Sou fraco

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Antes de mais nada, quero esclarecer uma paradinha para quem não acompanhou Weak no Spirit. Essa fanfic foi postada originalmente no dia 20 de abril de 2020 (no aniversário do Katsuki), então podem ter certas referências a esse dia aqui. Ademais, essa fanfic é extremamente importante para mim, tanto que essa capa (que eu fiz acho que faz uns 2 ou 3 meses) vai continuar aí porque a fiz em um momento de desabafo artístico e isso torna tudo mais importante.
Agora vamos ler né :D.

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"Eu deveria ser forte
Mas eu sou fraco, e o que há de errado nisso?"
Weak – AJR

O brilho da tela do celular — que, mesmo no mínimo, continuava cumprindo seu papel de ser irritante e inconveniente — cegava meus olhos. Desliguei e liguei a tela só para constatar novamente a minha sina. O dia não mudava, era realmente hoje. Cinco e meia da madrugada — pode até ser da manhã, mas eu quero que seja madrugada e somente minha opinião importa — do dia vinte de abril.

A droga do meu aniversário.

Desliguei o celular novamente, suspirei irritado e baguncei os meus cabelos. Não é como se eu odiasse fazer aniversário — eu ganhava presentes e tinha atenção redobrada, quem odeia isso? Tirando a parte da atenção, eu até gosto de presentes e bajulação extra —, mas existiam certas coisas que eu não gostava de me lembrar. Só que, é claro, a droga da minha mente sempre me impulsiona a isso justamente no momento em que quero esquecer.

Estou me referindo ao meu querido e amado aniversário de quatro anos. Eu era só um pirralho birrento que sonhava em ser como o All Might — talvez eu ainda sonhe com isso. Estava junto com a turma da escolinha quando senti coisas estranhas acontecendo em mim. Parecia que meu sangue fervia e que algo queria se libertar pelos poros da minha pele. Eu, um mísero pirralho, só queria entender o que estava acontecendo; então, aquilo aconteceu.

Uma explosão. Não exatamente uma, mas várias faíscas explosivas saíram da minha mão e iluminaram meus olhos. Era o despertar da minha quirk, minha individualidade, fruto da combinação da glicerina — da minha velha — e do suor oxidativo — do meu velho —, a Explosão. Eu ouvia as crianças, tão pirralhas quanto eu, me parabenizando e invejando a minha habilidade. As nossas cuidadoras só faltavam se reverenciar diante de mim por conta da minha individualidade poderosa. Em meio a tantos elogios, eu só pude concluir uma coisa:

"Eu finalmente entendo… eu sou incrível e ninguém e é mais do que eu!"que

Ninguém me contestou; pelo contrário, aprovaram. Cheguei em casa e foi a maior festança que eu tinha visto em toda a minha vida — não que um moleque de quatro anos tenha visto muita coisa. Eu pensei que seria só felicidade pela frente, mas a contestação veio quando eu fui dormir. Como qualquer criança, dormir tarde era um dos meus hábitos, ainda mais depois que a minha velha/mãe liberou o horário de TV para que eu passasse mais tempo vendo a série animada do All Might. Porém, naquele dia, eu não consegui dormir.

Como alguém dormiria com a sensação de múltiplas explosões acontecendo na sua cabeça? Parecia que tinham ativado dezenas de dinamites nos axônios dos meus neurônios e os ativado simultaneamente. Era uma droga; não, uma tortura. Gritei, me esperniei, soquei a própria cabeça na tentativa de fazer aquilo parar, mas nada adiantava. Estava cogitando me jogar pela janela do quarto quando meus pais apareceram e me abraçaram para tentar me acalmar. Minha respiração ficou regulada, mas a merda da dor não passava. O que eu tinha que fazer para dormir em paz?

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