Capítulo 3

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Vanessa POV

Estou atordoada de tantas luzes azuis e sirenes a tocar há horas. Os interrogatórios ainda duram pois a festa tinha dezenas de pessoas e estão a interrogar uma a uma. Não percebo muito bem porquê dado que se diz ter sido um suicídio.

"Ouviram?"- a Izzy questiona-nos ao chegar à nossa beira e ambas negamos-"Estão a dizer que a policia está a tratar isto como um homicídio. Daí o sangue..."

"Onde é que ouviste isso?"- questiono.

"Estava o polícia a dizer."- a Izzy defende.

"Oh Meu Deus! Isso quer dizer que estamos no mesmo sítio que um assassino?"- a Sophia questiona em pânico.- "Aí maezinha! Se a minha mãe sabe tem um ataque de coração. Não queiram por a D. Lúcia num Hospital... Esperem! Será que é um serial killer como aquela série, como se chama?... Ah Eye Candy... Mas esse até era um jeitoso..."

"Aí Shopia! Cala-te mulher."-a Izzy diz impaciente e arrepiada, provavelmente por medo.

"Vanessa O'Brien!"- ouço o polícia a chamar.

"Aqui."- digo erguendo o braço e dirigindo-me até ele.

"Boa noite Mrs. O'Brien, preciso da sua identificação."- eu assinto e entrego-lhe o documento, que no caso era o meu cartão de cidadão e o passaporte- "Vamos para dentro!"

Ele encaminha-me para uma sala no hall do Resort que era onde estavam a realizar os interrogatórios. 

"Gostava que começasse por me contar tudo o que se lembra da noite de hoje."- pede o polícia cujo nome ainda não me disse, mas pelo crachá, chama-se R. Dominguez. 

"Eu e as minhas amigas, Isabella e Sophia fomos convidadas para vir a esta festa por um empregado do Resort. Chegamos à nossa cabana pelas 19h e fomos arranjar-nos. Depois viemos para aqui e estivemos quase sempre as 3..."

"Quase sempre?"- ele interrompe-me, com uma expressão curiosa. 

"Sim!"- sou curta na resposta porque estou a sentir um tom acusatório na sua voz.

"Porque há testemunhas que não se lembram de a ver na festa durante todo o decorrer da mesma..."

"Impossível! Estava aqui! Inclusive, estava no meio da pista de dança quando a mulher caiu à piscina!"- defendo-me. 

" No entanto, pela perícia inicial, ela caiu à piscina após ter levado o tiro!"

Tiro?

"Está a dizer que alguém disparou uma arma? Não se ouviu nada aqui..."

"O som pode ter sido abafado devido às características da arma ou ao facto de que a música estava alta e ela caiu de um andar bastante elevado do edifício..."

"Mas você tem a certeza que pode partilhar todos esses pormenores com uma suposta suspeita?"- a veia jornalística em mim está pronta para pressionar o pobre do polícia. 

Se puder levar desta viagem uma história para escrever que fique bem no currículo melhor, e nada melhor que um polícia que claramente não está habituado a lidar com casos como este. 

Ele não me responde, apenas respira fundo e depois de alguns minutos a encarar-me é que quebra o silêncio. 

"Pode esperar lá fora!"

Pois! Bem me parecia que aquele tom acusatório todo ia pelos ares se eu o pressionasse um pouco. Esta polícia é muita treta e pouca ação. Obviamente que eu tenho um álibi bastante sólido, nem sequer estou preocupada. Estive o tempo todo na festa e é possível encontrar-me nas câmaras de vigilância.

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