P. O. V Helena.
Seria isso o pão de açúcar?
Olho em volta, me deu arrepios. Eu estava em uma cabine com paredes transparentes.
Logo percebo que sim.Eu estava num bondinho.
Por quê?
Olho a cidade do Rio de Janeiro e vejo o Cristo, o morro dois irmãos, a pedra da gavea, e meu destino. O morro do pão de açúcar.
Olho para o chão e o vejo rachando.
Corro pro canto sem rachaduras, mas parece que onde eu piso as rachaduras seguem.
Não tinha o que fazer.
Me sinto caindo.
Envolta de mim o céu azul, as montanhas verdes, as casas coloridas, as pessoas dançando no clube perto da praia, a Lagoa Rodrigo de Freitas. Tudo passou correndo pelos meus olhos.
E eu tentei gritar.
Mas minha cabeça
Estava sob a
água.
Sinto minha cabeça bater.
Abro os olhos em desespero e percebo que estava num solo.
Macio.
Um...
Tapete?
Percebo que eu estava no chão, perto de minha cama.
Foi um sonho
Ou pesadelo.
Estava de noite, ou melhor, preste a amanhecer.
Me levanto e ando pelos corredores da grande casa.
Ninguém acordado.
Acho que vou naquele restaurante... será que está aberto? Tenho fome, vi que eles servem café da manhã.
O dia estava bem frio e chuvoso, com bastante névoa e gelo pelas ruas. Eu coloquei um grande sobretudo bem bonito, uma calça aveludada boca de sino e botas, sem esquecer do meu cachecol.
Ando lentamente pelo corredor para não acordar ninguém e quando estava finalmente na porta...
- Onde vai, Lena?- Uma voz sonolenta me pergunte confusa, me assustando muito.
Me viro com medo, mas era apenas Biah. Coloco a mão no peito em sinal de aliívio é suspiro.
- Tomar um café, quer ir?- Pergunto tremendo pelo frio.
- Eu vou depois...Se quiser ir na frente pode ir, eu vou demorar pelo menos meia hora.- Ela diz arregaçando as mangas.
Como ela consegue não sentir frio? Ela está só com um pijaminha leve andando descalça no chão frio...
Abro a porta e pego uma bicicleta da garagem, que provavelmente não era a minha, já que todas eram parecidas.
Subo na bike e vou em direção ao restaurante.
VOCÊ ESTÁ LENDO
70's Vibes on
Historical FictionNada que não seja comum na vida de amigos nos anos 70, mas talvez para nós o mais simples do que eles tinham pode ser o mais precioso que queremos.