Especial Anne Cooper

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Narração: Anne Cooper

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Narração: Anne Cooper

Melody e eu somos melhores amigas, melhores irmãs postiças, e só existe uma coisa que ela não sabe sobre mim.
Quando eu tinha 7 anos, eu conheci um garoto chamado Rantaro Kiyama. Ele mandou uma correspondência em um endereço qualquer, segundo ele, queria conhecer alguém diferente. Foi justamente no meu endereço. Na carta ele se apresentava, e perguntava algumas coisas. Eu respondi a carta, e assim iniciamos uma amizade. Não contei para ninguém, nem mesmo para Melody, sabia que eles iriam temer que fosse alguém com más intenções e me proibir de responder, para minha própria segurança. Mas nos meses anteriores, o meu câncer foi diagnosticado, e todos passaram a se preocupar demais comigo. Não me entenda mal, foi bom ver que eu era amada, mas não é legal ser tratada com uma doente com o pé na cova. Queria conversar com alguém que não soubesse disso, com quem eu poderia ser apenas uma garota normal, e não a garota com câncer. Por isso decidi responder aquela carta. Curiosamente, tínhamos a mesma idade. E muito em comum. Todas as semanas chegava uma carta dele, e assim que eu lia, eu respondia. Eram longas cartas, com mais de uma página.
Com tempo, depois de ver algumas fotos que ele me mandava, de falar com ele no telefone, de forma inusitada, eu comecei a nutrir sentimentos por ele. Era um amor tão sincero que nem um outro garoto me chamava a atenção. E eu pensava nele constantemente.  Eu não sabia se era recíproco, mas ter esse sentimento por ele, me enchia de vontade de viver.
Eu sabia muito sobre ele, e ele sobre mim, com excessão do câncer. Eu sabia que ele estava no BC Sol, mas não podia vê-lo, eu precisava contar tudo para minha mip e pedir para ela me ajudar a esconder o câncer dele. Mas os acontecimentos deixaram a ansiedade dela em evidência, mexendo com toda sua mente, afetando até seu corpo, ela precisava se acalmar, e simplesmente não era o momento certo para contar para ela. Por isso eu o evitei o dia todo, por mais que minha vontade fosse vê-lo pessoalmente finalmente, minha mip é sempre minha prioridade.
.
Estava em minha Limusine quando de súbito, lembro-me que deixei o brinquedo favorito de Sisters no quarto de Melody. Ela ficava terrivelmente estressada sem aquele urso, que ela pensava que era seu filhote. Por isso era necessário recuperá-lo o mais rápido possível:

_ Carlos, por favor retorne ao BC Sol. Eu esqueci algo importante lá. (Digo com gentileza)

Carlos_ Sim, senhorita!

Quando chegamos ao BC Sol, entrei no estabelecimento. Estava tão apressada que acabei dando o maior encontrão em um garoto, e quando olho, vendo sua face eu o reconheço de imediato, era o próprio Rantaro Kiyama:

Rantaro_ Foi mal aí! Ei... Eu te conheço! Anne! Anne Cooper! (Falara ele, estando nitidamente atônito)

No mesmo instante que Kiyama terminou de pronunciar essas palavras, ele me pegou no colo, em um abraço que me levou às alturas, literalmente. Ficamos nos abraçando até que lentamente nos afastamos. Estavamos no corredor, e acreditávamos estarmos sozinhos.
Olhando fixamente nos olhos um do outro, subitamente percebemos que um clima havia se formado e um desejo, qual eu jamais havia sentido, havia penetrado em nossos corações.
Nossos rostos foram se aproximando gradativamente, algo nos lábios dele me atraía como imã. Ele acariciou carinhosamente meu rosto, levantou suavemente meu queixo, e me beijou. E eu retribui. Era o meu primeiro beijo. Seguindo meu coração e meus desejos, eu sabia exatamente o que fazer. Quando nos separamos, sorrimos um para o outro:

Rantaro_ Ainda bem que eu me atrasei tanto para o jantar e te encontrei, sabe eu meio que esperei anos por isso! E cara! Valeu muito a pena! (Disse sorrindo, nitidamente muito feliz e realizado)

Eu simplesmente sorri e o envolvi em um abraço. De repente, ele olhou e sorriu para algo à sua frente. Eu me viro para ver o que ele estava vendo. E vi minha mip perplexa. E estavam com ela, o maior blader do mundo, Valt Aoi.  Um garoto com um pássaro, e um garoto aparentemente mal humorado. Depois descobri que os nomes deles eram Cuza, e Silas:

Cuza_ Aí sim em chefão!

Rantaro_ E aí galera! Gostaram do show? (Falou orgulhoso)

Melody_ Isso foi... confuso! Como assim vocês já se conheciam? Quer dizer, já que ele esperou muito por isso, como eu ouvi muito bem ele dizendo, imagino que seja há bastante tempo! (Ela disse olhando fixamente nos meus olhos)

_ Eu... Ia te contar!

Melody_ Mas não contou! Achei que éramos um livro aberto! Mas você escondeu isso de mim... Por que? (Questionou nitidamente decepcionada)

Não existia nada que eu odiasse mais do que magoar minha melhor amiga, ver aquele olhar fez cessar toda a minha alegria do meu primeiro beijo:

_ Eu achei que você não entenderia...

Ela fez uma expressão indignada:

Melody_ Como assim? Sempre entendi tudo sobre você. Nós sempre compartilhamos tudo! Você sempre pode contar comigo para tudo, você já desabafou comigo tantas vezes, até mesmo sobre o seu câncer!

_ MELODY! (Gritei desesperadamente)

Não podia acreditar que ela havia mencionado a minha doença. Rantaro estava perplexo:

Rantaro_ Você tem câncer? (Perguntou incrédulo)

Eu saí correndo rumo ao carro, chorando. Mas ouvi minha mip pedir para eles ficarem onde estavam. Ouvi seus passos atrás de mim.
Já fora do estabelecimento, eu parei e Melody me alcançou:

_ Por que você contou para ele? O Rantaro não precisava saber que eu sou uma doente. Agora ele nunca vai querer ficar comigo! Por causa dessa maldita doença! (Falei enraivecida)

Melody_ O que? Isso é ridículo! O câncer não muda a pessoa maravilhosa que você é! (Disse de forma seria)

_ Isso não importa! (Sussurrei tristemente)

Me sentei perto da arena de Beyblade que ficava próxima aos quartos. Tentava parar de chorar, mas não conseguia. Melody sentou ao meu lado, e me abraçou:

Melody_ Mip, me conta o porquê disso? (Perguntou docemente)

Respirei fundo, e consegui fazer cessar o choro:

_ Eu... Só queria ser uma garota normal. Mas... Eu não sou!

Melody_ Normal? Eu realmente diria que não. E não por conta do câncer. Mas do fato de ser extraordinária. E ser tudo, menos comum, que é chato e desinteressante. Você é uma guerreira, e a melhor pessoa que eu conheço. E qualquer cara seria louco se não soubesse disso. Esteja orgulhosa de todas as suas cicatrizes, elas mostram a sua resistência! (Dissera enquanto acariciava meu cabelo, me consolando)

Rantaro_ Ela tá certa!

Olhamos em nossa frente e vimos o próprio Rantaro, ele se agachou até ficar com seu rosto próximo ao meu:

Rantaro_ Eu nunca vou desistir de você. E vou te ajudar a vencer esse obstáculo. (Falou de forma determinada)

Minha mip tirou seus braços que estavam ao redor de mim, e eu abracei o garoto que fazia a minha vida ganhar novas cores radiantes. E me dei conta, finalmente, que eu tenho meu valor, e nada no mundo, nem mesmo o câncer, vai mudar isso.

Notas:

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