Desde criança, Lhong sempre foi solitário. Crescendo em um ambiente sem amor, Lhong foi obrigado a aprender a viver sozinho, contando somente com o auxílio financeiro de sua rica família. Por sempre ficar sozinho, Lhong sempre teve dificuldades em f...
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A luz do sol de meio-dia penetrava levemente pelas venezianas do quarto de um hospital onde um jovem tailandês ferido estava deitado. Sua perna, testa e seu braço direito estavam cobertos por ataduras brancas e ao seu lado há uma haste de metal conectada a uma bolsa cheia de um liquido transparente. O equipamento transmitia o tal líquido — provavelmente soro — para suas veias por meio de um cateter.
Lhong abriu lentamente os olhos e se viu encarando uma bolsa familiar em cima de uma poltrona vazia. Era a bolsa de sua mãe, Pleng.
Cuidadosamente, o jovem sentou-se enquanto rapidamente as memórias do acidente dele era projetada como se fosse um filme dentro de sua cabeça, e nesse momento Lhong sentiu como se estivesse sendo enterrado vivo. O ar não entrava em seus pulmões, enquanto as lágrimas quentes começaram a rolar pelo seu rosto, como se fosse gotas de chuva caindo em cima da roupa de hospital que ele vestia. Uma dor cruciante invadia seu corpo, misturando-se a dor física em sua cabeça, tornando-a ainda mais insuportável.
As lagrimas quentes saíram com mais intensidade, enquanto ele pressionava furiosamente seu punho no lençol branco.
P'Jannistar. Irmãzinha. Eu...
"Lhong, finalmente você acordou, filho", disse alegremente o pai dele, Pete, que sem esperar a resposta de Lhong correu para chamar o médico.
Rapidamente o médico entrou no leito e terminou de examinar Lhong. O ferimento em sua perna e braço não era severo e em poucos dias estaria curado. O da sua testa estava um pouco mais grave, mas nada que ele teria que se preocupar. O médico disse a Lhong e ao seu pai que ele estaria "inteiro" dentro de um mês e meio.
Quando o médico os deixou, o pai de Lhong abraçou forte o filho, e Lhong sentiu as lágrimas quentes deles pingando em sua bochecha, "Lhong, não foi culpa sua. Foi um acidente. Não foi culpa sua, ok?"
"Eu sinto muito, Lhong", respondeu o pai dele abraçando-o ainda mais forte, "Ela não conseguiu sobreviver"
O pai de Lhong o apertou ainda mais e chorava desenfreadamente, e nesse momento Lhong forçou todo o seu corpo a se acalmar. As lágrimas salgadas ainda desciam, mas de uma maneira mais lenta, e ele tentava consular o pai dele com palavras que ele nem sabia que era capaz de falar.
Dois dias depois, aconteceu o enterro da irmã dele.
Lhong nunca se sentiu tão triste em sua vida. Sua mãe, Pleng, nem sequer se aproximou dele e toda vez que Lhong se aproximava dela, ela o culpava pela morte da irmã e mandava ele ir embora grosseiramente.
