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Alex, o garoto de dez anos, enquanto ficava no orfanato sozinho, pois outras crianças não ligavam muito pra ele.
O mesmo decidiu conversar com uma senhora que ficava ali por perto, era uma senhora de apenas cinquenta anos.
- você tem que aprender a fazer amigos, ficar conversando com uma senhora como eu, não seria muito bom.- dias ela olhando para Alex.
- m-mas porque não?.- disse Alex olhando para ela.
- tem que fazer amigos da sua idade.
- a senhora é não velha assim?
- me acha jovem?
- sim.
- você é uma criança boa Alex, um dia você sairá daqui.
- verdade?
- sim sim, tenho certeza.
- ok então.
Alex ficou sentando ao lado dela conversando, enquanto as crianças brincavam pra todo o lado.
- tia... Quando será o almoço?.- disse Alex.
- agora mesmo, vamos indo.- disse ela puxando a mão de Alex.
- vamos pra onde?
- na verdade eu queria mesmo que você comesse algo melhor, a comida daqui é um lixo.
- como assim?
- são feitas pra engordar as crianças, as vezes as crianças daqui ficam doentes pela comida, e você é muito fofinho pra ficar desse jeito.
- entendo.
- esse é o meu almoço, você pode comer a vontade.
- m-mas e você?
- deixe um pouco pra mim, e não seja guloso ok?
- ok.
Alex comia, quando o mesmo deixou o resto para a senhora, a mesma comeu e saiu dali para que não a visse alimentando Alex.
Depois de um tempo, Alex saiu de seus quarto e foi até a senhora.
- o que aconteceu Alex?.- disse ela.
- nada.
- bom.. tenho que te apresentar algumas crianças da sua idade aqui.
- eu preciso?
- mas é claro, eu também trabalho Alex, não podemos conversar o tempo todo.
- hum... Eu posso trabalhar com você também?
- claro que não, você é uma criança, e órfão, vamos lá, vai ser legal.
A senhora arrasta Alex até duas crianças da sua idade, as mesmas ficaram apenas olhando.
- olha... esse é o Alex, ele pode brincar com vocês também?
- hum... Sim.- disse a garota.
- temos mais um amigo.- falou o garoto.
- ótimo, se cuida em Alex, depois nos
vemos.- disse ela saindo dali.
Alex ficou olhando para aquelas duas crianças mas não disse nada.
- não seja tímido, meu nome é lilly.- disse a garota de cabelos castanhos e de vestido colorido.
- meu nome é jonny.- disse o garoto de cabelos pretos e com suas roupas preta e branca.
- m-meu nome é alex.- disse ele com o rosto vermelho.
- não fique assim, aliás... Nós seremos melhores amigos.- disse Lilly.
- mas eu não sou seu melhor amigo?.- disse Jonny.
- sim, mas nós três seremos os melhores amigos.
- o que quer fazer Alex?.- disse Jonny.
- n-não sei.
- já sei... Que tal... Pique-pega?.- disse Lilly.
- pode ser, Lilly vai nos pegar, vamos correr.- disse Jonny correndo.
Alex também correr, depois de tanto tempo brincando e correndo pra todo lado, já estava na hora de ir para os quartos.
- a gente se vê amanhã alex.- disse Jonny.
- a gente se vê amanhã também alex.- disse Lilly acenando.
- até.
Alex entrou em seu quarto e ficou sentando ali olhando para o nada.
- Alex... Você está aí?
- senhora?
- sim, sou eu, posso entrar?
- sim sim.
A senhora entrou com o sorriso, e se sentou ao lado de Alex.
- como foi brincando com eles?
- foi legal, brincamos de pique-pega, pulamos corda, corremos muito, e agora eles querem me ver amanhã.
- isso é muito bom, assim que se faz amigos.
- a senhora também tem amigas?
- sim, são muitos, minha cabeça sempre esquece de alguns, vou indo, meu trabalho ainda não acabou, tenha uma boa noite Alex.
- a senhora também.
