Rejeição.

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O cheiro do mar invadia e clima fresco enchiam meus pulmões. O vento bagunçava os cabelos de todos ali presentes, o Sol das 4 da tarde iluminava bem o ambiente e dava-lhe um ar angelical. Crianças corriam, pais riam e participavam das brincadeiras, outros estavam na companhia de seus cães, que também brincavam. As lojas de comida e bijuterias, na maioria dos casos minúsculas, seguiam pela extensão da rua e sua longa decida até o litoral da praia que estava sempre com sua areia quente e seca. Era incrível como aquele lugar era bonito e tranquilizante.

Pelo menos seria, se não tivesse um garoto de cabelos e olhos igualmente bicolores, com lágrimas finas porém recorrentes escapando de seus olhos.

Esse garoto, ele sou eu.

Admito, nunca pensei em ser rejeitado. Nasci numa família ruim, e quando eu falo ruim, digo por um pai abusivo e uma mãe com doenças mentais. Quando meus irmãos mais velhos atingiram a maior idade, tomaram providências rígidas sobre isso. Meu pai ainda deve ter alguns anos de prisão e minha mãe está em um hospital à muitos anos também, sendo devidamente tratada. Eu moro em um loft com Touya, meu irmão mais próximo, ele já se envolveu em muita encrenca, mas ele tem um bom coração e meus outros irmãos sabem disso. Ele foi o mais odiado por meu pai, seu corpo cheio de queimaduras são a prova disso, nunca me contaram como exatamente isso ocorreu, talvez pra me poupar dos detalhes dolorosos. A minha única queimadura foi feita pela minha mãe, mas não é como se eu culpasse ela, por que não a culpo, nem teria como, afinal ela estava muito danificada por meu pai.

Somos bem conhecidos por essa cidade, por mais que nosso sobrenome seja bem comum, todos conhecem Enji, apelidado de Endeavor. Um verdadeiro demônio na Terra.

Mas, bem, mesmo assim nunca pensei em ser rejeitado. Não que eu seja um pessoa narcisista, mas é que eu sempre tive tantas garotas me querendo, e sempre que me apaixono por uma, eu acabo me magoando. Agora eu sei como as outras que eu rejeitava se sentiam. Fico mal por elas, mas já faz tempo, terminei a escola a 5 anos. Estou no último ano da faculdade de direito. Sou agradecido por isso, não gosto de ficar na presença de tantas pessoas, na sua maioria, chatas e sem conteúdo.

Ah, que droga.

- Minha vida é uma porra as vezes... - disse baixo.

Continuei andando, lentamente, sem rumo. Aonde eu vou? Talvez eu volte pra casa, ou, posso ir pra algum lugar comer algo... Me distrair.

Olhei pra minha mão direita, lá havia um buquê de flores muito bonito, muito bonito mesmo. Eram cheirosas e bem cuidadas. Ela devia ter aceitado, já que vou provavelmente joga-ló fora. Oh, eu posso devolvê-lo, certo? As flores já tiveram os caules cortados, mas sempre tem gente naquela floricultura que precisa de um buquê de emergência.

Posso fazer isso, certo? Certo.

Apressei o passo, as flores ainda podem deixar alguém feliz, diferente da minha falha miserável.

Não era longe, uns dois quarteirões. Virei em um beco, aqui posso chegar mais rápido.

Aquele lugar fedia, tinha latas de lixo e juro que vi alguém lá. Não importa, saí de lá o mais rápido, e continuei andando rápido atravessei a rua com uma certa dificuldade, os carros estavam passando bem rápidos.

Ótimo, apenas mais um quarteirão. Agora, eu estava numa parte chique, se assim posso dizer, lojas cara, roupas de marca. E por mais que ficasse perto das outras, lá era bem seguro, afinal, é em um shopping, um shopping enorme.

Lá dentro sim tinham coisas extremamente caras. Paguei muito por esse simples buquê, sim, simples.

Bem, não importa, só vou devolver isso, nem faço questão de ter meu dinheiro de volta.

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⏰ Última atualização: Apr 07, 2021 ⏰

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