Capítulo único

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Essa aqui é uma produção rara: curta! Eu quase nunca sei ser sucinta, fico muito feliz quando consigo hehehe

Mais uma estréia no mundo de Haikyuu, ótimo no quesito de render plots. E vamos de sagrada palavra do IwaOi, PORQUE EU SIMPLESMENTE AMO ESSE SHIPP <3

Boa leitura ;)

***

Oikawa respirou fundo, tentando manter aqueles pensamentos infundados longe de si, encarando a equação idiota enquanto tentava se concentrar. 

Aquelas inseguranças não tinham fundamento algum, não podiam estar certas. Mas… e se estivessem? E se ele realmente não fosse nada além de um tapa buraco, alguém em que as pessoas se apoiavam com a esperança de preencher o vazio, não pelo que ele era, mas pela fama que ele tinha? 

E se ele fosse só um remendo para cobrir insatisfações próprias, e se ele fosse só um consolo para horas ruins, para rejeições? Oikawa sabia racionalmente que se ele fosse algo assim para alguém, então era a outra pessoa quem tinha problemas — não só de autoconhecimento como de falha de caráter. Porém, tentar explicar de forma racional algo para um coração inseguro é o mesmo que enxugar gelo. 

Irritado, o jovem mordeu o lábio e se levantou, pedindo licença ao professor para ir ao banheiro. Ao tê-la concedida, foi sem pensar duas vezes.

Precisava de água gelada e ar fresco, só isso. Suas inseguranças sumiriam assim, certo? Bom, ele esperava que sim, caso contrário, daria um jeito de sufocá-las. 

***

Iwaizumi sabia que algo estava errado. Os passes de Oikawa estavam uma porcaria, e ele parecia cada vez mais ansioso conforme a hora de voltar para casa se aproximava. Eles já estavam ali há mais de uma hora além do treino oficial, sozinhos na quadra, e apesar de exausto, o levantador não parecia inclinado a sair dali tão cedo. 

— Qual o problema? — Hajime perguntou enfim, sem rodeios, segurando a bola ao invés de cortá-la, já que a altura e a velocidade foram ruins o suficiente para permitir que ele a agarrasse. 

— Problema nenhum, Iwa-chan, vou melhorar meus passes — mentiu Tooru, desviando o olhar. 

— Oikawa — chamou Iwaizumi, num tom de aviso. Atravessou a quadra e parou diante do outro, encarando de baixo, sem vacilar. O conhecia bem demais, e Tooru sempre fora um mentiroso patético quando se tratava de mentir para Hajime.

— Não é nada demais, só umas paranóias minhas — Oikawa esquivou-se novamente. 

— Paranóias que te fizeram ir mal no treino o dia todo, Shittykawa — insistiu Iwaizumi. Sabia que poderia ajudá-lo com qualquer que fosse a paranóia, e só por isso insistia no assunto. 

Oikawa respirou fundo, dando-se por vencido. Começou a andar lentamente até a parede, encostando-se nela e deixando-se deslizar até alcançar o chão. Uma vez sentado, fez sinal para que o outro o acompanhasse. 

— Iwa-chan, eu estava pensando... — começou ele, de forma lenta e reflexiva, os olhos vidrados no teto. — E se as pessoas me vêem só como uma tapa buraco, alguém para quem elas recorrem quando outra pessoa deixa um machucado que elas não podem curar sozinhas? 

Tapa buracoOnde histórias criam vida. Descubra agora