Ela saiu do quarto e Alex se cobriu para dormir, já era meia noite, Alex estava acordado olhando para a janela.
- mamãe... Um dia eu sairei daqui?.- disse ele olhando para o céu com as estrelas por todo o lado.
- se a senhora ou o Papai estive aqui, me tirariam daqui né?...as eu sou uma pessoa boa como a senhora queria mamãe… está feliz?
Alex voltou para a cama e dormiu.
Na manhã seguinte, algumas pessoas que trabalham no orfanato, acordam as crianças para poder descerem.
- bom dia alex.- disse Jonny logo a sua frente.
- b-bom dia.
- Alex ainda continua tímido, somos amigos agora, nada de timidez Alex, mas se não conseguir, deixe assim.- disse Lilly sorrindo.
Fomos para o refeitório, o café da manhã bem simples, apenas pão com ovo e leite.
- vocês gostam disso?.- disse Jonny.
- eu não, a comida daqui é horrível, na parte do almoço.- disse Lilly.
- eu nunca comi.- disse Alex.
- como assim?.- disse Jonny.
- a senhora disse que a comida daqui é um lixo, eles colocam alguma coisa que deixam as crianças gordas por comerem demais.
- se horror, mas eu estou normal, deve ser o almoço, ou quando brincando e estamos cansados, no café da tarde eles devem colocar alguma coisa sem nós percebermos.
- deve ser isso.
- pois é... Estamos no orfanato né, o que podemos fazer!?.- disse Lilly.
- um dia nós seremos adotados, e eu quero me encontrar com vocês algum dia.- disse Jonny.
- tomara de sim, se um de nós ficarmos diferentes quando crescermos, talvez não reconhecermos os rostos um do outro.- disse Lilly.
- a gente vai se conhecer sim.- disse Jonny.
Depois de dois anos, Lilly foi adotada primeiro de nós com doze anos, ficamos apenas nós dois brincando sozinhos, mas o que deixava os dois felizes era Jonny dormir às vezes no quarto do Alex.
Jonny foi adotado depois de três anos com quinze anos, nos despedimos, mas Jonny ficava chorando feito um bebê.
Eu fiquei ali, normalmente no meu canto como eu era antes, e a senhora ainda ficava conversando comigo quando podia, surgiam outras crianças também, como eu já tinha quinze anos, alguns garotos da minha idade falavam comigo as vezes, mas nada disso foi amizade.
Alex ficou em seu quarto enquanto olhava a janela de novo, assim que a porta se abriu, o mesmos estava do meus jeito.
- Alex.- disse a senhora.
- bom dia senhora.- disse ele se virando, e vê uma mulher com ela.
- bom dia Alex, essa aqui é Luiza, ela quer conhecer você.
- e-eu? Porque?
- eu chamei ela aqui para conhecer você.- disse a senhora sussurrando.
- olá Alex, sou Luiza, a Neuza me falou muito sobre você.
- quem é Neuza?
- é que Alex sempre me chama de senhora, então ficou assim depois desses anos.
- entendo, a senhora me disse sobre você.
- hum...
- você parece não fofo, quando anos tem?
- quinze.
- você é muito lindo.
- o-obrigado.
- bem... Você sabe o porquê eu estou aqui né?
- para adotar!?
- exatamente, e eu estava pensando muito em adotar um garoto, e você pelo visto é o que eu realmente procurava.
- sério?
- sim.
- então vai me adotar?.- disse Alex sorrindo.
- isso mesmo, já se cansou de viver aqui?
- sim, aqui ninguém fala comigo, só a senhora que conversa comigo quando tem tempo.
- eu entendo, eu planejo te levar hoje mesmo, quero que conheça sua nova casa, e tenho que assinar alguns papéis, assim que eu assinar, eu quero que você esteja lá em baixo me esperando.
- ok.
Luiza saiu do quarto e foi assinar os papéis, Lex desceu e ficou a esperando, a senhora estava ao lado dele.
- mas e a senhora?.- disse Alex.
- eu vou ficar bem, eu não moro aqui, quando eu tirar dias de folga, você pode me visitar, está aqui o meu endereço.
- ok, mas a senhora vai estar lá mesmo quando eu ir lá né?
- eu vou Alex, e vou sentir muita saudade sua, foram cinco anos juntos, agora é um adeus.
- sim.
- pronto... Eu cheguei.- disse Luiza descendo as escadas.
- está na hora.- disse a senhora.
- sim.
- vamos indo.
- eu tenho uma pergunta.- disse Alex.
- pode falar.
- eu posso levar a senhora também?
- Alex... Eu sou adulta, mas podemos nos encontrar algum dia, eu te dei o meu endereço, eu te avisarei se possível.
- tá bom.- disse Alex cabisbaixo.
- não fique triste, eu te levarei para visitá-la alex.- disse Luiza abraçando Alex.
O carro dela é bem grande, assim que entraram, foram para a casa, onde Alex vai morar com sua nova família.
- aqui é a sua nova casa alex.- disse Luiza.
A casa era enorme, parecia uma mansão de tão grande que é.
- é uma mansão?.- disse Alex.
- bobinho, é uma casa normal, só grande, na verdade somos ricos, mas temos espaço pra você lá, um quarto novinho, na verdade temos uma surpresa pra você, vamos entrando.
- ok.
Assim que entraram, havia um homem gritando surpresa, e a casa deu eco de tão grande.
- esse será o seu pai, podemos chamar de pai se quiser.
- ok.
- olá, meu nome Dylan, como você sentindo agora Alex?.- disse Dylan com um capacete na cabeça feito um louco.
- me sinto bem.
- meus cabelos são muitos bonitos, você os pintou?
- na verdade eu nasci assim.
- eu gostei.
- obrigado.
- tem uma coisinha pra você.- disse Luiza.
- e o que é?.- disse Alex.
- Lucas!.- gritou Luiza.
Assim que ela o chamou, o mesmo desceu correndo para ver o que era.
- aí... O que foi mãe? Eu levei um susto, aconteceu alguma coisa?
- na verdade, esse será o seu irmão.- disse ela apontando para mim.
- ele é... Diferente.
- o que acha dele?
- eu gostei, sempre quis um irmão mais novo, ele é bonito.
- obrigado.- disse Alex vermelho.
- bem... Eu voltarei para o meu dever.
- me adotaram porque?.- disse Alex.
- é que Lucas já está indo embora, vai fazer faculdade e sair de casa, ele tem dezessete anos já, e ter outro na família seria melhor.
- eu ainda estava aqui, então quer dizer que eu irei embora?
- sim, arrumar uma namorada, se casar, ter filhos e sair da cidade.
- eu não, você está exagerando mãe, vou indo.- disse ele subindo.
- primeiro leva ele para o quarto.- disse Dylan.
- tá bom, vamos subindo.
Alex subiu as escadas, e ao chegar no quarto, ele é dividido com Lucas, o mesmo tem suas coisas de um lado, e do outro só tinha uma cama e um guarda roupa enorme.
- aqui é o seu quarto, na verdade o nosso.
- ok.
- qual é seu nome?
- m-me chamo Alex Clark.
- hum... Só uma coisa.- disse ele chegando perto de Alex.
- s-sim.- disse Alex confuso.
- se acha que vai me substituir na família, vai sonhando hein.- disse Lucas olhando nos olhos de Alex.
- e-essa não é a m-minha intenção.- disse Alex confuso olhando para baixo.
- eu só estava brincando, não fique assim, aliás... Seja bem vindo a sua nova casa, agora pode me chamar de irmão.
- bom... Eu prefiro Lucas mesmo.
- tanto faz, aliás... Você é fofinho, como ninguém adotou você por esses anos?
- na verdade eu ficava escondido.
- que bom que apareceu, porque minha mãe te adotou.
- pelo visto sim.
- quantos anos você tem?
- quinze.
- eu sou dois anos mais velho, agora você é meu irmão mais novo.
- sim.
- vou voltar ao meu dever.
- o que você estava fazendo?
- jogando Xbox.
