PONTO FRACO

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"Oh oh oh oh oh, você joga sujo
Sabe que você é o meu ponto fraco
Tenta ser feliz mas 'tá fazendo errado
Procurando em outro alguém o que está do seu lado"

Ponto Fraco - Thiaguinho


O branco do quarto estava se tornando insuportável depois de três dias. Se a perda de noção de tempo era intensa dentro da casa, com vários ambientes a serem explorados, vendo o dia e a noite ir e vir, dentro do quarto branco era impossível saber quando era dia, quando era noite, ou quantos dias eles realmente estavam ali. O único indicativo eram as refeições, mas ainda assim, a tensão do ambiente fazia a mente ficar confusa, e nenhum nós três conseguíamos mais chegar a consenso sobre nada.

As primeiras horas foram leves, descontraídas, mas com o passar do tempo uma olhada para o lado, um bocejo, tudo era fonte de irritação generalizada. Olho para a cama ao lado e me certifico que a Manu está em um sono profundo antes de me encaminhar para a cama do lado oposto. Precisava ter uma conversa com a outra companheira de quarto, mas sem a audiência constante.

Me aproximo da cama ainda meio inseguro, quando estou a centímetros do rosto dela, a observo por uns instantes antes de perguntar. Ela estava tão serena, tão linda, não se parecia nem um pouco com a garota irritada e nervosa de algumas horas atrás perdeu a paciência com ele e com a amiga. Gizelly ao mesmo tempo que era a mais resoluta em não apertar o botão vermelho, era a mais afetada pela experiência. Na verdade nem sabia o que queria falar com ela, só precisava conversar.

- Ô Gizelly, você tá dormindo? - ela resmunga virando para a parede - Gizelly, vamos, acorda, preciso falar com você.

Ela se vira e me olha sonolenta e meio confusa, esfregando os olhos com as mãos.

- Já tá cedo?

- Não, só preciso falar com você. - Ela se senta na cama e eu me sento ao seu lado. - Você acha que eu sou louco por ter te chamado para o quarto branco? Tá com raiva de mim.

- Sim, e mais ou menos. Na verdade eu não entendi. Felipe, você não me suporta, ficou dias sem falar comigo. Você é louco, isso daqui poderia ter ido bem mal.

- Eu decidi apostar em nós dois, vamos assim dizer, apesar de tudo sei o quanto é competitiva e sei que não iria desistir, sei que conseguiria aguentar isso comigo. Eu sou louco, mas sou consciente.

- Felipe, você é inconsequente. - ela responde, mas pela primeira vez sorrindo.

Mesmo sem querer, esboço um sorriso de volta, mas então me lembro de um fato que vem me incomodando tem um tempo.

- Me responde com sinceridade, você fica com essas brincadeiras comigo porque? É pra me prejudicar no jogo de alguma forma?

Ela me olha estranha, parece meio magoada com a insinuação, mas não consigo bem decifrar.

- Sério que você acha que eu brinco com você pra te prejudicar? Eu realmente não acredito nisso. Que tipo de pessoa você pensa que eu sou?

- Porra, quer que eu pense o que? Você me odeia, você e todos os outros deram as costas pra mim, não que eu esteja reclamando, mas foi isso que aconteceu. Você vota em mim, mas depois fica cheia de brincadeirinhas sobre me beijar... - observo ela calada, não tem como negar, então resolvo completar - Você só quer bagunçar a minha mente, não é?

- Felipe, eu tô cansada de você. Tudo que eu faço e falo você desconfia, eu sou a pior pessoa aqui pra você não é? Felipe, BBB não é só um jogo, é conviver, é se divertir as vezes também. Eu gosto de brincar, e achava que você também se divertia.

Your Song - OneShots PrizellyOnde histórias criam vida. Descubra agora