Décimo Sétimo

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Capítulo escrito pelo celular

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VIOLET

O primeiro dia sem JungKook em casa era estranho.

Jimin tinha acordado no horário de sempre, porém sobre a mesa de cabeceira não havia um bilhetinho decorado com patinhos. Nos dias em que JungKook saia antes que Jimin acordasse, o bilhete sempre prometia que ele voltaria pela tarde, ou antes do anoitecer. Já nos dias em que o vampiro não saia pela manhã, o bilhete deixado para o loiro tinha alguma mensagem fofa sobre como JungKook esperava que eles tivessem um bom dia juntos. Dessa vez, não havia nenhum dos dois tipos de bilhetes... sequer havia um bilhete.

Ao descer para a cozinha, não teve a visão de seu café feito e posto sobre o mármore da ilha. Não havia os braços do namorado o convidando para um abraço carinhoso, e muito menos havia beijinhos apaixonados o esperando.

Era como ser jogado em uma vida que não era a sua.

O humano ficou surpreso com o quanto tinha se acostumado a ter JungKook naquela casa - ou ao menos naquela cidade -, e com o quanto sentia falta daquele carinho. Sem falar que sentia falta de não precisar lavar louça e preparar o café. Momentos mais tarde, enquanto guardava a louça que recém lavara e secara, Jimin suspirou. Desamparado sem ter o início costumeiro que seus dias passaram a ter, ele não sabia o que fazer.

Ele não tinha aula de balé, muito menos da autoescola, então o que faria durante o dia todo? Enquanto andava sem rumo pela sala, o humano se lembrou do que fazia nos seus dias livres no internato: ele lia livros.

Livros era uma de suas maiores paixões, amava ler estórias sobre mundos fictícios, histórias sobre o mundo no passado - antes dos vampiros assumirem tudo. Por isso decidiu ir até o escritório do vampiro. Jimin havia ido lá apenas uma vez, quando JungKook lhe apresentou toda a casa, mas se lembrava de ver uma estante lotada de livros.

Queria saber quais livros o vampiro tinha, e se aventurar um pouco neles.

O escritório do Jeon tinha um tamanho considerável, mas não ao ponto de perder a sensação de aconchego. Havia uma enorme janela com vista os jardins, uma mesa de madeira escura e pesada, além da cadeira acolchoada de encosto alto.

A parede da janela ficava imediatamente de frente para a porta, e a mesa estava na frente da janela. Nas duas paredes laterais ficavam as estantes, que tinham livros e algumas decorações. Ambas as estantes iam do chão ao teto, porém, bem no centro delas, havia um espaço vazio: sem as prateleiras, apenas a parede. Na estante da esquerda esse espaço vazio era ocupado por porta-retratos com fotos de família pregados a parede. Na estante da direita, o que estava preso a parede era um quadro de Klimt.

O quadro, de diversos tons de amarelo, retratava duas pessoas abraçadas. Era uma obra que Jimin ficara encantado ao ver da primeira vez, e também agora.

Desviou seu olhar e caminhou até as estantes, observando os livros que estavam nas prateleiras. Alguns livros eram bem antigos, então não ousaria mexer, mas decidiu por fim pegar um livro chamado Ladrão de Almas. Pela sinopse, tinha exatamente um dos gêneros literários preferidos do loiro: mistério.

Ele saiu do escritório e caminhou até a área da piscina, onde parou debaixo de um sobreiro e sentou-se na espreguiçadeira reclinada, começando assim a ler. A leitura do livro, que tinha um pouco mais de 300 páginas, não demorou muito; mas ele com certeza iria o reler em algum outro dia para ver as coisas que não percebeu de primeira.

Apenas segundos depois de deixar o livro sobre o seu colo, ouviu a campainha da casa tocar. Estranhou totalmente, já que ele não esperava nenhuma visita. Estranhou ainda mais que não fora a campainha do portão a tocar, mas sim a da porta de entrada de fato. Levantou da cadeira e caminhou calmamente até a entrada da casa e, ao abri-la pôde ver um casal familiar de sangue puros sorrindo abertamente.

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