Ele voltou

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Em momento algum eu quis ofender alguém da comunidade lgbtqia+, isso tudo é apenas comédia, entretenimento. Bjos, Mari

🌹 5361 𝚠𝚘𝚛𝚍𝚜

Era uma segunda feira às cinco e meia da manhã, enquanto todos continuavam apreciando o quentinho do cobertor, eu me encontrava pronto para a minha corrida matinal.

Sempre fui um garoto muito elétrico, fanático por esportes, principalmente Handball.

Ahhh.. o Handball. Você me traz tantas lembranças.

Adquiri minha paixão por ele desde os sete anos de idade quando conheci o caçula da família Kim. Havia acabado de me mudar quando o vi pela primeira vez, viramos amigos rapidamente, foi quase instantâneo. Mais eficaz que o tempo de preparo de um lámen.

Nosso convívio nós ajudou a encontrar muitos gostos em comum, o fiz se apaixonar por vídeo games e ele me tornou o "aquele menino bonitão, esse não Giovana, aquele maluco por esportes", como sou conhecido. Éramos tão parecidos que eu passei a ter o costume de falar para todos que não o via mais como um amigo qualquer, e sim como minha alma gêmea.

Mas acho que ele levou isso muito a sério, por que assim que completou seus treze anos se declarou pra mim e ainda me deu um selinho na frente dos meus companheiros de skate.

UM SELINHO... EM OUTRO HOMEM.

Não que seja errado, nem que eu tenha o direito de julgar pessoas que gostam... mas né!?

Pra mim aquilo havia me ofendido em tantos idiomas que até me senti poliglota por um instante. Quem ele achou que eu era? Eu sou macho, odeio rosa, amo camiseta de futebol.... o que eu fiz de errado? Achar sapatênis brega?

Talvez o calor do momento havia me deixado muito desesperado e inseguro, além de que a confusão que eu estava sentindo em meu peito era tão grande que acabei o culpando pelas diferentes emoções que se instalaram em minha mente pequena e fechada.

Eu gritei com ele.

Me arrependo amargamente até os dias atuais, a forma como ele chorava enquanto corria em direção a sua casa ainda parti meu coração. Mas meu orgulho era maior, e não me permitiria correr atrás do Kim e aceitar a verdade escondida a sete chaves, talvez quinze.

"Então néTaetae... talvez, assim, bem talvez, eu tenha gostado do selinho. Bem que você poderia repetir pra' eu ter certeza, né? Rs", eu poderia ter respondido, porém eu ainda era muito novo para entender aquilo tudo, então o perdi, ele nunca mais veio atrás de mim. Minha vida voltou a mesma monotonia de anos antes, o mundo perdeu a cor e eu nem havia percebido. Ninguém poderia ocupar o lugar que ele ocupou em meu coração.

Resolvi focar na única coisa que ainda me fazia feliz, o Handball. Hoje em dia, quatro anos após, posso, com muito orgulho, dizer que sou o melhor jogador de tal esporte na minha escola.

Eu sou capitão do time e "Armador Central", ou seja, o cérebro da equipe.

Em quanto corria pela vizinhança pude avistar um caminhão de mudança, estranhei, fazia anos que ninguém se mudava, desde quando... ele o fez.

Curioso, diminui a velocidade das minhas passadas na tentativa de ver o dono daqueles móveis que me traziam uma enorme sensação de... nostalgia?

Ocupado tentando resgatar alguma memória envolvendo aquele sofá, não percebi quando um SEM NOÇÃO, diga-se de passagem, se esbarrou em mim e derrubou adubo, sim, esterco, na minha roupa limpinha.

ㅡ Pô cara, olha por onde anda. - Disse o garoto que aparentava ter a minha idade, err.. bonitinho, quer dizer, bem bacana ele, quer dizer, tem cara de que pode ser um bom parceiro pra' bater um baba no sábado de manhã.

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⏰ Última atualização: Jul 31, 2020 ⏰

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𝑳𝒐𝒄𝒌𝒆𝒓 𝑹𝒐𝒐𝒎 • 𝚃𝚑+𝚓𝚔Onde histórias criam vida. Descubra agora