Relato: um pequeno começo...

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Estava exaurido deitado em sua cama, em seu quarto. O único cômodo decente e confortável que possuía. Seu apartamento era praticamente vazio, não estava completamente mobiliado. Ainda faltavam várias caixas para desempacotar e sempre havia uma desculpa para não fazer, mesmo estando ali a quase três meses. Não sentia-se motivado para organizar e deixar o local com cara de ‘casa’; pelo menos, até então, antes de levar alguém fora do seu círculo de amizade.

Primeiro Peeta sentiu vergonha. Quando lembrou da zona que era o local pensou seriamente em mudar de ideia e sugerir outro lugar. Mas fora tarde de mais. E tudo pareceu ocorrer tão rápido quanto.

Um lençol pesado cobria parte do seu corpo nu; metade das suas coxas e mais a metade do seu quadril. No rosto de Peeta Mellark ainda pairava um ar sonhador. Seus olhos brilhantes estavam fixos no teto; como se o a qualquer momento o segredo do universo fosse ser revelado e as respostas para todos os seus problemas. Estava literalmente vendo estrelas.

A cama lhe parecia abafada e a parte coberta, seu traseiro e virilha, transpirava mais do que as outras, embora estivesse um pouco frio ali. As gotas de suor se acumulavam em seu peitoral e em sua testa. Seu peito subia e descia, num ritmo lento e brusco. Como se tivesse exagerado em uma das suas, raras, corridas.

À quantos minutos estava ali, naquela mesma posição, do mesmo jeito?

“A dois cigarros.” Ele pensou, se remexendo, fazendo o cheiro fluir. Os tecidos que o cercavam cheiravam a rodada de sexo, que de repetiu. Havia adquirido um certo apreço por aquele cheiro de suor e corpos e fluídos. Cheiro de coisa boa.

Seu quadril estava dolorido, assim como seu falo. Mas era uma dor gratificante. Os dois pares de camisinhas na lixeira de alumínio, que havia sido puxada para ao lado da cama. Uma não fora amarrada direito e seu conteúdo vazada já liquefeito. Havia um certo orgulho pela quantidade, ainda mais por ter escutado um elogio dele.

No seu devaneio uma quantidade absurda de perguntas se formavam em sua mente, que ainda estava entorpecida pelos recentes orgasmos. A maioria permanecia sem resposta mas pouco importava. Por quê esperou tanto tempo para fazer algo tão bom? Aquela ela não precisa refletir muito para obter a resposta.

É. Seu ex- namorado babaca.

Nunca deveria ter acreditado em Finnick Odair. Apostado tanto, para perder. Só de pensar naquele ruivo sua raiva, retornava de forma massiva. Se ele não tinha atração por si, porquê dar continuidade naquela relação? Peeta de recusava - veementemente - a acreditar que fosse amor, de qualquer tipo. Pois mentira e traição não faz parte de um amor saudável.

A sensação era de que havia perdido boa parte da sua vida naquele relacionamento. Tempo que ele não teria de volta. Mas ao menos havia feito algo que por tanto tempo havia sido negado naquela noite, e isso lhe deixava um pouco satisfeito em relação a tudo aquilo. De ter recuperado uma pequena parte

Peeta não sabia dizer ao certo de foi o ato de bufar que acabou por chamar a atenção do homem.

— Pensei que estivesse dormindo. — Sua voz cortou o ar frio da madrugada. Soava menos alta e pastosa do que no início. — estava aí tão quieto.

O Mellark encarou-o, enquanto se sentava na cama. O lençol que lhe cobria acompanhou seus movimentos e escorregou, um pouco dos seus pelos púbicos surgiram, mas já não possuía o embaraço do começo. Seu parceiro, Cato Hadley, estava do outro lado do quarto, próximo a janela. Lhe mirando com seus olhos acinzentados, antes de vira-los para fora outra vez.

O outro homem estava meio que de costas, meio que de lado, apoiado na janela. Estava nu, do jeito que saíra da cama minutos atrás. Pela milésima vez ele o admirou, era ainda mais bonito do que naquelas posições. O corpo era belo, seus músculos pareciam entalhes quase perfeitos. O V do seu quadril possuía uma simetria impressionante, como uma seta que apontava exatamente para onde Peeta deveria seguir. A pele estava bronzeado, segundo ele, devido ao surf e a praia.

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