- esse é seu dever?
- sim, quer jogar?
- posso?
- mas é claro, existe um velho ditado: tudo o que é meu, é meu, e tudo o que é seu, é nosso.
- hum... entendi.
- agora vamos jogar.
- ok.
Alex se sentou ali e ficou jogando Xbox nessa manhã inteira.
- desçam aqui, é hora do almoço.- disse Luiza.
- vamos descer Alex, a mamãe está nos chamando.- disse Lucas.
- t-ta bom.
Se levantaram e foram para a cozinha, onde a mesa era grande, e cheia de comida em cima dela.
- Alex vai sentar do meu lado.- disse Lucas.
Alex se sentou ao lado de Lucas, e todos se serviam, conversavam sobre muitas coisas.
- está feliz Alex?.- disse Luiza.
- sim, é uma boa comida, a senhora dizia que a comida de lá é um lixo, então a gente dividia juntos a dela.
- fez amigos por lá?
- sim, quando eu tinha dez anos, tive dois, uma garota e um garoto, Lilly e Jonny, só que ele foram adotados primeiros.
- entendo, eu vou ao shopping, e você vai vir comigo, vamos comprar novas coisas.
- tá bom.
- eu posso ir junto?.- disse Lucas.
- você já quis que o Alex sentasse do seu lado, agora quer ir no shopping também?
- é porque você não é um garoto, não sabe que roupas ele gosta de usar.
- é verdade… levarei seu pai.
- mãe! Deixa eu ir.
- tá bom, vamos juntos então.
- obrigado, eu te amo mamãe, vem Alex, vamos nos arrumar.- disse Lucas puxando Alex pela mão.
- ok.
Subiram as escadas e foram para o quarto.
- eu devo me trocar aqui?.- disse Alex.
- porque? Nós somos homens, não tem nenhum problema nisso, agora se troque.
- o que eu vou colocar?
- use as minhas, aqui.- disse ele dando as roupas nas mãos de Alex.
- tá bom.
Alex se trocou, quando percebeu que Lucas estava o olhando.
- o-o que está o-olhando?.- disse Alex vermelho.
- nada, agora vamos descer, a mamãe deve estar nos esperando.
Desceram as escadas e viram a Luiza apenas passando um batom e se olhando no espelho a sua frente.
- estamos prontos mãe.- disse Lucas.
- vocês estão ótimos, vamos indo então.
- tenham cuidado.- disse Dylan.
Saíram com o carro e foram para o shopping, ao chegar lá, andaram até encontrar uma loja de roupas.
- aqui mãe.- disse Lucas.
- essas roupas são bonitas.
- é só você escolher Alex, o que você gosta.- disse Lucas.
- ok.
Alex começou a pegar algumas roupas e vestiu eles para que servisse.
Passou algumas horas, ao voltarem para a casa vim muitas sacolas, Alex arrumou suas coisas e as guardou.
- foram muitas coisas.- disse Alex.
- tudo bem.
- ok.
Já estava escurecendo, Alex ficou a noite toda deitado, Lucas as vezes o observa, Alex ficou olhando para a janela, e via as estrelas.
- gosta de olhar para as estrelas?.- disse Lucas.
- sim, elas são bonitas.
- eu também acho, como aconteceu essas coisas com você?
- como assim?
- a sua história, como foi parar no orfanato.
- meu pai faleceu quando eu tinha seis anos, de acidente, e minha mãe faleceu quando eu tinha dez anos, de câncer.
- hum... Sinto muito.
- tudo bem, eles eram legais.
- seus pais eram novos quando aconteceu isso né?
- acho que sim, bom... Deixa pra lá, minha mãe disse que se eu olhar para as estrelas todas noites, eu poderei me lembrar deles.
- sabe... Eu te achei muito fofinho, agora eu tenho um irmão bonito como eu.
- se for um elogio, obrigado.
- eu estarei com você, se tiver algum problema, é só me chamar, como irmão mais velho, eu vou te proteger.
- ok.

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⏰ Última atualização: Jul 01, 2020 ⏰

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