Capítulo 45: A Não Normalidade da Vida

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Jonathan

Encarei o teto branco e alto do quarto.

Era meu aniversário. Parabéns pra mim! Não era muito legal fazer aniversário no último dia do ano, e esse foi um baita ano! Adeus 2010! Que 2011 seja mais tranquilo, amém. Queria que mais alguém tivesse lembrado que era meu aniversário, mas acho que todos tinham muita coisa na cabeça para lembrar, e eu também tinha, mas não dava para esquecer o dia em que eu nasci, né.

Senti muita falta da minha família. Meu pai, minha mãe, minha irmã... esse seria meu primeiro aniversário com Laura Helena, e a vinda para cá me tirou isso. Tá certo, não pense nisso, você fez coisas importantes aqui, Jonathan, foi por uma boa causa, foi por uma boa causa, foi...

--- Ô princesa! --- Alguém gritou batendo na minha porta --- A donzela não pode dormir para sempre, levanta! --- Rafael. Certeza.

--- Escuta aqui diabo ruivo... --- Comecei abrindo a porta --- Se você tirar essa porta das dobradiças, vai colocar de volta sozinho. --- Cruzei os braços.

Rafael fez uma careta. Espero que o que aconteceu com Megan não faça mal a ele. Não quero que ele fique triste por isso, assim como não quero que isso aconteça com Sophia. Após alguns minutos Rafael e eu descemos para o Refeitório.

--- Então você está mesmo bem? --- Perguntei para o ruivo, viramos em um corredor.

--- Quando eu finalmente dou ao amor uma chance, sou traído. Não é o tipo de traição convencional, mas pelo menos eu não tenho um par de chifres! --- Rafael colocou os dedos indicadores nas laterais da cabeça.

Rimos da imitação de um boi que ele fez e chegamos a entrada de mármore do Refeitório, os alunos não ocupavam mais os corredores, apenas guardas e funcionários. Todos estavam em seus Continentes, em suas casas, com suas famílias...

--- Se precisar conversar sobre suas desilusões, pode me procurar, sou quase um psicólogo. --- Zombei. Rafael riu, mas ele sabia que podia contar comigo --- Ela não merecia você, cara.

--- Eu sei. Mas ela beijava tão bem. --- Rafael suspirou teatralmente, sorri e entramos no Refeitório, eu precisava mesmo de um café da manhã, e não tinha praticamente ninguém aqui --- O quê achou da reunião de ontem? Bela explicação a do Alvorada, em.

--- Ele não parecia estar mentindo... --- Comentei enquanto atravessavamos o corredor de mesas e bancos vazios até a nossa mesa, bem menor que as outras e do outro lado do Refeitório --- E espero que não estivesse, gosto de pensar que ele falou a verdade.

--- É, eu também... --- Rafael disse olhando as esferas luminosas suspensas em fileiras no teto --- Só é uma pena que não tenha sido ele a mandar o sonho. --- Comentou, assenti --- Bom dia. --- Ele cumprimentou quando chegamos a nossa mesa.

Herik e Jasper interromperam a conversa pra nos dar bom dia, Sophia, que tinha os olhos um pouco inchados, nos deu bom dia quando Rafa e eu nos sentamos, Raquel acenou com a cabeça e Sirius sorriu ao dar bom dia. Ele parecia muito feliz em poder desfrutar de comida outra vez, ser um livro não tinha tantas vantagens assim.

--- E quando Ezra sai da Enfermaria? --- Sirius perguntou empilhando bolinhos de uva no prato.

--- Amanhã. Ariela disse que para um humano ele se recuperou muito bem, é mais por precaução que ele ainda esta lá. --- Jasper respondeu.

--- Que bom que ele está se recuperando. --- Sophia comentou, a loira afastou o prato, a comida pela metade --- Acho que hoje é um dia muito especial... --- Ela me encarou, sorrindo. Quê?

--- Oh sim, ia me esquecendo, uma data realmente muito importante... --- Raquel sorriu. Não acredito que elas lembraram do meu aniversário, sorri --- É réveillon! --- A ruiva riu.

Guardiões: Os Escolhidos [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora