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- Temos que ir, princesa!

Foi tudo o que Charlottina foi capaz de prestar atenção antes de ouvir seu nome ser gritado por sua melhor amiga que assim como toda sua família havia ficado para trás.

Enquanto adentrou a van preta que a esperava a porta do palácio foi possível visualizar sua mãe sendo segurada pelos ombros e o choro escorrendo de seu belo rosto.

"Preciso salva-la."

Foi tudo o que ela pensou, enquanto a porta da van fechava e dava início ao caminho de pedras a levando para longe de sua vida.

"Para o bem da minha familia"

Ela sussurrou segurando o colar em formato de coração que ao ser aberto continha uma foto dela junto a sua família real.

O Major Kuc havia invadido seu palácio e pretendia fazer ela e sua família de reféns, mas antes que conseguisse de fato, ela nem ao menos sabia, mas sua mãe havia chamado o:

Programa de Proteção para princesas: Consiste em um programa que resgata princesas prisioneiras ou ameaçadas e as protegem por um tempo, sempre as encaminham para diversos lugares, desde fazendas à cidade grande, o intuito é disfarça-las ao ponto de não serem reconhecidas, até conseguirem controlar a situação em seu país de origem e elas poderem enfim ter a vida de volta.

Charlottina batia impaciente suas unhas compridas ao vidro da van, seu protetor a olhava terno, e com um vislumbre de pena.

A menina sentiu o molhado das lágrimas escorrer por suas bochechas enquanto observava sua cidade natal, seu reino e toda sua vida ficar distante aos seus olhos.

- Chegamos, princesa Bolton!

Ela adentrou o local que por fora parecia um simples prédio comum, mas quando adentraram ela deparou-se com uma gigantesca sala secreta, haviam pessoas diversas com uniformes em seus logos pintados de dourado escrito: Programa de proteção para princesas.

A sala era dividida em setores, haviam setores de cabelos, unhas, maquiagem, e até mesmo troca de nomes, era tudo devidamente estruturado para que as princesas saíssem do prédio irreconhecíveis.

Antes que conseguisse normalizar a respiração uma mulher simpática a segurou pelos ombros sorrindo e a sentou em uma cadeira vermelha, ela deparou-se com o espelho redondo em sua frente, enquanto sabia que o pior estava por vir.

A mudança de identidade, aparência e vida.

Sentiu mãos segurarem seus cachos que estavam soltos, apenas com uma de suas coroas pratas presas em seu topo, ela sentiu o objeto ser retirado e sentiu algumas dores e um peso, decidiu fechar os olhos temendo o pior.

Afinal estavam mudando o seu cabelo, que ela considerava uma de suas maiores qualidades e símbolo de força.

- Desculpa, princesa!

Então quando abriu os olhos, depois do que pareceu quase uma eternidade, percebeu que seus cachos não estavam mais presentes, seus cabelos estavam presos em pequenas tranças que desciam até o meio de suas costas, era um pouco pesado, mas ela ainda conseguiu sorrir, já que o novo cabelo a agradou de fato.

Logo após a encaminharam para o setor das roupas, seu vestido bordô foi retirado e ela recebeu um conjunto lacrado, consistia em uma calça jeans preta, uma camiseta com um símbolo de alguma banda que ela não reconheceu e um tênis da marca vans preto.

"Tênis? Mas ela nunca havia usado tênis."

- Não posso usar algo com um salto, ou brilhante?

O protetor dela, guarda que a resgatou do Palácio, deu um casto sorriso terno e apenas negou balançando a cabeça de um lado para o outro.

- Tudo bem.

Foi tudo o que conseguiu dizer sentindo novamente o choro preso em sua garganta.

Dado o resultado final, ela não conseguia reconhecer-se perante ao espelho que a mostrava de corpo inteiro, ela estava diferente, comum, sem vestidos, sem joias, sem brilho, não era ela, não a princesa que aprendeu a ser desde o berço.

- Seu nome agora é: Charlotte Hart, nada de Charlottina Claire Bolton, apenas Charlotte Hart não esqueça!

A pobre princesa apenas assentiu, afinal o que ela poderia fazer? Tudo estava de fato sendo preparado para salvar seu reino e sua família, seu dever era aceitar sem reclamar.

- Onde eu irei morar?

A pergunta que a aassombrava desde que a levaram de sua vida.

"Onde ela viveria por esse tempo?"

"Quem seria sua família temporária?"

"Como seria sua nova vida? "

- Irá morar comigo e meu filho, a propósito não fomos devidamente apresentados sou: Ray Hart, sua família temporária e protetor das princesas ameaçadas.

- Obrigada por tudo que está fazendo até agora, senhor Hart, será devidamente recompensado.

Ele sorriu, e a princesa percebeu que ele tinha um ar acolhedor e terno, e isso a alcalmou um pouco.

Ele a segurou nos ombros e a levou até seu carro, era um jipe preto, diferente do seu transporte costumeiro como: Carruagens.

Ela adentrou o veículo, forçando um sorriso para o seu novo protetor.

- A propósito, pode me chamar de: Ray.

- Tudo bem, Ray.

Eles sorriram, enquanto ela encostou a cabeça no vidro fumê e começou a chorar baixo, pensando em sua mãe prisioneira e toda sua família amada nas mãos do Major Kuc e seus seguidores fiéis.

Os pensamentos a levaram para longe, ela foi capaz de ler a placa na entrada da cidade escrita:

Bem vindo a Swellview.

"Meu novo lar."

Ela pensou, enquanto sentiu o automóvel parar e deparou-se com uma casa bonita, nada comparado ao seu palácio, mas parecia aconchegante.

Assim que a porta laranja foi aberta, seus olhos pararam em uma figura que parecia ter uma carranca no rosto, ele revirou os olhos e ela acompanhou o seu rosto desenhado, seus cabelos levemente caídos sobre a testa, em cores mescladas de dourado e castanho e sua altura avantajada.

"Parece um principe"

Ela pensou, a não ser por sua carranca e feição de tédio que habitavam o seu belo rosto.

Ela ficou um longo tempo parada a porta o encarando, e ele preferiu não a olhar, ele odiava o trabalho de seu pai, e odiava ainda mais princesas e toda esse drama de família real.

Claro que ele reparou na beleza de chocolate parada em sua frente, ele percebeu o quanto ela era "de tirar o fôlego" mas não deixava de ser uma princesa.

- Essa é a nova princesa?

- Sim, minhas malas estão no carro, estarei em meus aposentos reais.

Dito isso a princesa seguiu de nariz erguido até o primeiro cômodo que encontrou, parecia ser um quarto com paredes tingidas de preto, decoradas com escritas brancas; parou em frente a janela e observou a noite que escurecia o céu, com algumas estrelas cintiladas e a lua brilhante.

Ela ouviu uma tosse seca a fazendo virar e deparar-se com o loiro alto encostado ao batente da porta.

- Licença, alteza, mas eu não sou o mordomo, eu sou o seu mais novo irmão: Henry Prudence Hart, e esse quarto é meu!

Notes: Boa noite meus amores.
Pretendo não falar muito nessa história, para deixar ela perfeitinha.
Esse foi o primeiro capítulo.
Se gostarem já sabem o que fazer ❤🌟
Agradeço os votos e comentários.

Byeeeee!

 Chenry - Like a princess [👑]Onde histórias criam vida. Descubra agora