único

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Não tenho o que dizer sobre isso....

[…]

ㅡ Mas, meu filho, esse menino é todo esquisito! ㅡ A vovó Lee disse ao passar pelo corredor.

ㅡ Mãe, deixa ele. ㅡ Papai parou na porta do quarto. ㅡ Ele tem quatorze anos! É um adolescente, todo adolescente é meio esquisito.

ㅡ Mas ele usa saia e adora rosa!

ㅡ E o que tem isso? ㅡ Papai coçou a cabeça.

ㅡ Essas não são coisas para meninos! ㅡ Vovó Lee mostrou sua indignação.

ㅡ Já chega, mãe. ㅡ Papai suspirou, ele parecia irritado. ㅡ Se Jooheon quiser usar saia ou qualquer outra coisa "de menina", ele vai usar e eu não vou impedir porque não vejo problema.

ㅡ Você está deixando esse menino se criar a gandaia. ㅡ Vovó apontou o dedo para ele. ㅡ Depois, não diga que eu não avisei.

ㅡ Tá, tá bom, boa noite.

Papai encostou a porta e Wonho fechou os olhinhos e abraçou seu ursinho para fingir que estava dormindo. Ele ouviu papai suspirar e se aproximar.

ㅡ Não adianta fingir, eu sei que está acordado ㅡ murmurou ao sentar na cama.

Wonho rolou entre o cobertor com estampa do espaço sideral para encará-lo. ㅡ Porque a vovó implica tanto com o Joohoney?

ㅡ Ela tem dificuldade em entender as coisas, mas um dia ela vai aceitar. ㅡ Ele ajeitou o cobertor e comentou. ㅡ Não se incomode com isso.

ㅡ Papai?

ㅡ Hmm…

ㅡ Quando a mamãe voltar, ela também vai implicar com Joohoney?
Papai travou por alguns segundos e desviou o assunto. ㅡ Amanhã nós conversamos sobre isso.

Wonho piscou os olhinhos e contornou o desenho de uma estrela com o dedinho gordinho.

ㅡ Quando a gente tava brincando de casinha, o Joohoney disse que a mamãe não vai voltar porque a morte levou ela para longe. ㅡ O pequeno apertou o tecido entre os dedinhos. ㅡ É verdade?

Papai congelou e fez uma careta, sem saber o que dizer. Ele com certeza teria que ter uma conversa com Jooheon mais tarde.

Ele olhou para Wonho que bateu os cílios esperando uma resposta e suspirou. ㅡ Depois nós falamos sobre isso, agora é hora de dormir.

ㅡ Ah mas-...

ㅡ Nem A nem B, é hora de dormir! ㅡ Ele o cobriu, deixou um beijinho na testa e fez o mesmo com o ursinho. ㅡ Você e Teddy estão confortáveis?

ㅡ Sim.

ㅡ Então boa noite, meu amor.

ㅡ Boa noite…

Papai deixou o abajur com desenhos de bichinhos ligado e saiu.

Wonho abraçou o ursinho e fechou os olhinhos, mas não conseguiu dormir. Ele ficou pensando no que o irmão disse.

ㅡ Você acha que morte levou a mamãe pra longe, Teddy? ㅡ perguntou ao ursinho. A pelúcia não respondeu.

ㅡ Se a morte fez isso, ela é muito malvada ㅡ continuou falando.

Wonho levou seus olhinhos até a janela e fez beicinho. Ele jogou os cobertores para o lado e levantou arrastando o ursinho consigo, abriu a Janela e o ar da noite invadiu o quarto. Wonho espiou, lá, bem no finzinho da rua, havia um cemitério.

ㅡ Você acha que ela tá lá, Teddy? ㅡ repuxou uma das orelhas do ursinho. ㅡ A vovó sempre disse que a morte fica no cemitério…

Por que mamãe não volta para casa? Onde histórias criam vida. Descubra agora