ALTA TEMPERATURA

CAPÍTULO ÚNICO

Era fim do dia, o expediente estava acabando e ele contava os segundos para ir embora, o dia não fora especialmente trabalhoso, mas inexplicavelmente cansativo, talvez por conta do clima úmido e quente que indicava a possibilidade de chuva que até aquele momento não se concretizara ou por causa daquela garota que ficava o tempo inteiro no seu pé, pensou Joabe Ferreira vendo-a passar pela terceira ou quarta vez – já havia perdido as contas – pela sua porta. Simone era o nome dela, a temporária mandada sabe Deus por quem para tirar o seu sossego, era bem bonitinha, uma morena com um corpo cheio de curvas, carnudo nos lugares certos, baixinha, longos cabelos escuros e pele branca rosada, se tivesse um tipo diria que era o seu, mas o que ela tinha de charmosa tinha de burrinha, constatou com desanimo vendo-a brigar com a impressora.

Levantou-se da cadeira e foi socorrê-la antes que ela o chamasse de novo, segurou um suspiro de desanimo ao ligar e desligar a gerigonça antiga retirou o papel preso atrás da máquina e que a fazia soltar um bip estridente e irritante, para logo em seguida a impressora voltar à vida como se nada tivesse acontecido, Simone lhe sorriu como se tivesse salvado o mundo e disse:

- Obrigada, você é um amor! – Simone lhe tocou o braço suavemente para em seguida voltar sua atenção para impressora.

- De nada. – Respondeu já rumando para sua sala, mas antes que entrasse ela o parou e pediu.

- Você pode dar uma olhada na central de ar para mim? – Se abanou com algumas folhas de papel que retirou da impressora. – Não sei o que tem de errado, mas aqui dentro está um calor terrível. – Reclamou passando um dedo pelo vale entre os seios retirando de lá uma gota de suor e chamando a atenção dele para seu generoso decote.

- Claro. – Respondeu desviando o olhar antes que ela percebesse que seus olhos estavam focados nos montes carnudos dela e se concentrou na difícil tarefa de regular a central de ar, em seguida se refugiou em sua sala.

Não viu quando ela o seguiu com os olhos, uma expressão travessa em seu rosto redondo. O relógio de parede girava seus ponteiros devagar, mas o confortava que dali só mais dez minutos poderia ir para casa tomar um banho, se jogar no sofá e assistir tv, tinha alguns filmes que queria ver já há algum tempo, poderia se permitir essa pequena indulgencia em uma sexta feira antes do feriado, pensou ele, um meio sorriso se desenhando em seu rosto e fazendo surgir sua covinha.

Antes que se desse conta do que acontecia, um rosto familiar surgiu no vão da porta.

- Oi de novo. – Disse Simone entrando em sua sala. – Eu não deixei a chave do meu carro por aqui? – Indagou com uma expressão preocupada.

Joabe olhou por toda a extensão da mesa que ocupava, com um movimento dos pés afastou sua cadeira e olhou sob a mesa não encontrando nada.

- Não. – Assegurou. – Não está na sua bolsa?

- Já olhei lá. – Falou com ar aborrecido. – E não encontrei, achei que tinha esquecido aqui.

- Aqui não foi. – Garantiu ele guardando alguns objetos pessoais em sua mochila, preparando-se para ir embora. – Já olhou na sua sala?

- Já. – Revirou os olhos. – Em todos os cantos e não está. – Passou a mão pelos longos cabelos negros fitando-o ansiosa. – Como vou para casa?

- Verificou em baixo da impressora?

Ela sorriu batendo a mão na testa e correu até a mesa que sustentava a máquina, Joabe a seguiu apoiando-se no batente da porta, cruzou os braços e assistiu à morena se ajoelhar em frente à mesa. Teve que rever seus conceitos quando ela inclinou o tronco para frente arrebitando uma lapa de bunda de tirar o fôlego, ela mantinha as panturrilhas juntas, assim como os pés cobertos por uma sandália de salto alto grosso, proporcionando uma bela visão de seus atributos, o bumbum redondo e empinado coberto apenas por uma fina saia de tecido elástico preto que aderia a todas as suas curvas parecia acenar de forma provocativa. Mexeu o corpo desconfortável sentindo que aquela visão estava começando a excita-lo.