unique

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Era um fato indiscutível que Marinette Dupain-Cheng era desastrada. Estava sempre quebrando pratos, copos, se queimando em panelas, trombando nas coisas e repleta de hematomas que nem sequer sabia como foram parar em sua pele.

Nem ela mesma conseguia entender porque era tão desastrada, mas era seu jeito. Se esforçava para melhorar, mas nunca conseguia um avanço. Para ela, sua vida deveria ser um jogo, e quando avançava duas casas, ela tinha que voltar quatro. Ela estava sempre criando novos machucados em seu corpo.

E, em uma plena sexta-feira do mês de julho, suas férias da faculdade, sua vida não iria ser diferente; ela tinha que se queimar no ferro de passar, que, de alguma forma, caiu em sua coxa nua, já que a mesma estava utilizando um shorts jeans, e deixou a marca avermelhada, a pele parecia um tanto enrugada, e muito quente.

De imediato, ela gritou e começou a chorar de dor, e então correu para o banheiro, indo jogar água gelada na perna e tentar aliviar a mais nova queimadura. Assim que a água gélida tocou no machucado, ela sentiu um alívio enorme.

Mas, a queimadura estava tão feia, que não tinha jeito: ela tinha que ir para o hospital e iria perder o cinema com as amigas. Entretanto, era uma emergência e suas amigas iriam compreender seus motivos tão desastrosos.

Pegou a chave de seu carro, a carteira, chaves do apartamento, o celular e seus fones, colocando tudo dentro de sua bolsa e foi para a garagem de seu prédio. Seu carro era um simples, preto, mas o qual ela adorava; havia sido um presente de seu pai, e a mesma não podia reclamar, mas não havia porquê fazer isso.

Ao chegar no hospital, ela foi atendida rapidamente e os médicos disseram que era uma queimadura de segundo grau e eles ainda iriam avaliar por um tempo e, por esse motivo, ela foi deixada em uma sala de espera com um gel na queimadura, que aliviava aos poucos.

Avisou suas amigas, que duvidaram da azulada, então ela comprovou enviando uma foto de sua perna machucada. Sem pensar muito, colocou um dos lados de seu fone e passou a escutar sua playlist enquanto jogava Candy Crush.

Depois de ter perdido quatro vezes de formas frustradas, ela foi distraída por uma maca que fora empurrada para o quarto em que ela estava e colocado no canto do quarto, de frente para ela.

O garoto tinha os cabelos loiros bagunçados e uma feição bem séria. Reparou que usava uma camisa com mangas três quartos na cor preta e uma bermuda e, não pôde deixar de reparar, a canela inchada.

Quando viu que o olhar dele ia se desviar para ela, a garota voltou a olhar para o celular. Ele era lindo! Não havia outra descrição para o loiro. Marinette desejou não ser tão tímida e começar a conversar com ele, mas ela não era sua mãe, que conversava com estranhos tão facilmente.

Em um surto solitário, ela decidiu postar no Twitter o que estava acontecendo com ela. Ela estava em um hospital e conhecera o garoto mais lindo do mundo! Como aquilo era possível?

Decidiu nomeá-lo como "crush-do-hospital" até saber o nome do mesmo, mas continuaria a reconhecer do jeito que o nomeara.

Conversou com suas amigas, comentando quão lindo o garoto de perna inchada era. Então, Alya, depois de perguntar se eles eram os únicos na sala e receber uma resposta positica, disse o óbvio:

"Fala com ele! Você não vai estar fazendo nada de errado! Pergunta sobre a perna!"

- Péssimo dia para ter a perna machucada, hein? - ela disse, de repente e sentiu as bochechas corarem. Mentalmente, se castigou por dizer algo tão ridículo como aquilo, mas se segurou para não bater na própria testa.

- Realmente. - ele disse, abrindo um sorriso ladino. Pela a primeira vez, Dupain-Cheng reparou que os olhos dele eram tão verdes quanto duas esmeraldas. - O que você tramou?

broken crush | adrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora