Tão fácil quanto tirar doce de criança

3.2K 324 1.6K
                                    


Uraraka pagou sua inscrição na prova que podia mudar sua vida com a consciência pesada. Sabia que o que estava fazendo não era 100% certo, entretanto, com sorte, não seria algo que fosse resultar em nada demais.

Só dessa vez, só dessa vez, ela queria um pouco mais de sorte do que a que lhe foi dada a vida toda.

E que Kirishima a perdoasse.

.

.

.

Kirishima se aproximou do garoto de cabelos loiros quieto na biblioteca.

— Oi, príncipe, tudo bom?

Olhos vermelhos parecidos com os seus lhe fitaram de forma agressiva. O rapaz parecia aborrecido.

— Tem trezentas mesas pra sentar. Vaza. E se me chamar de príncipe de novo eu enfio tuas bolas no teu cu.

Kirishima pigarreou, nervoso. Qualquer pessoa iria embora dali. Não havia motivo que o prendesse naquela mesa. Exceto um. A aposta.

Ele lembrava bem das palavras de Hanta, Denki e Rikido lhe provocando, dizendo que ele não era capaz, que não conseguia. Eijirou Kirishima conseguia! Ele jamais dava pra trás num desafio.

Quando estava no ensino fundamental Eijirou se sentia fraco, inútil, inseguro, mas desde que entrou no Ensino médio pintou o cabelo de vermelho, entrou pro time de basquete e ganhou mais cinco centimetros de pau. Tudo isso com certeza resultou na melhora de sua autoestima e autoconfiança.

E seus amigos mais íntimos o havia desafiado. Era do costume deles desafiar um ao outro o tempo todo pelas coisas mais bestas e ninguém nunca desistiu de um desafio. Kirishima não seria o primeiro.

O desafio era um pouco complicado, na verdade. Kirishima havia comentado que achava ser bi há alguns meses com os amigos, mas nunca tinha pegado nenhum garoto até hoje. Suas suspeitas se baseavam no relato de um amigo que um dia brincou sobre quando estava batendo punheta para um vídeo pornô e a câmera de repente focava na bunda do homem e ele gozava nesse momento e o quão desconfortável se sentia.

"É que tipo, eu já tava gozando, ta ligado? Não dava pra parar. Tava naquela cena linda dos peitos da mulher lá balançando e tal e ela gemendo, perfeito. AI DO NADA, corta pra bunda do cara e eu gozo. Eu lá gosto de bunda de cara? Queria gozar vendo aqueles peitos..."

Kirishima lembrava bem das palavras do amigo e de como na hora ele riu, mas o pensamento voltava à sua mente de vez em quando.

Ele não se sentia desconfortável. Não tinha problema nenhum em ver bunda de homem. Talvez, às vezes, encarasse até demais os amigos nus no vestiário depois do treino.

Todavia, não sabia como se sentir sobre isso. Também não tinha certeza se queria beijar garotos, até porque as garotas o deixavam bem ocupado!

Mas de alguma forma, seus amigos decidiram pegar no seu pé por isso. Brincaram, dizendo que Kirishima estava com medo de levar um fora de um garoto. Com medo que seu charme não funcionasse em homens. Ousaram até dizer que de fato não funcionaria.

Kirishima jamais deixaria dizerem isso dele. O Eijirou de hoje não era um covarde, não era medroso. Era lindo, gostoso, charmoso e tinha pau grande! Ele era um homem bissexual (provavelmente) e como dizia o ditado: caiu na vila o peixe fuzila.

Ainda não tinha certeza total de como podia definir sua sexualidade, mas tinha certeza que se tinha cu ele podia comer.

Agora, com seu charme, era só fazer a pessoa querer. Essa parte seria mais fácil se seus amigos não tivessem escolhido a pessoa mais difícil do mundo. Talvez fosse culpa de Eijirou por ter dito que o tal Katsuki era muito másculo, okay. Mas tinha que ser logo ele?

O cão é muito bem articuladoOnde histórias criam vida. Descubra agora