Unique - Entre Cafuné, Beijos e o Silêncio.

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Consegui terminar nos 45 do segundo tempo rsrsrs



Changkyun abriu os olhos de forma preguiçosa.

Os sentidos, mesmo bagunçados pelo estado de semiconsciência, o alertaram de que alguém estava tocando em seu cabelo. Leves carícias, quase imperceptíveis, mas que eram gostosas o suficiente para fazê-lo dormir mais um pouco. Sabia quem era o dono daquele cafuné e a única pessoa com coragem para tocar em si ou em seu cabelo quando estava dormindo. Cafuné. Algo tão simples, mas tão tão íntimo. Algo que apenas Hyungwon conseguia fazer e ser a coisa mais deliciosa do mundo e, ao mesmo tempo, a mais comum dentro de uma relação — fosse romântica ou entre amigos próximos. Não se deu ao trabalho de mostrar que já estava acordado, aproveitando o cafuné gostoso e a sensação de carinho que transbordava de seu corpo quando era tocado por Hyungwon. Mesmo quando estava num humor do cão.

Havia ido dormir tarde da noite por culpa de um trabalho que lhe tirou o sono e a paciência por dias, além de uma pequena — lê-se big — discussão entre os integrantes de seu grupo de trabalho que terminou consigo mandando um chupar o próprio pau e outro para o inferno por conta da falta de iniciativa e de boa vontade em fazer suas próprias partes da porcaria de um trabalho simples. Não era, exatamente, um exemplo de bom aluno. Passava longe disso, aliás. No entanto, era ciente de suas responsabilidades como qualquer universitário no penúltimo ano de curso e sabia que precisava fazer tudo com antecedência para não se ferrar depois. Estava no penúltimo ano de Música e com a cabeça cada vez mais cheia. Se dormiu umas três horas na noite passada, era muito. Seu corpo inteiro estava dolorido e seus olhos pesando de sono. As carícias, leves e gostosas, só o deixavam ainda mais cansado... Ainda que gostasse demais dos cafunés que recebia de seu namorado. Eram tão gentis que mal conseguia senti-los às vezes.

— Estou acordado. — Anunciou quando sentiu um pequeno puxão em seu cabelo, leve o suficiente para que não sentisse dor. Virou de barriga para cima, esfregando os olhos sonolentos e esticando o corpo para expulsar a preguiça de si. O teto branco foi a primeira coisa que viu assim que seus olhos se acostumaram com a luz do sol. — Meio acordado. — Completou, bocejando alto.

Virou o corpo na cama, dando de cara com um Hyungwon bastante sorridente e com um copo de suco de laranja em mãos. Chae Hyungwon era a personificação perfeita de um anjo na terra. Nunca se cansaria de admirá-lo igual a um bobo todas as vezes que o visse, fosse arrumado ou com os cabelos em pé. E nem mesmo assim o infeliz ficava feio, o que já significava muito.

— Pra mim? — Indagou, mesmo sabendo a resposta. Apanhou o copo com preguiça, sentindo o cheiro cítrico da laranja inundar suas narinas. Era muito bom. Tomava um copo de suco de laranja todos os dias assim que levantava, quando sentavam juntos para tomar café da manhã antes de ir para a universidade. Estudavam em prédios diferentes, mas dentro do mesmo campus. — Eu acordei atrasado?

Hyungwon balançou a cabeça, afirmando. Bateu os dois dedos no pulso, confirmando suas suspeitas. Atrasado de novo. Que ótimo! Ultimamente vinha se atrasando com mais frequência por conta de problemas pessoais e por questões financeiras, perdendo alguns pontos de frequência por causa disso. Não que se importasse muito com isso, afinal, compensava com seus trabalhos e composições. Mas Hyungwon não gostava. E sempre que podia, tentava acordá-lo na hora para suas aulas. Mesmo que tivesse que se preocupar com as dele.

— Você já comeu? — Hyungwon negou, apontando para a cozinha. Bateu na barriga e então sinalizou a palavra comida e fez o sinal de mesa. Changkyun assentiu, sinalizando um okay em resposta e jogando as pernas para fora da cama com cuidado para não derrubar o suco. Os sinais ainda eram um pouco confusos para si, mas Hyungwon tinha paciência o suficiente para ensiná-lo e corrigi-lo quando errava ou trocava algum sinal — já que boa parte era parecida. Além do fato de ele saber leitura labial, o que facilitava um pouco a comunicação entre os dois.

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