Vinte E Quatro Por Um

Lobo branco

Olá! Sejam bem vindes a minha, muito atrasada, obra de dia dos namorados!

Sim, eu tenho alguns trabalhos pendentes, mas parei um pouco a produção das longs para focar nessa história e posso dizer que isso foi algo que realmente me fez ver de outro ângulo algumas coisas que me incomodavam já faz um tempo. Mas enfim, vocês não vieram ler sobre meu desabafo, então chega de enrolação e vamos para a história!

(Leiam as notas finais para algumas explicações)

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ALERTA DE CONTEÚDO SENSÍVEL

O texto a seguir pode causar algum tipo de desconforto, mal estar e  chegar a ser o pivô de crises em pessoas previamente sensíveis aos temas do tipo: ataque de pânico, citação de falta de ar e pensamentos depreciativos.
Novamente, peço que tenham cuidado e lembre-se: sua segurança é saúde mental vem em primeiro lugar!

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Uma leve corrente de ar balançou os fios cacheados e escuros, guiando para um sono ainda mais duradouro o rei de Wakanda, esse que estava procrastinando seu despertar a mais tempo que o normal. Finalmente abriu os olhos quando ouviu uma movimentação sob a cama em que estava deitado. Levantou o corpo de forma preguiçosa, cogitando ignorar o ruído, decidindo por fim finalmente despertar.

Ele levanta e se agacha, sentindo os músculos de suas pernas protestarem pelo movimento repentino. Sob a superfície em que estava deitado antes se encontrava um grande lobo de pelagem branca e olhos azuis visivelmente assustado. Sua expressão confusa se tornou compressiva a partir do momento em que lembrou de que dia se tratava aquele. Tentou retirar o animal de onde estava de varias formas, essas que foram todas mal sucedidas, lhe rendendo um suspiro leve de desistência.

Do chão onde estava elevou os olhos até as grandes portas de vidro que serviam de passagem para uma varanda espaçosa. Essa que era coberta com um teto também de vidro e continha uma poltrona, uma mesa com duas cadeiras e um tapete felpudo de cores terrosas que ainda tinha sobre si o livro do qual o rei estivera ocupado lendo até altas horas da madrugada. Um vento frio balançava as cortinas pesadas e, lá fora, o céu se encontrava mais acinzentado que o normal para um fim de tarde, indicando que aquele era um dos raros dias frios que assolavam a nação africana.

Fechou os olhos por um momento ao lembrar-se das pequenas discussões que teve com seu falecido pai sobre o lugar onde se encontrava os seus aposentos. Segundo T'chaka, um futuro rei jamais poderia ter seu quarto localizado no térreo ou subsolo, uma vez que deveria acordar toda manhã e olhar para sua nação de cima, já que era ela que lhe dava forças para lutar. As ideias dele iam contra o sentimento de conforto de seu filho, tendo obrigado o mesmo a passar uma noite no segundo quarto mais alto do castelos aos dezesseis anos, noite essa nada agradável que fazia questão de não buscar de suas memórias com frequência. Mas não entendam errado, T'challa não tinha medo de altura. Não. O que o rei sentia era um desconforto leve ao ficar muito tempo em superfícies que não tinham uma base natural junta ao chão, um exemplo é a questão do quarto que foi resolvida com a sua construção tendo como base um monte próximo ao castelo.

Usava uma regata leve que deixava seus braços fortes a mostra, tendo porém uma gola pouco cavada que permitia que o colar de sua sua armadura repousasse sobre o tecido escuro. Esticou um pouco os dedos até alcançar um pacote pequeno contendo um tipo de doce que estava em cima da cômoda. Não se recordava exatamente de quando havia ganhado tal objeto de sua irmãzinha. A mulher, atualmente um pouco mais alta e ainda mais inteligente, insistia na importância de que o rei comesse alguma coisa não saudável de vez em quando, usando como argumento que um dia seu organismo iria entrar em combustão por tantas vitaminas consumidas. Parou de abrir o pacote barulhento, franzindo a testa. Estava surpreso que a princesa não havia mandando alguém para puxa-lo da cama visto que dia era hoje.