30. Caridade

949 61 81
                                    

O dia do evento finalmente chegou. Conseguimos mais ou menos uns 30 voluntários pra ajudar e quase uma tonelada de comida e roupas.

O evento seria pela tarde, mas passamos a manhã toda organizando alguns detalhes. Estava tudo incrível.

- O João falou do seu projeto. Fico feliz de ver você envolvida nessas causas. - Meu pai disse enquanto almoçamos.

- Obrigada. - Respondi.

- O Lucas também está organizando, né? - Mariana disse e eu concordei com a cabeça. - Legal.

- Porque você não se candidatou para voluntária? - Mamãe questionou a Mariana.

- Eu não estou muito bem, mãe. Mas talvez eu passe por lá mais tarde. - Mariana empurrou o prato e apoiou o rosto da mão.

- Eu ficaria feliz. - Disse a ela.

- De onde vocês tiraram dinheiro pra organizar tudo? - Mamãe questionou.

- Tínhamos quase tudo lá, o salão, o espaço para as crianças. A comida conseguimos com os alunos da gastronomia e somente o dinheiro dos brinquedos infláveis saiu do nosso bolso. - Respondi enquanto comia.

- Nosso bolso você diz de você e seus amigos ou da nossa família? - Mamãe questionou enquanto eu revirava os olhos. - Você não gastou o dinheiro que seu pai te dá, né Helena?

Eu fiquei em silêncio. O restante do pessoal que estava organizando comigo não tinha condições de ajudar no aluguel dos brinquedos então eu tirei tudo do meu bolso mesmo, mas não via problema nenhum nisso.

- Eu não me importo de pagar por uma boa ação. Fico feliz em saber que minha filha também não. - Papai replicou.

- Eu também acho legal. - Mariana disse dando uma garfada na sua comida em seguida.

- Calma gente. Eu não quero parecer a que se preocupa mais com o dinheiro do que com as pessoas. Eu só acho que tinha outras formas de conseguir esse dinheiro. Vocês podiam arrecadar através de outras ações. - Mamãe se explicou.

- Eu sei mãe, mas a gente queria agilizar o evento, além de conseguirmos um preço mais baixo com o "cara" que aluga os brinquedos. Não vamos ficar mais pobres por que eu desembolsei. - Disse e me levantei da mesa.

- Eu confio em você minha filha. Mas o que esse evento vai ter? - Mamãe questionou.

- Terá um teatro infantil com os alunos das artes, oficinas de danças com os alunos da dança e uma palestra sobre saúde mental e autoestima para os adolescentes adivinha com quem. - Fiz um suspense e minha mãe me olhou curiosa. - Com o Matheus. E seus colegas também, mas quem organizou foi ele.

- Mentira? - Mamãe indagou surpresa. - Por isso ele me pediu folga um dia desses. Inclusive filha, gostaria de agradecer a indicação. Matehus é um bom menino.

- Sim, mãe.  Eu sei. Agora eu preciso ir. - Disse saindo da mesa e indo em direção ao meu quarto.

- Qualquer coisa me liga. - Papai gritou.

Após escovar meus dentes e colocar em uma bolsa grande tudo que eu precisaria pra hoje, peguei meu carro e fui em direção a comunidade. Todos já deveriam estar lá.

Ao longe eu ouvi a música e percebi os grandes brinquedos infláveis. Estava tudo tão lindo, mas eu não tinha tempo de conferir, precisava me arrumar e além disso eu deixara a tarefa de conferir se tudo estava certo com o Mauro.

O combinado eram todos os monitores se fantasiarem. Minha fantasia era de bruxa. Assim que coloquei a mesma me encontrei com os demais.

Sorri ao ver a Amanda de branca de neve e gargalhei ainda mais alto quando o Lucas veio em minha direção de palhaço. Vê-lo com aquelas calças largas, nariz vermelho e peruca colorida era hilário.

Além das semelhanças - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora