"Eu posso ser um pouco ingênuo"
Kei olhava entediado o questionário de inglês entre seus dedos. O professor tinha dito que o dever de casa seria – segundo as palavras verbalizadas pelo próprio na sala de aula – "monstruosa". Tsukishima revirou os olhos pela decima vez naquela tarde apenas lembrando a cena ridícula do seu professor e seu vocabulário pseudo-adolescente. Ele realmente achava que os jovens falavam assim hoje em dia? Sentia-se particularmente ofendido. Não sabia ao certo se ela pela atividade ser estupidamente fácil ou pelo seu tutor realmente achar que ele falava a palavra "monstruosa" como um surfista.
Sem preconceitos a surfistas e suas falas arrastadas.
- Tsukki – O seu apelido ecoou pelo seu quarto num choramingo, poderia jurar que era uma divindade e alguém estava fazendo uma prece sôfrega – Como eu faço a questão cinco? - Yamaguchi questionou já perdendo as esperanças em si mesmo para concluir aquele papel impresso digitalizado por uma pessoa amarga de coração e sem qualquer amor pelo próximo.
Onde estava a empatia do seus professores? Jovens eram humanos também.
- Eu não acredito que você ainda está na cinco – O loiro respondeu em descrença. Sabia que Tadashi não era um gênio da língua inglesa, mas na última prova da matéria – graças à noite mal dormidas, café em alta quantidade nas veias e várias tardes na casa dos Tsukishima – o esverdeado tinha conseguido tirar uma nota alta na avaliação de linguagens. Como ele tinha quase fechado a prova de inglês uma semana atrás e ainda estava na metade da atividade sobre verbo to be?
- Você sabe que eu sou péssimo em inglês Tsukki – Yamaguchi recrutou, logo cruzando os braços e colando sua testa na mesa num baque forte. Tadashi resmungou algo inteligível pela dor do impacto não muito bem calculado da sua cabeça contra a madeira, fazendo Kei soltar uma risada rápida antes de levantar-se da cadeira e ir ajudar o mais baixo.
- Eu sei, mas também sei da sua nota no teste de linguagens de dias atrás – Tsukishima se sentou ao lado do esverdeado e pegou logo em seguida a folha de ofício com as questões – A cinco é sobre verbo to be no futuro – Explicou simplista. Pegou uma folha limpa e um lápis qualquer para desenhar um mapa mental básico para tentar – mais uma vez – explicar para o seu melhor amigo que verbo to be não era uma obra do capitalismo ou do demônio como ele pensava.
Yamaguchi vidrou os seus olhos na folha de explicação determinado, tentando absorver todo o conhecimento posto pelo lápis coordenado por Kei. Se era capaz de fazer saques contra a Aoba Johsai era capaz de entender pela milésima vez o conteúdo. Com esse tipo de determinação e num hábito automático de concentração, mordeu seus lábios finos avermelhados, aproximando sua face na mesa, querendo não perder um segundo da explicação.
- O que foi Tsukki? – O esverdeado perguntou quando as mãos pálidas do loiro subitamente pararam, junto com a sua voz monótona – Algum problema? – Perguntou novamente. Os olhos dourados pareciam estar perdidos em alguma miragem. Acompanhou o olhar do outro fixo em seus lábios recém mordidos. O rubor em seu rosto foi involuntário juntamente com a sua garganta ao qual ficou rapidamente seca de uma hora para outra. Tsukki estava observando a sua boca.
Era impressão sua ou o quarto tinha ficado abafado com essa constatação?
"Mas eu aprendo rápido"
Tadashi engoliu seco. Sua mente, numa velocidade invejável de se iludir, logo afirmou que Tsukki estava fazendo aquilo porque tinha se perdido nos seus lábios atraentes.
Uma grande piada, certo?
Certo.
Mas só por pura curiosidade – como um bom curioso nato - iria comprovar a graça dela.
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Inocentemente vermelhos (Tsukkiyama)
Fanfiction"Tadashi engoliu seco. Sua mente, numa velocidade invejável de se iludir, logo afirmou que Tsukki estava fazendo aquilo porque tinha se perdido nos seus lábios atraentes. Uma grande piada, certo? Certo. Mas só por pura curiosidade - como um bom cur...