Ú N I C O

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" Boa noite São Francisco."

Eu me despedi da plateia. Eles gritaram e eu não pude evitar sorrir.  Estar no palco era como voltar para casa depois de um viagem longa. Mas havia um preço a ser pago. Turnês como podiam ser bem cansativas.

  Eu me sentia exausto, cada passo era pesado e a única coisa que me incentivava a continuar a caminhada, até o camarim, era a cerveja gelada que me esperava. A equipe me parabenizava, eu os cumprimentei rapidamente, sem prestar muita atenção no que me diziam. Depois de horas em um palco, com uma plateia barulhenta e instrumentos musicais tudo que eu mais queria era um pouco de silêncio, ficar sozinho e uma bebida gelada. Desde que a turnê de Flicker começara eu tinha quase nenhum tempo para mim mesmo. Coisas como dormir eram puro luxo.

Quanto finalmente alcancei meu camarim algo me chamoyu atenção. O lugar não estava escuro como eu imaginava, pela fresta da porta pude ver que as luzes estavam acesas. Eu senti meus corpo se contrair involuntariamente. Empurrei os meus medos de lado, tentei me convencer de que não havia porque ter medo e girei a maçaneta.

A primeira coisa que notei foi a figura esguia em meu camarim, um homem. O som de meus passos pareceu desperta-lo. Ele imediatamente parou o que fazia e se virou para me encarar. Meu corpo respondeu de imediato. Eu dei um passo pra trás e em um reflexo de fulga e minha mão cobriu minha boca. A adrenalina corria no meu corpo. Eu senti o mundo ao meu redor girar. Eu me escorei na porta antes que acabasse desmaiando.

Zayn tinha um copo na mão. Ele devia estar bebendo algo, talvez a minha cerveja. Mas isso não importava agora. Entre todas as pessoas do mundo Zayn era o último que eu queria ver parado no meu camarim.

Ele me encarou com o olhar entediado que aperfeiçora ao longo dos anos. Não parecia nenhum pouco incomodado com a minha presença. Era quase como se ele acreditasse que o lugar era dele e eu era o intruso.

" O- o que você esta fazendo aqui?"

Me odiei por minha fraqueza. Me odiei por minha voz ter falhado. Esse era o perfeito exemplo do efeito que ele tinha sob mim. Do poder que eu tinha lhe entregado. Ele parecia infetado. Vestindo sua armadura impenetrável, forte e imponente.

Ele me fazia falhar, me fazia cair aos seus pés. Zayn era bem persuasivo quando queria. E eu infelizmente era fraco demais para dizer não.

" E a nossa casa de papel alcançou as estrelas. Até quebrarmos e nos espalharmos em mundos diferentes…"

Ele recitou minha letra com um tom de voz calmo, quase monótono, enquanto mexia o líquido em seu copo. Eu sabia o que ele estava fazendo. Eu o conhecia bem.

Eu não podia acreditar que ele tivera a coragem, depois de tudo o que ele fez, de aparecer no meu camarim e citar as letras da minhas musicas para mim. Usar como arma algo tão pessoal. Tão... Tão meu. Eu senti meu sangue ferver a cada palavra que ele pronunciava.

"Para."

Eu o alertei. Ele apenas arqueoou uma de suas sombrancelhas.

" Eu paguei o preço e tenho as cicatrizes. Porque escalamos e caimos tão longe?"

" Zayn… Por favor."

Ele ignorou meu protesto. Deu um gole em seu copo e continuou.

" Levo uma vida egoísta. Porque é isso que eu preciso. O que tenho que fazer para você acreditar? É tudo por você e eu"

You and Me [ZIALL]Onde histórias criam vida. Descubra agora