Segunda - feira

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Rio de Janeiro, Brasil. | 07/06/2010 - Segunda-feira. 

mais tarde…

Carona com meu pai, ônibus e trem. Almoço? Eu esqueci, talvez nem tenha dado tempo de eu olhar o relógio com essa correria, segundas… Mais uma semana e com elas mais da loucura que estou vivendo nesse ano, as coisas começaram a caminhar e com isso acabo não tendo tempo pra fazer quase nada! Sem reclamações obviamente, meu sonhos estão se tornando reais mais cedo do que eu imaginava, porém tudo tem seu lado ruim, ou nem tanto. Essa correria me traz satisfação mesmo algumas vezes surtando e querendo sumir. O trabalho me fez amadurecer mais cedo e perder alguns eventos, até amizades, que nem sei se posso chamar dessa forma pois quem é amigo de verdade te apoia. Isso tudo que eu vivo é o motivo de eu poder estudar nessa escola bacana onde só tem bacanas, há uma (talvez outras 5, no máximo) exceção é claro, eu…Já me senti fora da casinha aqui mas nunca tive vergonha de saberem quem sou ou de onde eu vim, me orgulho de cada passo até chegar aqui. Fiz ótimos amigos, de verdade, daqueles que fazem a diferença, eles me dão forças para seguir na minha loucura e tentam sempre me ajudar, realmente pessoas especiais.

Com esse ciclo chegando ao fim nós estamos tentando aproveitar o máximo nosso momentos juntos, e também a cada dia mais tento me entregar quando piso no pátio pelo portão localizado atrás de mim neste momento. Cheguei na escola dessa vez um pouco adiantada, por alguma ironia do destino o metrô não havia ficado lotado no início de semana às 17h, então foi nele que eu vim. Estava no fim do turno dos alunos do cursinho e ainda havia bastante gente aqui, exatamente na hora em que Sr Ivan estava recolhendo o nome dos alunos que participarão do sorteio para receber as cartas aleatórias feitas pelos outros. Mesmo estando fora dessas brincadeiras comemorativas por ter que estudar na parte da noite dessa vez como eu estava ali uma hora antes da minha aula começar ele me ofereceu a opção de participar dessa vez, tentei negar pois não teria como eu responder mas o senhor de cabelos grisalhos me disse que eu tinha que participar e não fui capaz de negar, ele era como um grande amigo. Aquela pessoa que te conhece, apoia e briga quando é necessário, era assim, quase um pai.  

21:48

Acabei de ter a certeza que sim, eu odeio biologia, nossa! Hoje foi um daqueles dias que a luta entre matar o professor e não querer gastar meu réu primário foi quase impossível e dando a vitória para matar o professor. Insuportável. Aquele homem fez meu ódio por essa matéria ser maior do que pegar transporte público de manhã bem cedo, lotado, do nível de ter que ficar em pé. Talvez eu tenha um motivo para odiar a segunda - feira, e olha que reclamar não é comigo mas essa aula é sem condições. Por sorte mesmo passando um longo tempo ajudando o Sr Ivan ainda deu tempo de eu comer alguma coisa, a barriga cheia pode ter me feito não surtar, arrumei tudo na urna junto com ele para pode sortear e organizar para entregar tudo na parte da manhã e provavelmente o senhor já havia ido embora e aí está o motivo de não poder participar da dinâmica. A maior parte dos funcionários só ficam aqui até as 18h, menos Ivan que me espera nos dias que chego mais tarde para perguntar sobre meu dia e ver se eu comi. Depois de desmaiar nos seu braços no ano passado o senhor acabou criando esse hábito, tentei lutar contras os argumentos que ele tinha para fazer aquilo mas não deu certo, e até que gosto de tê-lo todos os dias para desabafar.

Sai da sala me despedir dos meus amigos e fui em direção ao banheiro lavar o rosto na intenção de diminuir o sono que me rondava neste momento. Sai do banheiro em direção a saída do colégio que já estava vazio, sem houvessem 15 pessoas dentro daquele enorme complexo era muito. No caminho do portão que estava sentada próximo mais cedo estava ele, Senhor Ivan, cochilando na sua cadeira de sempre com uma serenidade quase angelical, havia luz em volta dele, uma das pessoas mais iluminadas que eu havia conhecida em toda minha vida. Nas suas mão ele segurava um papel dobrado com gramatura 120g que tinha uma assinatura "A.S"

- Senhor Ivan? – disse tocando seu ombro de forma calma para não assustá-lo – Está bem?

- Oh, minha filha! – disse surpreso com meu toque – Acho que tirei um cochilo aqui, está tudo bem sim.

- Já está bem tarde, o que faz aqui?

- Te esperando, precisava lhe entregar isso antes de ir – me entregou a folha dobrada.

- Como assim? Isso é meu? Já está tarde o senhor devia ir descansar e não ficar até essa hora me esperando.

- É seu, você foi a sorteada dessa carta – disse rindo – E não é para você brigar comigo, essa função é minha. Não adianta reclamar em

- Você é inacreditável! Não precisava disso.

- Mas eu quis, e não reclamaa ou ficarei chateado.

- Aiai, não precisa mas tudo bem! – dei um abraço nele – Vamos indo então? – ele assentiu e fomos em direção ao portão

- Boa noite minha filha, aproveite o seu presente.

- Boa noite senhor ivan, até mais, vá descansar e obrigada!

Fique observando seu passos lentos até duas ruas depois da escolha do ponto de ônibus, seu andar calmo e sereno me encantava. Esperei não muito tempo até a chegada da linha que eu embarcaria até minha casa, entrei e como estava vazio consegui um lugar para sentar tranquilamente e sozinha naquela noite. Um caminho de cerca de 35 minutos diariamente e normalmente no mesmo horário, tirando os dias de prova. Aproveitei como sempre sempre para dar uma olhada na matéria do dia, ali era o momento que sempre tentava organizar tudo para dar tempo de estudar e trabalhar, mesmo exausta, sabia que valeria a pena todo esse esforço no futuro. 

Sabe aquele frase “estude enquanto eles dormem trabalhe enquanto eles se divertem”, esse era o exato resumo da minha nos últimos meses. De nenhuma forma eu concordo com ela, só de pensar me dá repúdio, existem diversas matérias que falam o quanto isso está errado e é só ser um pouco sensato que você vai saber que é ridículo quando ouvida por completo, ainda tem essa parte “persista enquanto eles descansam, e então, viva o que eles sonham.”. Sem comentários para esse final mas o começo é realmente a minha vida.

Quando faltavam cerca de 15 minutos para chegar no ponto próximo a minha casa onde com certeza minha mãe estaria me esperando ansiosa decidi guardar todo meu material pois a dor de cabeça estava bem forte. Nesse movimento de tirar tudo do coloca para por na bolsa vi um papel cair sobre o meu tênis, era a tal carta. Não havia nem me ligado de ler depois da preocupação que tive com Ivan e por ter que organizar minhas coisas, mas aquela assinatura e a situação com a qual havia recebido aquela carta decidi ler logo após guardar meu material.

“Já percebeu que a maioria das pessoas só odeiam o dia de hoje por pura influência dos outros....” 

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eai gentee, voltei, estava curtindo meu fds né. essa att é o dobro da outra e espero q vcs curtam dessa forma maior,  me digam aq pff!

compartilhem com o povo, favoritem e deixem comentários aq p gente interagir. me segue no tt tbm rs @maariirt

(sem revisão novamente, ent se vcs verem algum erro pode me avisar)

Entre linhas | MaBiaOnde histórias criam vida. Descubra agora