a alguns dias e neste momento eu estou a fazer as compras de natal meio que à pressa. Eu não costumava comprar prendas de natal, eu passava os natais sozinha desde que me mudara para New York. Os centros comerciais encontravam-se cheios, estava tudo em épocas de saldo, isso para mim já me facilitava bastante as coisas.

                Verifiquei a minha lista, para ter a certeza que não me esquecia de nada.

                “Anne, um conjunto de talheres que, à muito estava a namorar. Avó, uma boneca de porcelana daquelas que ela coleciona. Avô, uma nova caixa de matérias de esculpir.” – Murmurava enquanto verificava a minha lista que apenas continha quatro pessoas. Passei o meu dedo pelo nome de Luke que se ali encontrava escrito. Eu não sabia mesmo o que lhe comprar.  

***

                Após um dia exaustivo de compras, a hora de ir jantar a casa de Anne tinha chegado. Durante a tarde tentara ligar para os meus avós, mas eles não atendiam, acabando por ir ter ao voicemail. Queria-lhes perguntar como estavam as coisas por lá, se eles continuavam a falar com o meu pai e com a Bonnie, mas eles não tinham atendido e isso tinha-me magoado de certa forma. 

                Carregava os sacos com os embrulhos de presentes, também acabando por comprar algo aos avós de Luke e Anne também me falara nos primos dele, que mais tarde decidira-lhes comprar uma lembrança.

                Eu não falara com Luke o dia todo, não tinha a menor paciência para aturar as suas parvoeiras e parecia que ele também não se importava com isso. E agora que nos encontrava-mos na sala, sentando no sofá, com a lareira acesa e de barriga cheia devido ao maravilhoso jantar, estávamos prontos para abrir os presentes e para ser sincera eu nem sabia se ele me tinha comprado algo.

                “E cá vamos nós às prendas!” - Anne anunciou, ouvindo-se segundos depois os gritos de exitação das crianças que se encontravam sentadas no enorme tapete da sala. Anne acabou por distribuir os presentes das crianças, que os abriam com entusiasmo e agradeciam aos adultos.

                Após todas as prendas das crianças estarem distribuídas, Anne entregou as nossas. Enquanto abria as prendas de forma delicada para não dar má impressão, olhava pelo canto do olho as prendas que tinham oferecido a Luke. Ele abria-as como uma criança, os seus olhos brilhavam e rasgava o embrulho, jogando-o para um lado qualquer da sala.

                Suspirei baixo, abrindo a prenda de Anne, dentro de uma caixa azul escura revestida por uma espécie de almofadas em preto, estava um vestido verde água. O mesmo era encantador, era comprido, até aos pés, criando na parte de trás uma cauda. O decote não era muito, e nas costas era desenhado um “X”. Agradeci, abrindo em seguida a prenda que os avós de Luke me deram, também dentro de uma caixa, encontrava-se uns brincos com pequenas pérolas, eram de facto bastante bonitos e provavelmente caros. Agradeci também aos avós de Luke, que me sorriam de forma doce. O último era do tio de Luke, que também dentro de uma caixa, estava um relógio prateado. Pelas informações que me tinham sido concebidas, tinha sido o tio de Luke que o mandara desenhar só para mim.

                Sentia-me estupidamente triste por Luke não me ter oferecido nada, mas eu já devia estar à espera disto. Suspirei de forma quase inaudível e desviei o meu olhar para Luke, que sorria para o CD que eu lhe decidira oferecer. O rosto de Luke se aproximara do meu, sussurrando-me ao ouvido um “Obrigada” que me fez arrepiar.

                Ajuda-mos Anne a recolher todos os papéis do chão e arrumar a sala, visto que as crianças ali presentes tinham decidido desarrumá-la. Segui Anne até à cozinha, começando a ajuda-la a colocar todos os pratos e talheres dentro da máquina.

                “Vais adorar a prenda do Luke” – A mulher na casa dos quarenta falou, fazendo-me erguer o meu olhar, afinal ele tinha-me comprado um presente. – “É lindo, eu própria ajudei-o a escolher, mas foi ele que decidiu aquilo que te havia de dar.” – Ela sorriu-me, soltando em seguida uma risada. Apenas assenti, mantendo-me calada.  

                “Megan, podes chegar aqui?” – A voz grossa de Luke soou, rouca como tudo, fazendo pequeno calafrios percorrerem o meu corpo. Segui-o até à sala, que agora se encontrava completamente vazia, talvez, eles estivesses escondidos atrás da porta ou algo assim. Entregou-me por fim uma caixa para as mãos.

                Abri a caixa, vendo dentro da mesma um colar com um pequeno guarda-chuva. Era realmente lindo, perfeito até. Senti as famosas borboletas esvoaçarem no meu estômago, deixando-me ligeiramente envergonhada.

                “Então… Gostas?” – Murmurou Luke, com algum receio na voz. Ergui o meu olhar até ao seu, que me fez causar uma ligeira dor no pescoço. Tinha uma expressão nervosa no rosto e isso fez-me sorrir e apenas assentir com a cabeça. Luke chegou o seu rosto bem perto do meu e encostou os seus lábios ao meu ouvido sussurrando. – “Eu acho que agora devíamos beijar-nos, sabes, é o que os namorados fazem e…” – Ele calou-se e senti as minhas bochechas fervilharem. O que é isto, controla-te Megan, tu és aquela rapariga durona, o está a tua máscara? O meu subconsciente gritou-me, mas eu não lhe dei ouvidos, não desta vez.

                O seu rosto afastou-se do meu e analisou a minha expressão, sorrindo levemente. Senti a sua respiração contra a minha face e só ai percebi o quão perto estávamos. Os seus braços fortes envolveram a minha cintura e os meus, o seu pescoço, enquanto isso os nossos lábios raspavam de forma ligeira.

                “Shiu mãe, eu quero ouvir!” – Ouvi-mos uma voz por detrás da porta da enorme sala, algo que nos fez largarmo-nos e nos afastar de forma bastante notória.

         “Tia!” – Luke praticamente berrou em desespero, levando as mãos ao seu cabelo e despenteando o meus, em seguida ergueu o seu olhar até mim, sussurrando um “Desculpa”. 

➸ Desculpem lá o atraso e só ter saido hoje o capítulo, mas eu tenho desculpa. Estive demasiado ocupada a escreve-lo, a tentar que sai-se algo de geito e eu não sei mesmo se saiu por isso, espero que gostem e mais uma vez desculpem a demora.

➸ Love you, não se esqueçam de comentar e votar se gostaram...

sad-soul